Ap�s um dia inteiro em frente ao Minist�rio da Justi�a (MJ) e cerca de duas horas de reuni�o com o ministro Jos� Eduardo Cardozo, nada mudou no panorama das demarca��es de terras ind�genas, na avalia��o das lideran�as que participaram do encontro. “O ministro disse que vai insistir nas tentativas das mesas de di�logo. Ele acredita que o que est� fazendo � a decis�o mais acertada, mas achamos que � o maior erro, por beneficiar acordos pol�ticos”, disse o cacique Wilton Tux�.
Antes de ir embora, �ndios acorrentaram a bandeira do Brasil, localizada em frente ao MJ e a pintaram com urucum, um pigmento vegetal vermelho, simbolizando sangue. Alguns �ndigenas sa�ram chorando do encontro. “Agora � guerra”, disseram, ao deixar o pr�dio. Mais cedo, quatro manifestantes se acorrentaram ao mastro da bandeira.
Cardozo n�o conversou com a imprensa ap�s a reuni�o. Em nota, o minist�rio disse que ele “garantiu que a pasta est� empenhada em encontrar solu��es para as quest�es apresentadas por meio da media��o”.
A movimenta��o come�ou cedo em frente ao minist�rio. Cerca de 350 �ndios, conforme estimativa da Pol�cia Militar do Distrito Federal, passaram o dia no local tentando uma audi�ncia com Cardozo. O ministro recebeu o grupo por volta das 17h. Enquanto 18 representantes ind�genas e um quilombola dialogavam com o ministro e com a presidenta da Funda��o Nacional do �ndio (Funai), Maria Augusta Assirati, os outros cantavam e dan�avam do lado de fora.
Povos ind�genas de 120 etnias de todo o pa�s est�o reunidos em Bras�lia para a Mobiliza��o Nacional Ind�gena em Defesa dos Direitos Territoriais dos Nossos Povos, movimento que reivindica mais rapidez no processo de demarca��o de terras ind�genas no pa�s. Hoje, diante do Minist�rio da Justi�a, os �ndios tamb�m questionaram o andamento das mesas de negocia��o instaladas em v�rios estados. Nelas, governo, lideran�as ind�genas e representantes dos produtores rurais discutem poss�veis indeniza��es aos agricultores e cess�o das terras aos �ndios, respeitando estudos antropol�gicos pr�vios.
Eles tamb�m questionam a possibilidade de regulamenta��o do Decreto 1.775/96, que trata da necessidade de estabelecer crit�rios desenvolvidos por antrop�logos para a demarca��o e, em seguida, submeter os estudos � aprecia��o do ministro da Justi�a. Os �ndios temem a redu��o de suas terras nas demarca��es em fun��o de uma poss�vel influ�ncia pol�tica a favor dos agricultores no processo.