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Estado de Minas

Pol�cia Federal investiga professor da UFRJ acusado de liga��o com terrorismo

Em carta divulgada com o apoio do Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas (CBPF), Adl�ne Hicheur nega as acusa��es que o levaram � pris�o


postado em 13/01/2016 16:06 / atualizado em 13/01/2016 16:54

Em 2012, Adlène foi condenado a cinco anos de prisão na França, sob a acusação de planejar atentados terroristas(foto: BERTRAND LANGLOIS/AFP)
Em 2012, Adl�ne foi condenado a cinco anos de pris�o na Fran�a, sob a acusa��o de planejar atentados terroristas (foto: BERTRAND LANGLOIS/AFP)
Tramita de forma sigilosa um inqu�rito aberto pela Pol�cia Federal para investigar o professor-visitante do Instituto de F�sica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adl�ne Hicheur. A informa��o foi dada ontem (12) pelo Minist�rio da Justi�a.

O pesquisador franco-argelino foi preso em 2009, na Fran�a, ap�s ser acusado de trocar mensagens que indicariam sua participa��o no planejamento de atos terroristas. Ap�s cumprir a pena, ele veio para o Brasil, onde est� desde 2013. Em carta divulgada com o apoio do Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas (CBPF), Hicheur nega as acusa��es que o levaram � pris�o.

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodu��o)
O comunicado da pasta da Justi�a diz ainda que n�o � poss�vel divulgar qualquer informa��o a respeito do assunto e  que "outros aspectos jur�dicos relativos ao caso est�o sendo analisados, em conjunto, pelos �rg�os t�cnicos do minist�rio".

O caso foi noticiado em reportagem da revista �poca desta semana. A revista publica tamb�m os di�logos entre Adl�ne e um homem que, segundo a publica��o, � apontado como terrorista pelo governo franc�s e adotava um pseud�nimo. De acordo com a mat�ria, na conversa, Hicheur sugere alvos para ataques, o que teria motivado sua pris�o.

O pesquisador afirma que a reportagem resgata "uma hist�ria velha" e se baseia em mentiras. Ele se defende dizendo que a investiga��o n�o sustenta o caso com fatos e evid�ncias. "A acusa��o n�o conseguiu apresentar nenhuma prova material para sustentar seus argumentos; n�o foi apresentada nenhuma prova de inten��o de cometer qualquer ato; nenhum 'ato violento' preciso foi mencionado como objetivo da alegada conspira��o; n�o foi apresentada nenhuma prova de identidade do chamado pseud�nimo, apenas hip�teses mostradas como 'informa��o de fonte confi�vel."

Sobre a reportagem, Hicheur afirma que se trata de "uma tentativa desonesta de destruir sua pessoa".

Hicheur lembra que estava de licen�a m�dica na casa dos pais, na Fran�a, quando foi preso. Na �poca, ele trabalhava no maior acelerador de part�culas do mundo, o LHCb, na Organiza��o Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), na Su��a. Integrante da equipe que trabalhou com Hicheur no Brasil, o coordenador do LHCb no Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas, Ignacio Bediaga, tamb�m divulgou carta na qual informa que Hicheur foi indicado pelo ent�o coordenador-geral do LHCb, professor Pierluigi Campana.

"Conhecedores da capacidade intelectual do Dr. Hicheur, bem como da sua capacidade de trabalho, aliado � necessidade que t�nhamos de terminar as an�lises dos dados de 2010 e 2011, achamos bem interessante a proposta feita pelo manager do experimento", diz Bediaga. Segundo Bediaga, o CBPF fez uma consulta a um embaixador brasileiro sobre poss�veis impedimentos � vinda de Hicheur. "A resposta foi negativa, j� que ele era cidad�o franc�s e j� havia cumprido a pena."

Bediaga diz que nunca teve problemas com Hicheur no per�odo em que foram da mesma equipe. "Podemos atestar que durante esses quase dois anos de trabalho conjunto, o Dr. Hicheur, al�m de realizar um trabalho excepcional, mostrou um comportamento moral e �tico exemplar, bem como uma grande disponibilidade em colaborar com o grupo. Em nenhum momento houve, da nossa parte, alguma percep��o de desvio de conduta da sua parte."

A carta explica ainda que Hicheur ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro como professor-visitante em meados de 2014, depois que terminou o est�gio de seu p�s-doutorado no CBPF. A UFRJ foi procurada pela Ag�ncia Brasil, mas n�o se manifestou.

Na �ltima segunda-feira (11), o ministro da Educa��o, Aluizio Mercandante, disse que a entrada de Hicheur no Brasil deveria ter sido bloqueada. "Uma pessoa que teve aqueles e-mails que foram publicados e foi condenada por pr�tica de terrorismo n�o nos interessa para ser professor no Brasil. N�o temos nenhum interesse nesse tipo de pessoa", declarou o ministro. De acordo com Mercadante, as provid�ncias cab�veis ser�o tomadas pelo Minist�rio da Justi�a e pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU). Procurada pela Ag�ncia Brasil, a AGU disse que "n�o foi demandada, at� o momento, a se manifestar sobre os aspectos jur�dicos que envolvem a situa��o do referido profissional no Brasil".

O Centro Brasileiro de Pesquisas F�sicas divulgou tamb�m uma carta em que pesquisadores de sua equipe declaram apoio ao franco-argelino. Assinam o documento os professores Aurelio Bay, da Escola Polit�cnica Federal de Lausanne, na Su��a; Pierluigi Campana, do Laborat�rio Nacional do Instituto Nacional de F�sica Nuclear de Frascati, na It�lia; John Ellis, da King's College de Londres, no Reino Unido; Jean-Pierre Lees, da Universidade Savoie Mont-Blanc, na Fran�a; e Monica Pepe-Altarelli, do Cern, na Su��a.

"Gostar�amos de manifestar nosso forte apoio ao colega", diz a carta em seu in�cio. "O professor Hicheur j� pagou um pre�o alto por sua troca de mensagens em 2009 com algu�m acusado de ser um membro da Al Qaeda. O professor Hicheur nunca cometeu, direta ou indiretamente, nenhum ato criminal ou terrorista. Ele cumpriu sua pena integralmente e tem trabalhado pacificamente no Brasil por muitos anos", acrescenta o texto dos pesquisadores.


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