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Estado de Minas

Militares pedem sa�da da imprensa e ficam calados na Comiss�o da Verdade


postado em 29/07/2014 14:41

Tr�s militares que foram convocados na manh� desta ter�a-feira (29) para prestar depoimento na Comiss�o Nacional da Verdade (CNV) pediram que a imprensa se retirasse da sala de audi�ncia p�blica e, ainda assim, n�o responderam �s perguntas dos membros do colegiado. Nesta semana, est�o previstos depoimentos de 20 militares convocados e de um convidado no Arquivo Nacional, para tratar de 11 temas como o atentado � bomba no Riocentro, a Casa da Morte de Petr�polis e a morte do deputado Rubens Paiva.

Na manh� desta ter�a-feira, seriam ouvidos o general reformado Nilton de Albuquerque Cerqueira e os capit�es Jacy e Jurandyr Ochsendorf, todos defendidos pelo advogado Rodrigo Roca, que orientou seus clientes a ficarem em sil�ncio. "A quest�o n�o � colaborar, nem se defender. � evitar que erros hist�ricos se repitam e acabem virando uma verdade", disse o advogado, afirmando que a comiss�o foi induzida a um "erro hist�rico" ao divulgar uma foto do acidente em que morreu a estilista Zuzu Angel, na qual aparece o coronel Freddie Perdig�o. A imagem foi entregue � CNV pelo ex-delegado do Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops) Claudio Guerra.

"Com esse engano, causou-se um transtorno muito grande, acredito eu, para os parentes e para os companheiros de farda [do coronel Perdig�o]. Quem declarou isso a Vossa Excel�ncia, ou se enganou, ou te enganou, que � pior ainda", disse o advogado ao coordenador da CNV, Pedro Dallari.

Dallari classificou a justificativa de incoerente: "Se h� erro, o erro s� pode ser corrigido com depoimentos, com elementos e com documentos. N�o com sil�ncio. A declara��o de que [o convocado ou convidado] n�o vai se manifestar sobre um assunto n�o ajuda na investiga��o", disse Dallari. Ele ressaltou que a foto do acidente foi recebida de uma testemunha de grande credibilidade, que participou ativamente dos eventos. "N�o podemos aceitar que haja contesta��o das informa��es por quem se nega a prestar depoimento, porque a� seria uma invers�o da pr�pria l�gica do processo de investiga��o."

Apesar de lamentar, o coordenador da comiss�o, no entanto, minimizou: "� claro que, para a CNV, seria muito importante que houvesse mais colabora��o, mas eu diria que j� temos elementos suficientes. A fala deles era importante do ponto de vista do direito de defesa, de eles poderem apresentar a sua vers�o dos fatos. Para mim, essa estrat�gia pode fazer sentido juridicamente, embora, do ponto de vista da imagem, seja p�ssima, porque quem fala que n�o tem nada a declarar em geral � quem � culpado. Se eles fossem inocentes, apresentariam a sua vers�o dos fatos."

O general Nilton Cerqueira comandava a Pol�cia Militar do Rio de Janeiro na �poca do atentado do Riocentro, em 1981, e h� um of�cio em seu nome que pede a retirada do policiamento no dia do show em que ocorreria o atentado. Em outra audi�ncia p�blica sobre o caso, a CNV apontou essa estrat�gia como uma das formas de contribuir com o clima de terror no epis�dio, em que a bomba acabou explodindo no carro com os militares dentro. A participa��o de Nilton tamb�m � apontada no Araguaia e na Opera��o Paju�ara, em que foi morto o l�der militante Carlos Lamarca, na Bahia. "Ele esteve relacionado diretamente a esses eventos. � protagonista de eventos dram�ticos da hist�ria do Brasil".

Mais de dez perguntas foram feitas a Nilton, e nenhuma foi respondida. De acordo com a advogada Rosa Cardoso, integrante da CNV, ele disse apenas que pediu para os jornalista deixarem o sal�o porque "a imprensa distorce tudo" e afirmou "que era um absurdo a comiss�o investigar o fato 30 anos depois".

Os irm�os Jacy e Jurandyr s�o apontados como participantes da farsa montada para sustentar a vers�o de que o deputado Rubens Paiva foi resgatado por guerrilheiros e fugiu, encobrindo o fato de ter sido torturado e morto. "Estavam vinculados ao DOI-Codi e participaram diretamente da opera��o de simula��o da fuga de Rubens Paiva. Depois, a comiss�o apurou que Rubens Paiva n�o fugiu, foi executado no DOI-Codi, e o que se fez foi forjar a fuga do parlamentar. Os capit�es Jacy e Jurandyr tiveram participa��o direta no evento, como foi relatado por um colega deles."

Antes do depoimento de Jurandyr, membros da CNV chegaram a insistir que ele falasse, e, se n�o fosse falar, que a imprensa pudesse acompanhar as perguntas. Em resposta, o militar respondeu apenas que "permaneceria calado" e que "preferia a aus�ncia da imprensa". O jurista Jo�o Paulo Cavalcanti Filho, que pediu a perman�ncia da imprensa, classificou a posi��o de uma "deseleg�ncia", j� que os jornalistas tiveram que sair do sal�o no in�cio de cada depoimento. Cinegrafistas e fot�grafos foram impedidos pela seguran�a pela Pol�cia Federal de fazer imagens do embarque dos dois �ltimos depoentes, Jacy e Jurandyr, em carros no p�tio interno do Arquivo Nacional.


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