
A Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) pediu que a Pol�cia Federal participe da investiga��o sobre a morte do ex-agente do Centro de Informa��es do Ex�rcito, Paulo Malh�es, ocorrida na noite dessa quinta-feira, em sua resid�ncia em Nova Igua�u. O coordenador da comiss�o, Pedro Dallari, entrou em contato com o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, no in�cio da tarde desta sexta-feira, para solicitar que a PF acompanhe o trabalho da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro no caso.
Para a CNV, a eventual rela��o do crime com as revela��es feitas por Malh�es � Comiss�o Nacional da Verdade, � Comiss�o Estadual da Verdade do Rio e � imprensa deve ser investigada "com rigor e celeridade". "Por se tratar de uma situa��o que envolve investiga��o conduzida pela CNV, que � �rg�o federal , pedi que a Policia Federal fosse acionada para acompanhar as investiga��es conduzidas pela Pol�cia Civil do Rio", afirmou Dallari.
Mais cedo, o presidente da Comiss�o Estadual da Verdade (CEV) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, disse que a morte do coronel pode estar relacionada ao depoimento prestado em mar�o. "Na minha opini�o, � poss�vel que o assassinato do coronel Paulo Malh�es tenha sido queima de arquivo", afirmou Damous.
Segundo o presidente da CEV, Malh�es foi um agente importante da repress�o pol�tica na �poca da ditadura e era detentor de muitas informa��es sobre fatos que ocorreram nos bastidores naquela �poca. "� preciso que seja aberta com urg�ncia uma investiga��o na �rea federal para apurar os fatos ocorridos no dia de hoje. A investiga��o da morte do coronel Paulo Malh�es precisa ser feita com muito rigor porque tudo a leva a crer que ele foi assassinado", disse Damous.
Tortura
Em mar�o, Malh�es prestou depoimento � Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) e revelou ter participado de torturas de opositores do regime militar, durante a ditadura. Disse ainda ter sido o respons�vel pelo sumi�o do corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. Demonstrando frieza, o militar admitiu que torturou, matou e mutilou corpos, arrancando dentes e as pontas dos dedos das v�timas. O procedimento, segundo ele, era necess�rio para para impossibilitar a identifica��o dos mortos. Perguntado se tinha arrependimento, o coronel afirmou que "n�o tinha outra solu��o" e que matou "tantos quanto foram necess�rios".
O corpo de Malh�es foi encontrado s�tio em que morava em Nova Igua�u, na Baixada Fluminense, com marcas de asfixia, segundo a Pol�cia Civil. De acordo com o relato da vi�va Cristina Batista Malh�es, tr�s homens invadiram o s�tio de Malh�es na noite desta quinta-feira, 24, � procura de armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divis�o de Homic�dios da Baixada que estiveram na propriedade. Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um c�modo, das 13h �s 22h desta quinta-feira.
