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Estado de Minas

SUS amplia oferta de rem�dios contra Aids

Protocolo prev� para os pr�ximos meses a distribui��o de antirretrovirais logo ap�s confirma��o da infec��o por HIV


postado em 01/11/2013 07:38

Para Ludymilla Santiago, quem precisa fazer o exame pelo SUS ainda enfrenta barreiras, principalmente o medo de preconceito (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press - 22/10/13)
Para Ludymilla Santiago, quem precisa fazer o exame pelo SUS ainda enfrenta barreiras, principalmente o medo de preconceito (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press - 22/10/13)

Apesar de ser apontado como exemplo de sucesso mundo afora, o programa brasileiro de combate ao HIV/Aids ainda impede que uma parcela dos soropositivos tenham acesso aos medicamentos ofertados pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS), especialmente quem descobre a doen�a precocemente. � o caso de Lucas (nome fict�cio). O estudante carioca, de 27 anos, descobriu que estava contaminado pelo v�rus HIV h� um ano, logo ap�s o cont�gio. “Eu tive uma rela��o desprotegida e fiquei desconfiado. Fiz o teste logo depois e tive a confirma��o”, relata ele. Mas a contagem das c�lulas de defesa CD4 — que indicam o grau de evolu��o da doen�a no organismo — estava em cerca de 700 unidades por mil�metro c�bico de sangue. Pelas regras do SUS, os medicamentos antirretrovirais s� s�o oferecidos quando essa taxa fica abaixo de 500/mm³.

Nos pr�ximos meses, por�m, o tratamento contra a Aids estar� dispon�vel na rede p�blica logo ap�s o diagn�stico, independentemente do est�gio da doen�a. � o que determina o novo protocolo do Minist�rio da Sa�de, cuja publica��o deve sair at� o fim deste m�s. O minist�rio estima que a mudan�a amplie em at� 100 mil o n�mero de pacientes com HIV com acesso ao tratamento. Com a publica��o do novo protocolo, o Brasil se tornar� o terceiro pa�s a ofertar o coquetel de rem�dios logo ap�s o diagn�stico — pr�tica j� adotada na Fran�a e nos Estados Unidos.

Tamb�m t�m direito aos medicamentos os pacientes que apresentam outras doen�as relacionadas � Aids, como tuberculose e hepatite, e os casais sorodiscordantes (quando um dos parceiros n�o tem o v�rus). Atualmente, cerca de 313 mil soropositivos s�o atendidos pela rede p�blica.

Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas aprovam a mudan�a. “O novo protocolo est� de acordo com a pesquisa mais recente sobre o assunto. Quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor”, diz a professora Celeste A�da Oliveira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Bras�lia (UnB). Mas ela faz uma ressalva: “Uma vez iniciado o tratamento, � muito importante que a pessoa d� continuidade. A interrup��o faz com que a s�ndrome se torne mais resistente. O tratamento n�o se restringe a medicamentos”.

Gestores e especialistas da �rea s�o un�nimes: � fundamental ampliar o n�mero de testes, para que o tratamento seja iniciado ainda nos primeiros est�gios da doen�a. “Hoje, 28% dos pacientes no Brasil iniciam o tratamento com a contagem de CD4 abaixo de 200/mm³, numa situa��o bem complicada. � necess�rio ampliar a oferta e a divulga��o da testagem. � isso que garantir� que a estrat�gia tenha sucesso”, avalia a m�dica sanitarista Maria Clara Gianna, que coordena o Programa Estadual de DST/Aids de S�o Paulo.

Ludymilla Anderson Santiago trabalha h� tr�s anos no projeto Quero Fazer, que oferece testes instant�neos de HIV para popula��es de risco no Distrito Federal. Ela confirma: ainda h� entraves para quem quer fazer o teste. “Especialmente no caso das pessoas mais vulner�veis, existe uma dificuldade para fazer o exame no SUS. Seja pelo hor�rio, seja pelo medo de sofrer preconceito”, comenta. O governo informou que no ano passado disponibilizou 3,7 milh�es de testes r�pidos de HIV e que conta com uma rede de 345 centros de testagem e aconselhamento (CTA).

Mem�ria
A revolu��o do coquetel

A evolu��o dos medicamentos antirretrovirais acompanhou, nos �ltimos 30 anos, os avan�os sobre a compreens�o da Aids e do v�rus HIV. Apesar de os primeiros casos da s�ndrome terem surgido no fim dos anos 1970, a doen�a s� foi identificada em 1982. Em 1984, cientistas confirmaram que o HIV era o causador da doen�a, o que abriu caminho para as primeiras pesquisas de medicamentos. Em 1987, surgiu o primeiro rem�dio capaz de conter a multiplica��o do HIV: a zidovudina, ou AZT. O AZT foi tamb�m o primeiro antirretroviral a ser distribuido gratuitamente pelo SUS, a partir de 1991. Desde ent�o, eles se diversificaram e passaram a ser combinados nos chamados coquet�is, quando medicamentos com fun��es diferentes s�o usados em conjunto.


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