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Estado de Minas

H� 111 anos, Brasil vencia os mosquitos que transmitem a febre amarela

Mesmo na antiga capital, o Rio, o problema era grave e motivo direto das recorrentes epidemias de febre amarela. A situa��o era t�o s�ria que muitos navios estrangeiros simplesmente evitavam aportar por aqui


postado em 21/01/2018 09:42 / atualizado em 21/01/2018 12:43

Doença volta a assustar a população. Procura pela vacina aumentou em Minas Gerais(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Doen�a volta a assustar a popula��o. Procura pela vacina aumentou em Minas Gerais (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

No fim do s�culo 19, as condi��es de saneamento nos principais centros urbanos do Pa�s eram insalubres. Mesmo na antiga capital, o Rio, o problema era grave e motivo direto das recorrentes epidemias de febre amarela. A situa��o era t�o s�ria que muitos navios estrangeiros simplesmente evitavam aportar por aqui. O Brasil recebeu a alcunha de "t�mulo dos estrangeiros".

Rodrigues Alves assumiu a Presid�ncia da Rep�blica em 1902 disposto a mudar radicalmente aquela situa��o. J� no ano seguinte, Oswaldo Cruz foi chamado para assumir a diretoria-geral de Sa�de P�blica, um cargo similar ao de atual ministro da Sa�de. Sua miss�o era acabar de vez com a febre amarela. O m�dico logo criou o Servi�o de Profilaxia, que colocou nas ruas as chamadas brigadas de mata-mosquitos - agentes sanit�rios que tinham por objetivo eliminar os focos do vetor da �poca, o Aedes aegypti. O modelo de a��o era autorit�rio: agentes entravam � for�a nas casas para destruir os locais de desova do mosquito.

Mas surtiu efeito: em 1907 a epidemia foi considerada erradicada. Desde o fim dos anos 1920, praticamente n�o houve nenhum surto epid�mico nas cidades. E desde 1937 a vacina est� dispon�vel. O �ltimo registro oficial de transmiss�o do v�rus em uma cidade brasileira � de 1942. "A popula��o era muito menor do que hoje, e a pol�tica sanitarista era totalmente truculenta, inaceit�vel atualmente", pondera a historiadora da Ci�ncia Danielle Sanches, da Funda��o Getulio Vargas (FGV). "Mas a gente perdeu um pouco o bonde dessa busca pelo saneamento."

Na avalia��o do historiador Marcos Cueto, da Casa de Oswaldo Cruz, passou a predominar no Pa�s uma atitude passiva e tolerante. Segundo o tamb�m editor cient�fico da revista Hist�ria, Ci�ncias e Sa�de - Manguinhos, n�o houve uma pol�tica de vacina��o entre a popula��o urbana justamente no momento em que as cidades mais cresceram. "A febre amarela urbana inspira um p�nico por causa dessa mem�ria coletiva, essa lembran�a inconsciente desses tempos calamitosos da epidemia urbana", afirma o historiador Jaime Benchimol, da Funda��o Oswaldo Cruz. "E existe um risco de fato de uma volta da doen�a. Temos conhecimento de sobra, mas n�o temos � vontade pol�tica de enfrentar a situa��o."


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