O ministro extraordin�rio da Seguran�a, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira, que o governo federal n�o foi acionado para ajudar o estado do Par� ap�s as 21 mortes registradas em decorr�ncia de uma tentativa de fuga em um pres�dio. "Estamos � disposi��o do governo do Estado, caso sejamos chamados para apoi�-lo", afirmou Jungmann ao Broadcast Pol�tico/Estad�o.
Procurado, o Pal�cio do Planalto informou apenas que quem poderia fazer coment�rios sobre o tema era o minist�rio da Seguran�a.
Auxiliares do presidente que acompanham o trabalho na esfera da Seguran�a destacaram que, por n�o se tratar de um crime federal e n�o ter sido registrada nenhuma solicita��o de ajuda por parte do governador e nem da Justi�a estadual, n�o h� o que o governo federal possa fazer neste momento.
Na ter�a-feira, ao menos 21 pessoas morreram em uma troca de tiros ap�s presos tentarem fugir do Centro de Recupera��o Penitenci�rio do Par� III (CRPP III), considerado de seguran�a m�xima, em Santa Izabel do Par�, regi�o metropolitana de Bel�m. Em mar�o, o Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) publicou um relat�rio alertando sobre o risco de fuga na unidade. Entre os problemas de seguran�a, o �rg�o apontou "facilidade de resgate com apoio externo", �reas de "vulnerabilidade" apenas com alambrado e "suspeita da articula��o de internos com outras casas penais".
Ao criar o minist�rio extraordin�rio da Seguran�a no fim de fevereiro e dar posse a Jungmann, o presidente Michel Temer destacou em seu discurso que os Estados continuariam os respons�veis pela seguran�a p�blica. "Caber� ao minist�rio coordenar e promover a integra��o das a��es dos Estados, inclusive na �rea de intelig�ncia", disse Temer na ocasi�o.
Ele afirmou ainda que, no passado, os governantes "n�o queriam p�r a m�o nesse assunto" justamente para n�o interferir em outra esfera de poder e salientou que o governo federal n�o iria "invadir compet�ncia dos Estados". Outro receio em rela��o � cria��o da pasta era justamente os Estados demandarem ainda mais da Uni�o em um tema que constitucionalmente pertence a eles.
Sil�ncio e ‘atraso’
Apesar de ter adotado a seguran�a p�blica como uma de suas bandeiras desde a interven��o federal na seguran�a no Rio de Janeiro, no dia 16 de fevereiro, esta n�o � a primeira vez que o presidente Temer n�o comenta diretamente um acontecimento no Par�. Em maio de 2017, em meio a maior crise de seu governo em raz�o das grava��es de Joesley Batista, Temer n�o fez coment�rios em rela��o ao massacre de dez trabalhadores sem-terra durante uma a��o policial de reintegra��o de posse, em um acampamento na Fazenda Santa L�cia, no munic�pio de Pau d'Arco, no Par�.
No in�cio de 2017, ap�s press�o de v�rios setores da sociedade civil, Temer comentou com cinco dias de "atraso" o massacre ocorrido no dia 1.º de janeiro no Complexo Penitenci�rio An�sio Jobim (Compaj), em Manaus. Na ocasi�o, a repercuss�o negativa do sil�ncio do governo fez com que Temer realizasse uma reuni�o com ministros da �rea de seguran�a. Na abertura do encontro, o presidente chamou a chacina no pres�dio de "acidente pavoroso", o que provocou uma nova onde de cr�ticas.
(Carla Ara�jo)