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Estado de Minas

Anistia vai � ONU por falta de apura��o de crimes contra jovens negros na Bahia

Sumi�o de adolescentes negros na Bahia mobiliza entidade internacional. Testemunhas denunciam participa��o policial


postado em 06/12/2014 06:00

Rute Silva, mãe de Davi, de 16 anos, desaparecido desde 24 de outubro (foto: Fernando Frazão/Agência Brasil )
Rute Silva, m�e de Davi, de 16 anos, desaparecido desde 24 de outubro (foto: Fernando Fraz�o/Ag�ncia Brasil )

A Anistia Internacional (AI) vai denunciar � Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) a morte e o sumi�o de jovens na Bahia. A entidade foi procurada por um grupo de pais que tiveram os filhos mortos ou sequestrados, com relatos de participa��o policial e de imobilismo nos inqu�ritos, que, em muitos casos, permanecem sem conclus�o. O assessor de Direitos Humanos da AI, Alexandre Ciconello, ouviu o relato de cinco m�es e um pai, que ainda aguardam uma resposta mais clara do Estado. Em todos os casos, os jovens s�o negros e de fam�lias humildes. “N�s continuamos a ver jovens negros sendo assassinados, sequestrados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de justi�a. H� o caso do Davi Fiuza, que desapareceu h� 40 dias, depois de uma abordagem da pol�cia. Outras m�es aqui tiveram os filhos assassinados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de resposta efetiva do Estado”, disse Ciconello.

Rute Silva, m�e de Davi, relatou que o filho de 16 anos foi sequestrado quando estava observando uma opera��o da pol�cia, em 24 de outubro. “�s 7h30, houve uma opera��o policial no Bairro Vila Verde e meu filho, como todo menino curioso, ficou olhando. De repente, ele foi encapuzado, teve amarrados os p�s e as m�os e acabou jogado em um carro descaracterizado. Havia muitas viaturas da pol�cia por perto, segundo as testemunhas. Desde ent�o, procurei todos os meios legais e jur�dicos, fui ao Instituto M�dico Legal, aos campos de desova de cad�veres, mas nada”, contou.

De acordo com o integrante da AI, o caso de Davi ser� levado � ONU e outros casos de desaparecidos possivelmente � Organiza��o dos Estados Americanos (OEA). “No caso do Davi, h� um grupo de trabalho das Na��es Unidas sobre desaparecidos que j� nos procurou para apresentar esse caso formalmente ao comit�.” Ciconello disse que h� uma dificuldade institucional do governo da Bahia em dar uma resposta sobre o assunto. “N�o s�o casos isolados, h� uma dificuldade da corpora��o, da Secretaria de Seguran�a P�blica, em agir nesses casos, principalmente quando h� envolvimento de policiais. Temos muitos relatos de grupos de exterm�nio. Os mecanismos de controle da atividade policial na Bahia s�o muito fr�geis. A corregedoria acabou de arquivar o caso do Davi, com testemunhas dizendo que ele foi abordado pela Pol�cia Militar.”

Ele informou que a Anistia Internacional acaba de iniciar uma campanha mundial sobre o caso de Davi. “O que a gente busca fazer, como no caso do Amarildo (ajudante de pedreiro desaparecido no Rio de Janeiro ap�s abordagem policial), � o constrangimento dos governos, de mobilizar as pessoas para cobrar as investiga��es. Oficialmente, dizem que v�o apurar, mas n�o h� medidas efetivas de responsabiliza��o e de parar com esse modus operandi da pol�cia. Tamb�m h� uma culpabiliza��o das v�timas e de suas fam�lias.”

Procurada pela reportagem da Ag�ncia Brasil, a Secretaria de Seguran�a P�blica da Bahia informou, em nota, que todas as medidas cab�veis est�o sendo tomadas. Segundo o �rg�o, os policiais que estavam de plant�o no dia do desaparecimento de Davi est�o sendo ouvidos no inqu�rito. A secretaria informou que, entre 2013 e este ano, 104 policiais foram demitidos, gra�as ao trabalho das corregedorias.


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