
Sob protestos e clamor por justi�a, as fam�lias das v�timas da maior chacina da hist�ria de S�o Paulo velaram e sepultaram, na manh� deste s�bado, os 18 mortos nos cemit�rios municipais de Osasco e Barueri. Os parentes das v�timas executadas por mascarados na noite de quinta-feira, 13, cobraram as autoridades paulistas para que os assassinos sejam presos o quanto antes. A for�a-tarefa da Secretaria da Seguran�a P�blica suspeita que policias militares foram respons�veis pela s�rie de execu��es.
Os criminosos utilizaram dois carros, uma moto e fizeram os disparos em nove pontos em um intervalo de 3h15. At� a tarde de sexta-feira, 14, ningu�m havia sido preso. “Precisam investigar. Ningu�m sabe o que motivou essa guerra”, afirmou o motorista Carlos Antonio de Oliveira, pai do ajudante de obra Igor Oliveira, de 19 anos, executado com tiros no rosto em um bar de Osasco. Ele estava em outro bar na hora, pr�ximo do local onde o jovem foi assassinado.
Na noite do ataque, Oliveira ouviu os tiros, mas pensou tratar-se de armas de chumbinho. “Um vizinho avisou, corri l� e vi o corpo dele. Fui ver se dava para socorrer, mas tinha tomado um tiro no rosto”, lamentou. O ajudante foi enterrado com uma camisa do Palmeiras. Ele era o segundo filho mais velho de cinco irm�os.
Justi�a

Silva n�o estudava e fazia bicos como entregador em um mercado de Osasco. O jovem namorava a adolescente Larissa Silva de Jesus, de 14 anos, gr�vida de 3 meses. “Vou cuidar desse neto e dessa menina como se fossem meus filhos. Esse beb� vai ser um peda�o do Rodrigo.”
O operador de m�quinas Jonas de Santos Soares, de 33 anos, foi enterrado ao lado de Oliveira. Eram amigos de inf�ncia. Ele deixou tr�s filhos pequenos, de 4, 7 e 8 anos. “Espero a justi�a de Deus. Sobre a da terra, nem sei o que esperar mais”, disse a mulher de Soares, Angela Maria Pereira, casada com ele h� 12 anos. De acordo com ela, o marido estava de folga no dia e disse que ia beber uma �ltima cerveja, antes de ir para casa. “N�o usava drogas, era um homem trabalhador”, afirmou.
Caseiro
Familiares e amigos do conferente Eduardo Cesar, de 25 anos, estavam desde �s 8 horas no cemit�rio de Osasco. “N�o tinha briga com ningu�m. Era um pai de fam�lia, inocente”, disse a irm�, Denise Bernardino, de 24 anos. Ela teme que outras pessoas possam ser mortas. “Quem fez isso deve estar rindo agora. Deve estar planejando fazer o que fizeram ao meu irm�o com mais gente.” Ele tinha uma filha que havia completado dois anos em julho. “N�o fez nada de errado. Pelo contr�rio, quando eu aprontava alguma coisa, ficava na rua, ele mandava ir pra casa. Era um cara caseiro”, disse o irm�o Marcos Roberto Cezar, de 34 anos.