O governo de S�o Paulo e a Prefeitura da capital paulista dever�o voltar fazer a��o conjunta no centro da cidade relacionada a moradores de rua e tamb�m viciados em crack. Os moldes da opera��o ainda s�o definidos, mas a ideia � fugir do perfil repressivo da opera��o na Cracol�ndia iniciada pela Pol�cia Militar (PM) em janeiro de 2011.
O prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se encontraram na tarde desta segunda-feira, 9, para tratar do tema. Haddad levou a Alckmin a ideia de realizar um trabalho mais focado na �rea da assist�ncia social, sem dispersar a popula��o de rua pela capital. A concentra��o no centro favoreceria o tratamento. Uma nova reuni�o deve ser feita nos pr�ximos dias para bater o martelo.
Perguntado sobre o atendimento dado a moradores de rua no Centro de Conviv�ncia do Parque Dom Pedro II, onde a reportagem constatou falta de higiene e assist�ncia, o prefeito de S�o Paulo tamb�m disse que levaria a Alckmin o assunto. Haddad afirmou que os funcion�rios p�blicos e integrantes da Guarda Civil Metropolitana n�o se sentem seguros para trabalhar no local.
De acordo com o prefeito, a presen�a de viciados em droga no local dificulta a a��o dos funcion�rios p�blicos. “Existe um problema que � a quest�o do crack, os funcion�rios p�blicos est�o receosos de frequentar o local porque n�o se sentem mais seguros”, disse. “Os funcion�rios p�blicos e a pr�pria guarda n�o se sentem seguros para fazer o seu trabalho”, completou.
Segundo Haddad, o local foi ocupado por moradores de rua que estavam na Pra�a de S�. “Inclusive todos os equipamentos que foram instalados l� j� sumiram. Os chuveiros sumiram, muita coisa sumiu.” A Prefeitura de S�o Paulo aposta num novo local na zona norte, com 500 vagas, como op��o para encaminhamento de moradores de rua. Conforme ele, v�rios locais da cidade ocupados por essa popula��o foram “retomados”. “Se voc�s observarem o que aconteceu na cidade do come�o do ano para c�, praticamente, todas as pra�as foram retomadas, Largo S�o Francisco, J�lio Prestes, Patriarca, Pra�a Ramos, Pra�a da S�, todas essas pra�as foram retomadas”, disse.
Na C�mara Municipal, l�deres do F�rum Municipal de Assist�ncia Social (FAS) fizeram nesta segunda-feira uma reuni�o pela manh� para discutir a crise na �rea. O �rg�o e coordenadores de entidades que trabalham em parceria com a Prefeitura da capital paulista prometeram convocar uma paralisa��o no dia 16 em todos os abrigos municipais. Nesta ter�a-feira, 10, uma nova audi�ncia marcada pelo FAS na C�mara de S�o Paulo debater� o tema.
“Pela primeira vez na cidade, houve uma redu��o das verbas da assist�ncia social (-14% em 2014, em rela��o a 2013). Os vazios sociais est�o cada vez maiores, as crian�as v�timas de viol�ncia n�o t�m onde ficar, as mulheres afastadas da conviv�ncia familiar, ap�s serem v�timas de viol�ncia dom�stica, tamb�m n�o encontram assist�ncia alguma do governo. O problema n�o � s� o descaso com moradores de rua", critica o padre L�dio Milan�s, coordenador do FAS "Queremos apoio dos vereadores para tentar reverter essa queda de or�amento na segunda vota��o da pe�a na C�mara."
O vereador Ricardo Young, l�der do PPS, apresentou requerimento para convocar a secret�ria de Assist�ncia Social, Luciana Temer, a explicar a situa��o da pasta no Legislativo. "� uma grave quest�o que merece explica��es da secretaria. As imagens da reportagem mostram que a situa��o era mais grave do que a gente imaginava", criticou Young.
L�der do PSDB, o vereador Floriano Pesaro foi neste domingo, 8, at� a tenda do Parque Dom Pedro II. "Nem o seguran�a da �rea sabia dizer se algu�m cuidava daquele gramado. Foi um ano perdido na Assist�ncia Social de S�o Paulo. Moradores de rua voltaram a ocupar pontos da regi�o central que j� tinham o problema solucionado e estamos vendo as crian�as voltarem a fazer malabarismo nos sem�foros. Um absurdo", afirmou o tucano.