Bras�lia - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira, que o governo federal ainda n�o recebeu formalmente nenhum pedido de governadores para o emprego das For�as Armadas em pres�dios estaduais. O ministro negou que haja uma fragilidade do Minist�rio da Justi�a no enfrentamento do problema e ressaltou que, para o Planalto, a vis�o n�o � se a situa��o dos pres�dios "saiu ou entrou em controle".
"A nossa vis�o � de que se trata de emerg�ncia nacional. N�o se pode atribuir apenas ao Estado (a responsabilidade de) lidar com o tema, por isso que estamos empregando as For�as Armadas", disse Jungmann, em coletiva de imprensa para detalhar a atua��o dos militares nos pres�dios.
Segundo o ministro, o Planalto dever� receber pedidos de envio das For�as Armadas para inspe��es em pres�dios na tarde desta quarta, durante audi�ncia do presidente Michel Temer com os governadores de Rond�nia, Acre, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Par� e Tocantins, �s 16h.
O ministro considerou uma "medida extraordin�ria" a edi��o do decreto presidencial que autoriza o emprego das For�as Armadas nas penitenci�rias. A estimativa do governo � de que mil militares, divididos em 30 equipes, sejam mobilizados para as varreduras.
Para Jungmann, o objetivo da medida � "cortar a rela��o da cabe�a com o corpo do crime", mas o pr�prio ministro reconheceu que a atua��o dos militares "em hip�tese alguma, acabar� com as rebeli�es".
"Estamos trabalhando para reduzir a possibilidade e a letalidade das rebeli�es, com as For�as Armadas dando a sua contribui��o", ressaltou Jungmann. "Se n�o for evitada (a rebeli�o), pelo menos ser� minimizada."
Rebeli�o
Segundo o ministro, o governo n�o tem "a menor pretens�o" de conseguir acabar com todas as rebeli�es, mas sim de "contribuir de forma positiva" no enfrentamento da quest�o. Jungmann observou que os militares n�o v�o entrar em pres�dios onde for detectada pela �rea de intelig�ncia a possibilidade de uma rebeli�o.
"N�o h� possibilidade (de entrada das For�as Armadas no pres�dio) se houver rebeli�o em curso", avisou o ministro.
Durante coletiva de imprensa, Jungmann admitiu a possibilidade de as For�as Armadas terem outro tipo de atua��o, al�m das inspe��es em pres�dios determinada pelo decreto do presidente Temer. O ministro ressaltou, contudo, que isso s� poder� acontecer se houver um novo pedido dos governadores, sendo necess�ria para isso a assinatura de uma "outra medida" presidencial, mas n�o entrou em detalhes.
Em um esfor�o para evitar o vazamento de informa��es sobre as varreduras nos pres�dios, Jungmann explicou que todo o per�metro em torno das penitenci�rias ser� isolado, antes mesmo do in�cio efetivo da atua��o dos militares.
O ministro explicou que, quando as tropas federais entrarem nas celas, os presos j� ter�o sido deslocados para outra �rea da penitenci�ria, evitando, assim, o contato direto de criminosos e militares.
O ministro da Defesa tamb�m comunicou que os militares ser�o deslocados para atuarem em Estados diferentes daqueles onde residem. "Vamos atuar com pessoas de fora da localidade por ser mais seguro, assim o risco de contamina��o que j� � baixo tende a zero", disse Jungmann.
As For�as Armadas utilizar�o nas inspe��es nas cadeias aparelhos de detec��o de metais e scanners j� utilizados durante os Jogos Ol�mpicos do Rio de Janeiro e a Copa do Mundo de 2014, mas tamb�m poder�o adquirir novos equipamentos.