Aguardada como a �nica solu��o para recuperar o Sistema Cantareira, a chuva acima da m�dia nos reservat�rios n�o foi suficiente para elevar o n�vel de dois dos seis mananciais que abastecem a Grande S�o Paulo no m�s de setembro. Tanto o Sistema Alto Tiet�, o segundo maior que atende a regi�o metropolitana, quanto o Rio Claro, o menor deles, registraram no m�s passado uma pluviometria acumulada de 22% e 33,3% acima da m�dia hist�rica do m�s, respectivamente.
No Alto Tiet�, cujos reservat�rios ficam entre Sales�polis e Suzano, na regi�o leste da Grande S�o Paulo, o volume registrado no m�s passado foi de 103,1 mil�metros, dos quais 64 mil�metros s� na forte chuva da �ltima sexta-feira, ante 84,5 mil�metros da m�dia hist�rica.
Mesmo assim, o n�vel do manancial caiu 18,8% no m�s, de 15,4% da capacidade no dia 1.º para 12,5% nesta ter�a-feira, 30. Com 521 bilh�es de litros de volume m�ximo, o Alto Tiet� abastece hoje cerca de 4 milh�es de pessoas, sendo 1 milh�o que recebiam �gua do Cantareira antes da crise de estiagem.
J� no Rio Claro, a pluviometria acumulada em setembro foi de 196,1 mil�metros, ante a m�dia hist�rica de 147 mil�metros. Apesar das chuvas, o n�vel do sistema, que tem capacidade de 13 bilh�es de litros, caiu de 74,2% no in�cio do m�s para 61,8% ontem, queda de 16,71%.
Assim como o Alto Tiet�, o Rio Claro tamb�m tem sido usado pela Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp) para socorrer regi�es atendidas pelo Cantareira. Enquanto a empresa reduziu em cerca de 10 mil litros por segundo o volume de �gua retirado do principal sistema, o Alto Tiet� e o Rio Claro tiveram a capacidade de produ��o de �gua ampliada na crise.
"Imagine uma caixa d’�gua onde voc� despeja um copo cheio por dia e retira tr�s para beber. N�o tem como o n�vel das represas subir com esse d�ficit", afirma Ideval Souza Costa, ge�logo da USP.
Segundo a Sabesp, "� incorreto avaliar a recupera��o dos mananciais apenas considerando a pluviometria". "� preciso que as chuvas sejam cont�nuas, a terra est� seca e no in�cio absorve toda a �gua", afirma. "Setembro � s� in�cio das chuvas e uma transi��o entre o per�odo seco e o chuvoso", completa.