
Uma manifesta��o em frente � Vale, no Centro do Rio de Janeiro, reuniu nesta segunda-feira cerca 600 pessoas na estimativa dos manifestantes e 150 pelos c�lculos da Pol�cia Militar. Eles fizeram uma concentra��o nos jardins do Pal�cio Gustavo Capanema, pr�dio do Minist�rio da Cultura, que fica ao lado da sede da empresa.
Os manifestantes seguiram em caminhada at� a porta da empresa. Usando maquiagem e um pl�stico marrom que unia dez pessoas, o grupo encenou o derramamento de lama, que ocorreu ap�s o rompimento, no dia 5 deste m�s, de duas barragens da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. A onda de lama destruiu Bento Rodrigues, distrito de Mariana, e chegou a outras regi�es de Minas Gerais e do Esp�rito Santo.
As pessoas se organizaram pelo Facebook, ap�s o soci�logo Marcelo Castanhedo publicar uma mensagem marcando o evento para pedir puni��o para os respons�veis pela trag�dia. “Eu criei o evento junto com uma amiga e foi tendo ades�es de pessoas interessadas”, disse Marcelo.
Na quarta-feira, segundo o soci�logo, haver� uma concentra��o no Largo de S�o Francisco, no Centro do Rio, para analisar os efeitos da manifesta��o desta segunda. “O objetivo � criar um �mbito de discuss�o, que a gente n�o sabe se vai ser um f�rum, uma articula��o para debater a quest�o socioambiental com foco na minera��o, porque a gente acredita que o problema n�o � s� a Vale. A Vale � s� o come�o”, afirmou.
A economista Sandra Quintela, que participou do ato, disse que � preciso ter mais crit�rio na legisla��o que trata da minera��o. “Existe uma legisla��o que est� andando, em n�vel estadual em Minas Gerais, que flexibiliza ainda mais o licenciamento ambiental, o que � perigos�ssimo. A gente acha que tem que ter mais crit�rio. A minera��o � uma coisa que produz muitos danos, e a gente precisa repensar o que est� acima. A vida ou o lucro”.

No ato, foi lido o manifesto #N�oFoiAcidente em que os integrantes ressaltaram que o derramamento de milh�es de toneladas de lama t�xica foi um crime e vai levar tempo at� que se chegue � dimens�o exata dos danos causados. O texto indica ainda que a trag�dia � consequ�ncia da falta de respeito a quest�es de seguran�a tanto de trabalhadores como das comunidades pr�ximas. Pede ainda que o Congresso Nacional discuta mais o Novo C�digo de Minera��o.
“Est� na hora da sociedade civil se organizar em grupos e propor atrav�s de documentos e manifestos que tipo de minera��o a gente aprove ou n�o”, disse J�lio Barroso, produtor cultural que leu o manifesto durante a manifesta��o.
Em nota, a Vale informou que “respeita e valoriza o direito constitucional de livre manifesta��o”. A empresa diz ainda que, desde do dia 5, vem dando total apoio e assist�ncia �s equipes envolvidas no resgate e atendimento �s fam�lias atingidas, nos estados de Minas Gerais e do Esp�rito Santo.
“A Vale, mais uma vez, vem expressar que n�o medir� esfor�os para apoiar as a��es emergenciais nestas localidades, bem como ajudar na recupera��o ambiental do Rio Doce”, acrescentou.
Por causa da manifesta��o uma das pistas da Avenida Gra�a Aranha, pr�ximo ao pr�dio da Vale, ficou com o tr�nsito interrompido. O policiamento foi feito por 35 policiais militares sob o comandado do major Dutra. Segundo ele, a presen�a dos policiais foi para dar seguran�a aos participantes do ato.