
A opera��o do Batalh�o de Choque da Pol�cia Militar na tarde desta quarta-feira na Penitenci�ria Estadual de Alca�uz, localizada na regi�o metropolitana de Natal (RN), resultou na transfer�ncia de 220 detentos do pres�dio para outras unidades prisionais do estado, entre elas a Penitenci�ria Estadual de Parnamirim (PEP) e o Pres�dio Provis�rio Raimundo Nonato. O governo do Rio Grande do Norte ainda aguarda resposta do pedido apresentado � Justi�a para a transfer�ncias de 18 detentos retirados hoje de Alca�uz para pres�dios federais.
“Trouxemos para Alca�uz presos de posi��o neutra e acreditamos que com isso a unidade pode ficar mais tranquila.”, disse o secret�rio de Seguran�a P�blica e Defesa Social do RN, Caio Bezerra, em entrevista coletiva. Ele explicou que n�o foi poss�vel simplesmente tirar presos de Alca�uz, devido � dificuldade de vagas dentro do sistema carcer�rio do estado. “Foi necess�rio abrirmos essas novas vagas, com autoriza��o da Justi�a, para receber os presos que estavam amotinados em Alca�uz.”
Fuga e confrontos
Bezerra afirmou que n�o houve di�logo com as fac��es criminosas para negociar as transfer�ncias. Segundo ele, a decis�o foi estrat�gica, dado o risco de fuga e de novo confronto em Alca�uz.
“Fizemos a transfer�ncia, principalmente, de presos que estavam nos pavilh�es 1 e 2, porque tivemos not�cias de escava��es intensas de t�neis que traziam risco muito grande de fugas”, explicou. Al�m disso, segundo o secret�rio, investiga��es da Pol�cia Civil do estado apontavam para um planejamento avan�ado de retalia��o dos presos dos pavilh�es 1 e 2, do Sindicato do RN, contra os presos do pavilh�o 5, composto por integrantes do PCC.
Os detentos do pavilh�o 5 foram os respons�veis pelo in�cio do motim que ocorreu de s�bado para domingo, resultando na morte de 26 pessoas. Questionado sobre o motivo para n�o fazer a transfer�ncia dos detentos do pavilh�o 5, j� que eles tinham iniciado a rebeli�o, o secret�rio disse que "diversos fatores” influenciaram a decis�o, em especial a quest�o log�stica. O pavilh�o 5 abriga mais de 500 presos e fica no fundo do complexo, enquanto os pavilh�es 1 e 2 ficam pr�ximos � entrada do pres�dio, facilitando a a��o da pol�cia e evitando confrontos.
Na avlia��o do secret�rio Caio Bezerra, a opera��o deu certo. “A opera��o foi muito bem-sucedida. N�o houve resist�ncia por parte dos presos e fizemos revistas em todos os pavilh�es”, disse. Durante a revista foram encontradas armas de fogo, um colete bal�stico e grande quantidade de armas brancas.
O secret�rio tamb�m informou que as for�as policiais do estado est�o mobilizadas para evitar retalia��o das fac��es criminosas com ataques nas ruas.Segundo ele, o policiamento ostensivo e os trabalhos de investiga��o na capital foram refor�ados, e a popula��o “pode ficar tranquila”.
Alca�uz
Desde mar�o de 2015, quando as grades das celas do pres�dio de Alca�uz foram destru�das durante uma rebeli�o, os detentos circulam livremente nos pavilh�es do complexo, com exce��o do pr�dio administrativo. A penitenci�ria comporta 620 presos, mas atualmente abriga 1.150 homens.
O clima na Penitenci�ria Estadual de Alca�uz ficou mais tenso desde a madrugada do �ltimo s�bado para domingo, quando detentos de fac��es criminosas rivais – em especial do Primeiro Comando da Capital (PCC) e da Fam�lia do Norte (FDN) – entraram em confronto, resultando na morte de 26 pessoas. O motim ocorreu no pavilh�o 4 da penitenci�ria, quando detentos do pavilh�o 5, ocupado por integrantes do PCC que s�o mantidos separados de membros de outras fac��es, escaparam e deram in�cio ao confronto. O motim foi contido pelas for�as policiais no come�o da manh� de domingo.
Ainda no domingo, a Pol�cia Militar chegou a entrar no pres�dio para fazer a contagem de presos e resgatar os 26 corpos encontrados, a maior parte deles mutilados e decapitados.