Depois de rezar com os fi�is por Francisco Erasmo de Lima e Luiz Ant�nio da Silva, que morreram sexta-feira no tiroteio � porta da Catedral da S�, o cardeal-arcebispo de S�o Paulo, d. Odilo Scherer, pediu hoje que ningu�m deixe de ir a essa igreja por medo da viol�ncia, "porque fatos como esse podem ocorrer em qualquer lugar".
"As pessoas podem ser levadas a ligar a viol�ncia da regi�o da Pra�a da S� � Catedral, mas isso n�o seria correto, pois o interior do templo � um lugar tranquilo e conta com uma vigil�ncia atenta para proteger seus frequentadores", disse o cardeal. "As nossas portas continuar�o abertas para todos aqueles que v�m aqui em busca de miseric�rdia e perd�o", prometeu.
Os moradores de rua s�o a presen�a mais constante na Catedral, informou o cardeal. "Eles v�m para rezar, descansar e at� mesmo para tirar uma soneca", observou. Frequentemente, s�o convidados para celebra��es feitas especialmente para eles. "O Reino de Deus � a boa nova para os pobres e a frequenta��o do templo deve manifestar isso", acrescentou.
D. Odilo adiantou que, para evitar a repeti��o de incidentes como o tiroteio de sexta-feira, a Arquidiocese poder� propor uma vigil�ncia mais qualificada em toda a Pra�a da S�. "Existe um esquema de seguran�a, por parte das autoridades, mas sempre � poss�vel melhorar", advertiu.
"Nossos vigilantes estiveram atentos e perceberam uma situa��o de conflito entre um homem e uma mulher dentro da igreja, mas ningu�m podia imaginar que a mulher fosse, em seguida, sofrer viol�ncia na escadaria", disse d. Odilo. Ele fez quest�o de ressaltar que o crime n�o ocorreu no interior do templo, mas fora dele.
Acompanhado de um de seus bispos auxiliares, d. Jos� Roberto Fortes Palau, e de 11 padres no altar, d. Odilo celebrou a missa para uma assist�ncia de mais de mil pessoas. Neste s�bado se comemora o anivers�rio da Dedica��o da Catedral a Nossa Senhora da Assun��o, data que atraiu mais gente do que de costume. Primeiro s�bado do m�s, � tamb�m o dia em que os Arautos do Evangelho, associa��o de padres e leigos, incluindo mulheres, prestam na S� culto especial a Nossa Senhora de F�tima.
Com seus h�bitos de cores bege e marrom, ros�rios na cintura e botas de cano longo, de desenho medieval, os Arautos dominaram o cerimonial da missa, cantando em latim e animando os fi�is com medita��es e exorta��es. Diferentemente da TFP (Sociedade de Defesa da Tradi��o, Fam�lia e Propriedade), que rompeu com a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os Arautos obedecem ao papa e aceitam a orienta��o dos bispos.