O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse hoje (11) que n�o haver� anistia aos policiais militares que est�o parados h� oito dias no Esp�rito Santo. Ele deu a declara��o ap�s reuni�o de quatro ministros com o governador licenciado Paulo Hartung, e o governador em exerc�cio, C�sar Colnago, no Pal�cio Anchieta, sede do governo capixaba.
“Aqueles que, porventura, imaginam que ter�o qualquer tipo de iniciativa na linha de anistia no Congresso Nacional, de obter anistia para os amotinados, eu quero deixar claro que n�o ter� a menor possibilidade de apoio base pol�tica do presidente Michel Temer. � importante deixar claro porque existem movimenta��es iludindo pessoas que est�o em greve como se fossem assim: aconteceu a greve e n�o vai ter nenhuma tipo de penaliza��o”, disse Imbassahy.
O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, tamb�m participou da reuni�o, mas saiu sem falar com a imprensa. A assessoria de Janot divulgou nota em que informa que a Procuradoria-Geral da Rep�blica pode pedir a federaliza��o de eventuais crimes cometidos pelos policiais. A federaliza��o consiste em deslocar a compet�ncia processual da Justi�a Estadual para a Justi�a Federal para dar mais isen��o e melhores condi��es � investiga��o.
“Diante do grave comprometimento da ordem p�blica evidenciado pelas in�meras mortes, falta de transporte p�blico, fechamento de �rg�os p�blicos e do com�rcio, al�m do impasse gerado pela manuten��o da paralisa��o e aquartelamento das for�as estaduais, a Procuradoria-Geral da Rep�blica estuda a possibilidade de postular a federaliza��o de crimes como o de motim”, diz a nota.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reiterou que as tropas das For�as Armadas e da For�a Nacional ficar�o “o tempo que for necess�rio” no estado para restabelecer a seguran�a e a ordem. “A normalidade j� est� sendo restabelecida no Esp�rito Santo”, afirmou.
Em rela��o � mobiliza��o de policiais militares em outros estados, Jungmann disse que o governo est� acompanhando mais de perto a situa��o do Rio de Janeiro. “Eu tive a informa��o de que 97% do efetivo est� na rua. O Rio de Janeiro est� sob controle. N�s temos prontid�o para qualquer eventualidade no Rio de Janeiro”, disse.
Tamb�m estiveram presentes na reuni�o o ministro do Gabinete Institucional, general Sergio Etchecogyen, e o ministro interino da Justi�a, Jos� Levi. Os ministros vieram acompanhar os desdobramentos da Opera��o Capixaba, que emprega 3.130 homens das For�as Armadas e da For�a Nacional para amenizar a falta de seguran�a no estado.
Paralisa��o
As mulheres e as m�es de policiais militares continuam acampadas em frente aos batalh�es do Esp�rito Santo, bloqueando a sa�da dos policiais militares. Elas dizem que n�o v�o recuar do ato por melhorias salariais e permanecem na porta dos quart�is.
O governo do Esp�rito Santo anunciou na noite de ontem (10) a assinatura de um acordo com as associa��es que representam os policiais militares capixabas para suspender a paralisa��o dos agentes e para a retomada das atividades neste s�bado, a partir das 7h. O governo informou que aqueles que retornassem at� este hor�rio n�o sofreriam puni��es administrativas.
As mulheres dos policiais n�o participaram da rodada de negocia��o com o governo. No acordo firmado na noite de ontem, o governo n�o concedeu aumento salarial. Na proposta apresentada pelas mulheres, elas pediam 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado.