
De acordo com o depoimento de Edelv�nia � pol�cia, o assassinato de Bernardo foi planejado pela madrasta, Graciele, sem o conhecimento de Leandro. "Ele n�o sabia, mas, futuramente, ele ia dar gra�as de se livrar do inc�modo, porque Bernardo era muito agitado", teria ouvido da madrasta do menino. A �nica certeza da pol�cia at� o momento � a de que o m�dico tentou ocultar o crime. Por�m, sua participa��o efetiva ainda � d�vida.
Caso tenham acesso ao sigilo banc�rio do trio, cuja quebra foi pedida pela delegada Caroline Bamberg, que preside o inqu�rito, os policiais poder�o identificar se a quantia citada por Edelv�nia - quase R$ 96 mil -, referente ao que precisava para quitar um apartamento e acertado como pagamento com Graciele para ajudar no crime, foi movimentada. "Era muito dinheiro e n�o teria sangue nem faca, era s� abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino", teria dito Edelv�nia � pol�cia, em seu depoimento.
Se o dinheiro saiu da conta conjunta do casal, isso implicaria Leandro no planejamento do assassinato. A dificuldade que a pol�cia enfrentar� � que, conforme Edelv�nia, do dinheiro prometido apenas uma pequena parte, de R$ 6 mil, lhe foi entregue. Em 4 de abril, Bernardo foi levado � cidade de Frederico Westphalen, vizinha a Tr�s Passos, com a justificativa de visitar uma "benzedeira". Conforme o depoimento de Edelv�nia, ela e Graciele, cujo apelido � Kelly, "mandaram ele deitar sobre uma toalha de banho de cor azul. Que Kelly aplicou na veia do bra�o esquerdo com uma seringa e ele foi apagando". Nenhuma das duas conferiu se Bernardo ainda tinha pulsa��o ao ser enterrado. Ele foi despido e colocado na cova, feita dias antes por Edelv�nia. Graciele jogou soda , para que o corpo fosse consumido mais r�pido, e encobriu o corpo do menino com pedras e terra.
Segundo Edelv�nia , Graciele lhe confidenciou que j� pensava em matar o menino h� tempo. Teria, inclusive, tentado asfixi�-lo. Essa tentativa foi narrada por Bernardo a uma bab�, que avisou a av� materna do garoto, Jussara Uglione. Por meio de seu advogado Jussara comunicou a rede de prote��o � crian�a de Tr�s Passos - Conselho Tutelar e MP -, mas aparentemente a resposta tardou a ser dada.
Edelv�nia disse que os R$ 6 mil recebidos como parte do pagamento pela ajuda no assassinato de Bernardo foram usados por ela para pagar uma parcela do apartamento comprado por R$ 96 mil. O acerto total seria de R$ 20 mil. Entretanto, Graciele teria se disposto a pagar o total que faltava para quitar o apartamento.

As fam�lias de Leandro Boldrini, 38 anos, e Graciele Ugulini, 32, pai e madrasta do menino Bernardo Boldrini disputam informalmente a guarda da filha do casal, de 1 ano e seis meses. Desde que Leandro e Graciele foram presos como os principais suspeitos pela morte do menino, que teve ainda a participa��o da assistente social Edelv�nia, a crian�a est� sob os cuidados da irm� de Graciele, de nome Simone, que mora na cidade ga�cha de Santo �ngelo.
Paulo Boldrini, irm�o de Leandro, no entanto, manifestou interesse em ficar com a menina. Morador da cidade de Campo Novo, vizinha a Tr�s Passos, onde o casal Leandro e Graciele vivia junto com Bernardo, Paulo cuida da granja da fam�lia. E afirma ter combinado com os Ugulini que se responsabilizaria pela sobrinha. Simone, por�m, teria mudado de ideia e, agora, decidido permanecer com o beb�.
Ainda segundo Paulo Boldrini, Simone n�o teria condi��es de cuidar da crian�a. M�e de um menino, ela estaria desempregada e sem resid�ncia fixa. Pensando nisso, ele deve procurar a Justi�a nesta ter�a-feira, 22, para entrar com um pedido de guarda do beb�. A reportagem tentou,sem sucesso, localizar Simone para comentar o assunto.