O comando da Pol�cia Militar do Rio de Janeiro repudiou oficialmente a forma como Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, foi socorrida ap�s suposto tiroteio no qual teria sido atingida no Morro da Congonha, em Madureira, na manh� de domingo, 16. Ela foi colocada no porta-malas da viatura e acabou arrastada por mais de 250 metros durante deslocamento pelas ruas do Rio.
O comunicado oficial informa que a que esta pr�tica n�o condiz com o processo de forma��o empregado nos Centros de Ensino da corpora��o. O Comando da Pol�cia Militar repudia totalmente este procedimento. Nos casos em que, conforme a avalia��o do policial h� possibilidade de socorro para pessoas baleadas, o procedimento adequado � o socorro da v�tima no banco traseiro da viatura.
Desta forma, � poss�vel dar amparo � v�tima at� a chegada a uma unidade de sa�de. No entendimento dos policiais da ocorr�ncia, havia dificuldades de atendimento para uma ambul�ncia devido ao confronto com traficantes, ent�o em andamento, o que os levou a socorrer Cl�udia".
Per�cia
A Per�cia realizada hoje, pelo Centro de Criminal�stica da Pol�cia Militar na Blazer que arrastou Claudia por ruas da Zona Norte do Rio constatou que a tranca da porta traseira n�o estava danificada.
Entretanto, segundo o comandante do 9º Batalh�o da PM, tenente-coronel Wagner Moretzsohn, os peritos verificaram que a dobradi�a da tampa do porta-malas (onde Claudia foi colocada pelos policiais para ser levada ao hospital depois de ter sido baleada) foi amassada por moradores do Morro da Congonha, em Madureira. Eles se revoltaram ao descobrirem que a mulher havia sido ferida durante a opera��o policial na comunidade realizada na manh� de domingo.
"A tranca do porta-malas n�o estava danificada, apenas a dobradi�a, que ficou amassada. Os policiais me disseram que os moradores atacaram a viatura e amassaram as portas laterais e traseira. E como a v�tima estava baleada, tiveram que socorr�-la o mais r�pido poss�vel. Na pressa, talvez n�o tenham fechado a porta traseira corretamente. Ou ent�o, com o dano na dobradi�a, pode ser que a porta tenha aberto sozinha, com o carro em movimento. De qualquer maneira, decidi prend�-los em flagrante porque considerei inadequada e desumana a forma que eles socorreram a v�tima. Agora s� sair�o da pris�o por ordem de um juiz", disse Moretzsohn ao Estado.
Foi o oficial quem determinou a pris�o em flagrante dos 3 PMs do 9º Batalh�o que participaram do socorro a Claudia. Os policiais foram identificados como subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, e sargento Alex Sandro da Silva Alves. Os tr�s foram enquadrados no crime de "deixar, no exerc�cio de fun��o, de observar lei, regulamento ou instru��o, dando causa direta � pr�tica de ato prejudicial � administra��o militar", previsto no artigo 324 do C�digo Penal Militar. A pena prevista para o crime � de at� um ano de deten��o. Os tr�s s� sair�o da cadeia por ordem de um juiz da Auditoria Militar.
Ap�s prestarem depoimento � Corregedoria da Pol�cia Militar nessa segunda-feira, os tr�s policiais foram encaminhados ao pres�dio Bangu 8, na Zona Oeste da cidade. Isso porque o Batalh�o Especial Prisional (BEP) da PM, em Benfica, na zona norte, foi interditado pela Vara de Execu��es Penais (VEP), depois que uma opera��o do Minist�rio P�blico encontrou uma s�rie de "regalias" no local, como aparelhos de ar condicionado, computadores e at� latas de cerveja. A inspe��o foi realizada na segunda-feira de Carnaval.