As emiss�es de gases de efeito estufa cresceram em todos os setores no Brasil, atingindo 1,57 bilh�o de toneladas de CO2 equivalente em 2013 - aumento de 7,8% em rela��o ao ano anterior. Essas s�o as conclus�es da edi��o 2014 do Sistema de Estimativas de Emiss�es de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observat�rio do Clima.
Houve aumento das emiss�es nos cinco setores estudados: mudan�a de uso da terra - ligado � devasta��o de florestas -, energia, agropecu�ria, ind�stria e res�duos. “O setor que mais contribuiu para esse quadro, com um aumento de 16,4% das emiss�es, foi o de mudan�as do uso da terra, sob o impacto do aumento do desmatamento na Amaz�nia e no Cerrado”, disse Rittl.
Em segundo lugar, de acordo com ele, vem o setor de energia, que teve aumento de 7,8%, “Esse crescimento foi influenciado pelo aumento no uso de energia termel�trica, dos investimentos em fontes f�sseis e do consumo de gasolina e diesel para transporte”, declarou.
Em 2013, o setor de mudan�a de uso da terra foi tamb�m respons�vel por mais de um ter�o das emiss�es, 35%. O setor de energia aumentou a participa��o para 30% das emiss�es, seguido por agropecu�ria (27%), processos industriais (6%) e res�duos (3%).
A edi��o 2014 do SEEG tamb�m fez estimativas de emiss�es por Estado. Os maiores emissores foram Par� (11,2%), Mato Grosso (9,4%), S�o Paulo (8,5%) e Minas Gerais (7,5%). Especificamente no setor de mudan�as do uso do solo, S�o Paulo lidera as emiss�es, com 12,9%, seguido por Minas Gerais (9,8%) e Rio Grande do Sul (7,2%).
Para Rittl, o aumento das emiss�es j� era esperado. "No ano passado tivemos aumento de 29% do desmatamento na Amaz�nia, o que n�o � nada desprez�vel. Ao mesmo tempo, registramos um crescimento do uso de energia de fontes f�sseis. Infelizmente, nossa expectativa se concretizou”, disse.
Segundo Rittl, o aumento das emiss�es mesmo em um per�odo de baixo crescimento econ�mico indica que houve um relaxamento do controle de desmatamento, “Tamb�m contribu�ram com esse quadro as mudan�as no C�digo Florestal e aos investimentos em matrizes f�sseis de energia, que v�o na contram�o das diretrizes para uma economia de baixo carbono."
Aumento previsto
Em an�lise dos dados do SEEG feita em agosto, o Observat�rio do Clima j� detectara que o per�odo de redu��o das emiss�es no Brasil poderia estar chegando ao fim. Segundo Rittl, entre 2004 e 2012 as emiss�es ca�ram pela metade no Brasil, gra�as � queda de mais de 70% nas taxas de desmatamento da Amaz�nia naquele per�odo.
Mas, enquanto isso, houve aumento de emiss�es em outros setores. “A dr�stica redu��o do desmatamento na �ltima d�cada parece ter criado uma zona de conforto que mascarou o crescimento persistente nos outros setores e levou a um relaxamento da prote��o das florestas”, disse o secret�rio geral.
Segundo ele, a participa��o das fontes renov�veis na matriz energ�tica caiu de 48% para 41% nos �ltimos cinco anos. “Desde 2009, quando o Brasil lan�ou metas de redu��o de emiss�es at� 2020, n�o se fez nenhum esfor�o para colocar nossa economia em uma trajet�ria sustent�vel”, afirmou.