
Em assembleia na tarde deste domingo, os metrovi�rios de S�o Paulo decidiram manter a greve da categoria, iniciada na �ltima quinta-feira. Nos �ltimos quatro dias, a paralisa��o afetou cerca de 3,9 milh�es de pessoas e tem provocado transtornos. A decis�o foi tomada ap�s o julgamento da greve pelo Tribunal Regional do Trabalho de S�o Paulo (TRT-SP), que considerou a paralisa��o abusiva e determinou uma multa de R$ 500 mil por dia, caso os metrovi�rios n�o voltem imediatamente ao trabalho.
A manh� desta segunda-feira foi marcada pela expuls�o dos grevistas das imedia��es da esta��o Ana Rosa, na Zona Sul da cidade. Durante a madrugada, os manifestantes atearam fogo em pneus e fizeram piquete na porta da entrada do metr�. Eles foram dispersados pela tropa de choque da PM, que usou bombas de efeito moral e g�s lacrimog�neo. A esta��o foi reaberta ap�s a dispers�o dos manifestantes. Menos da metade das 65 esta��es metrovi�rias est�o abertas e a Companhia de Engenharia de Tr�fego de SP registrou 144 quil�metros de lentid�o.
Na assembleia desse domingo, o presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres, discursou pela manuten��o do movimento e atacou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Com ou sem greve, pode haver demiss�es. O governador odeia a gente. Esses caras s�o financiados por empresas”, afirmou. “Tem uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Estamos em um momento �nico. Tem tamb�m elei��es no fim do ano. Os protestos do ano passado entraram na nossa mente”, disse Prazeres.
O dirigente tamb�m convocou uma nova assembleia para esta segunda-feira, �s 13h. Durante a assembleia, quatro pessoas falaram a favor da greve e quatro se pronunciaram contra a greve. A continuidade da greve foi decidida pela maioria das pessoas presentes. Funcion�rios que falaram contra a continuidade da greve foram vaiados. “A nossa greve j� � vitoriosa. N�s fomos � mesa de negocia��o, aceitamos conversar. N�s resolvemos jogar esse jogo e agora veio a decis�o da Justi�a”, disse um trabalhador.
Justi�a
Na decis�o desse domingo, a Justi�a fixou o reajuste salarial da categoria em 8,7%, valor proposto pelo Metr� na �ltima negocia��o. Atualmente, o piso salarial dos metrovi�rios � de R$ 1.323,55. Inicialmente, o pedido de reajuste feito pelo sindicato era de 35,5%, valor escolhido por ser o mesmo que uma comiss�o do Senado aprovou para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em maio passado. Na quarta-feira (4), tamb�m em reuni�o no TRT, a categoria diminuiu o pedido para 16,5%. No dia seguinte, os trabalhadores baixaram a reivindica��o para 12,2%.
Os metrovi�rios t�m conseguido aumentos salariais maiores que a infla��o e que a m�dia obtida pelos empregados do setor de transportes. Enquanto os empregados do setor tiveram 4,9% de aumento real entre 2011 e 2013, segundo o Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos Econ�micos (Dieese), os metrovi�rios tiveram 6,26%.
As esta��es do metr� abriram as portas ontem com mais de uma hora de atraso. O hor�rio normal para o in�cio da circula��o dos trens � �s 4h30, mas com a greve dos metrovi�rios as esta��es come�aram a funcionar por volta de 6h. Na linha 1-azul, est�o abertas as esta��es de Ana Rosa a Luz; na linha 2-verde, funcionam as esta��es de Ana Rosa a Vila Madalena; na linha 3-vermelha, os trens circulam da esta��o Bresser-Mooca � esta��o Marechal Deodoro. A linha 4-amarela, que opera sob concess�o e por isso n�o foi afetada pela greve, tem circula��o de trens interrompida entre as esta��es Faria Lima e Paulista neste domingo, devido a obras de expans�o. A linha 5-lil�s funciona normalmente.