
Os hospitais refer�ncia visitados pelo Cremerj foram o Souza Aguiar, Salgado Filho, Miguel Couto, Louren�o Jorge e Albert Schweitzer. Nahon afirmou que a rede p�blica n�o est� preparada para o aumento da demanda em raz�o do evento internacional. “O que encontramos � uma situa��o extremamento delicada. Numa sala amarela, por exemplo, com capacidade para sete pacientes, contamos 40. Havia outros 17 no corredor. Em todos os hospitais, a taxa de ocupa��o era de 100%”, explicou. No Souza Aguiar, no Centro do Rio, por exemplo, a fiscaliza��o, realizada um m�s antes da data de abertura das Olimp�adas, encontrou pacientes internados de forma improvisada em cadeiras e macas de transporte. “Algumas macas de ambul�ncias do Corpo de Bombeiros estavam retidas no servi�o de emerg�ncia, sendo utilizadas para interna��o de pacientes. Foram identificadas falta de alguns medicamentos e equipamentos para monitoramento de pacientes graves”, atesta o relat�rio de vistoria.
No Miguel Couto, a inspe��o diagnosticou que o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e a Unidade Coronariana (UCO) apresentavam todos os leitos ocupados. “No CER Leblon, unidade anexa ao Miguel Couto, fiscalizada no mesmo dia 7, a sala de emerg�ncia para pacientes adultos de m�dia gravidade estava superlotada, j� a emerg�ncia para pacientes de alta gravidade estavam com todos os leitos ocupado”, apontou o documento.
“Nossa maior preocupa��o � com um atendimento de m�ltiplas v�timas, que pode chegar a mais de 50 pacientes. Eles v�o ser colocados onde? Essa foi a nossa constata��o. Naquele momento, n�o tinha condi��es”, declarou Nelson Nahon. Ele salientou que uma das solu��es � a libera��o de verbas emergenciais para a sa�de. “O repasse atual � de 4% dos 12% do or�amento obrigat�rio”, informou.
Em nota, o Cremerj garantiu que levou o resultado das fiscaliza��es, bem como todos os relat�rios t�cnicos, para o secret�rio municipal de Sa�de, Daniel Soranz. No entanto, de acordo com o �rg�o, “o secret�rio recebeu os diretores do conselho de forma desrespeitosa e n�o chegou a analisar os relat�rios. Apesar do descaso, o Cremerj protocolou os relat�rios na Secretaria Municipal de Sa�de”.
SALA AMARELA Al�m da precariedade, o Cremerj relatou a falta de treinamento dos m�dicos. “Nessas vistorias, conversamos com os platonistas. Eles informaram que tinham todo o planejamento, mas, quando fomos fiscalizar se o treinamento j� havia sido feito, informaram que s� em 1º de agosto, na semana de abertura”, disse. No Salgado Filho, em caso de m�ltiplas v�timas, a vistoria foi comunicada que os pacientes da sala amarela seriam relocados para uma cantina desativada. “� muito improviso. Na Barra, onde ocorre 50% dos eventos, a refer�ncia � o Louren�o Jorge. Feridos mais graves teriam que ser colocados em ambul�ncias e levados para outro local.”
O m�dico Luis Fernando Correia, que foi coordenador-geral da �rea m�dica da Copa do Mundo em 2014, realizada no Brasil, cobrou a realiza��o de simula��es. “A informa��o oficial da Secretaria Municipal � de que fizeram apenas os chamados simulados de mesa. � um exerc�cio onde pegam todas as pessoas respons�veis, colocam numa mesa e algu�m ler um cen�rio para saber o que fazer. � importante, mas � papel. N�o simula uma situa��o real. Estamos cobrando isso h� dois anos”, declarou. “Tamb�m n�o fizemos na Copa do Mundo, mas era para ter feito. Dever�amos ter aprendido”, disse. Ele reconheceu que � um treinamento complicado devido � superlota��o dos hospitais, mas que � poss�vel. “Claro que n�o vamos deixar de atender pacientes para fazer simula��es, mas � poss�vel utilizar uma �rea do hospital com menos demanda. Isso � feito em outros hospitais do mundo. Existe a movimenta��o de abertura dos espa�os.”
Secret�rio pede uni�o
Rio de Janeiro - O secret�rio municipal de Sa�de do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, afirmou que a cidade est� completamente preparada do ponto de vista de atendimento de m�ltiplas v�timas para receber os jogos. “Come�amos a nos preparar h� quatro anos. A Prefeitura do Rio gastava 15% do seu or�amento. A gente elevou para 21%. Assumimos hospitais estaduais de grande porte. N�o h� superlota��o nos hospitais e, mesmo assim, temos 135 leitos de retaguarda dos hospitais federais”, comunicou.
Ele assegurou que foram realizados diversos treinamentos. “O �ltimo deles foi h� uma semana. Agora, n�o podemos parar o atendimento nos hospitais para fazer simula��es. Houve treinamentos, mas n�o se paralisa as atividades de um hospital. Nenhum pa�s faz isso. Vamos sediar um grande evento e precisamos nos unir”, comentou.
Em nota, a Secretaria de Sa�de elevou o tom. Afirmou que “o Cremerj faz uma oposi��o pol�tica � prefeitura e suas declara��es n�o t�m outro objetivo sen�o denegrir a imagem da rede p�blica.” A prefeitura reafirmou que a rede est� preparada para a Olimp�ada. “Os cinco hospitais de refer�ncia ol�mpica est�o preparados e que todas as demais unidades da rede (150 delas inauguradas a partir de 2009) est�o aptas a auxiliar no atendimento durante o per�odo dos jogos. A rede municipal tem experi�ncia e compet�ncia para o atendimento em eventos de massa, com tanto ou mais p�blico que as Olimp�adas, o que vem mostrando ao longo dos anos em eventos como o carnaval, o r�veillon, a Jornada Mundial da Juventude, entre tantos outros”, conclui.