Um grupo de ex-ocupantes do pr�dio da Oi, no Engenho Novo, que estava acampado na frente da prefeitura do Rio, na Cidade Nova, h� uma semana, foi retirado do local durante a madrugada. Agora, o grupo est� na �rea externa da Catedral Metropolitana, no centro.
Jociara Chaves, de 24 anos, morava na casa da irm�, na Favela do Arar�, em Benfica, na zona norte da cidade, antes de decidir participar da ocupa��o do pr�dio da Oi. De acordo com ela, na a��o de retirada do grupo houve uso de spray de pimenta por parte da Guarda Municipal e da Tropa de Choque da Pol�cia Militar.
“N�s ficamos com medo, eles cercaram a gente. Uma hora da manh� chegou o povo do abrigo [da Secretaria de Desenvolvimento Social], chamando a gente para ir para o abrigo, falamos que n�o queremos abrigo e pedimos para eles se retirarem na educa��o, ningu�m tratou ningu�m mal. Mas quando eles sa�ram, a tropa j� estava arrumada para tirar a gente dali, chegaram com muito armamento para intimidar a gente e jogaram spray de pimenta”.
Para Elo�sa Samy, a solu��o apresentada at� o momento pela prefeitura, de levar o grupo para um abrigo, � paliativa para a gravidade da situa��o. “Essas pessoas foram removidas da Favela da Telerj [pr�dio da Oi] violentamente. Eles perderam tudo o que tinham, perderam bens pessoais, documento de identidade, foram simplesmente jogadas na rua e ningu�m quer assumir a responsabilidade por elas. A prefeitura e os secret�rios de Habita��o e de Governo s� falam em abrigo, mas se elas forem para l� v�o ficar esquecidas”, disse.
A advogada denuncia que os nomes das pessoas cadastradas durante a semana foram entregues � pol�cia. “Essas 400 pessoas acreditavam que estavam fazendo um cadastro social e esse cadastro foi levado para a 25ª Delegacia de Pol�cia (DP). Essas pessoas est�o indiciadas por invas�o do pr�dio da Oi. Olha tamanha farsa que foi feita com essas pessoas, faz�-las acreditar que estariam fazendo um cadastro social e isto est� sendo usado para criminaliz�-las”.
De acordo com a Pol�cia Civil, o delegado Leandro Ferreira, da 25ª DP, de fato pediu o cadastro para a prefeitura, mas n�o significa que todas as pessoas ser�o indiciadas. A inten��o do delegado � ouvir todas elas para identificar as lideran�as envolvidas no processo de invas�o.
A Pol�cia Militar informou que o grupo que passou a madrugada em frente � prefeitura resolveu caminhar at� a Candel�ria e em seguida se dirigiu � Catedral. “O Batalh�o de Choque foi chamado para impedir uma tentativa de invas�o. No momento, o 5º BPM (Centro) refor�a o patrulhamento do local e acompanha a movimenta��o”, diz nota da PM.
O Auto da Paix�o de Cristo, que seria encenado na Catedral, foi cancelado, bem como outras atividades na igreja.
Por meio de nota, a Arquidiocese informou que se ofereceu para “mediar uma solu��o ainda que parcial, uma vez que o per�odo de feriados n�o permite solu��es mais definitivas”.
“A Arquidiocese do Rio de Janeiro lamenta que existam pessoas que ainda sofram em virtude da aus�ncia de moradia e sejam manipuladas por outros interesses. A Catedral permanecer� fechada. O Sr. Cardeal, em solidariedade a todos os necessitados realizar� as celebra��es pascais em comunidades que experimentam a pobreza aguda e que ser�o informadas oportunamente”.
A prefeitura foi procurada pela reportagem, mas n�o retornou o contato.