
Rio de Janeiro - A vi�va da vereadora Marielle Franco (PSOL), M�nica Ben�cio, disse nesta segunda-feira, 16, que a fam�lia n�o quer "qualquer resultado" das investiga��es sobre o assassinato, mas a verdade. "Entendemos que todos est�o aflitos por uma resposta, mas ningu�m mais do que a fam�lia. Aguardaremos o tempo necess�rio para termos a verdade. N�o temos d�vidas de que chegaremos ao resultado correto e justo. S�o dois momentos diferentes, o da nossa ang�stia e o das investiga��es", afirmou M�nica ap�s uma reuni�o com o chefe da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
"A gente teve uma excelente reuni�o. De alguma forma, nos tranquiliza. Estamos todos cientes de que n�o � um caso f�cil, mas estamos diante de uma equipe t�cnica altamente qualificada, que nos garantiu qualquer resultado, mas o resultado correto nos ser� dado", acredita M�nica.
Ela foi � reuni�o na Chefia de Pol�cia Civil com os pais de Marielle, Antonio e Marinete, a filha da vereadora, Luyara, e a fam�lia do motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro em que ela estava, e tamb�m morreu. O crime foi no dia 14 de mar�o e tudo indica que teve motiva��o pol�tica.
O chefe da Pol�cia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, afirmou que s� vai divulgar informa��es sobre as investiga��es quando o inqu�rito for conclu�do. Pistas sobre a autoria e a motiva��o dos crimes n�o ser�o informadas parcialmente, disse.
Mil�cias
Mais cedo, no Rio, o ministro da Seguran�a P�blica, Raul Jungmann, declarou que a principal linha de investiga��o da pol�cia para o caso � a participa��o de mil�cias.
"O inqu�rito � sigiloso. A gente entende o anseio da fam�lia e da sociedade para uma resposta r�pida. Estamos lidando com um crime bastante complexo, que demanda apura��o mais detalhada. Traz um desafio maior", explicou Barbosa. "Estamos nos empenhando ao m�ximo. Temos expectativa muito boa. A Pol�cia Civil j� entendeu grande parte do cen�rio do crime. Pe�o que a sociedade entenda que n�o vamos descansar enquanto n�o resolvermos esse caso."
O deputado estadual do Rio Marcelo Freixo (PSOL) participou da reuni�o e disse que n�o se deve esperar o fim do inqu�rito para breve. "A Pol�cia Civil entende que a ang�stia da fam�lia � di�ria, e a fam�lia entende que o tempo da investiga��o � diferente. N�o adianta a gente achar que a investiga��o vai atender � nossa velocidade", argumentou o parlamentar.
Freixo trabalhou com Marielle por onze anos - ela come�ou a vida pol�tica em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio; atuou na equipe da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) das Mil�cias da Casa, presidida pelo deputado, e tamb�m na Comiss�o de Direitos Humanos. Os dois eram amigos pr�ximos.
"N�o interessa � fam�lia quem � mais ou menos suspeito, o que n�s queremos � saber quem matou e quem mandou matar. N�o cabe a nenhum ministro ou pol�tico falar de investiga��o, qualquer informa��o dessa atrapalha", declarou Freixo, referindo-se � fala de Jungmann. "N�o � um caso corriqueiro. Estamos aqui para deixar claro que esse caso n�o ser� esquecido, apagado por uma outra trag�dia."
Escolta
O deputado, alvo de amea�as h� dez anos, desde a CPI das Mil�cias - que resultou na pris�o de l�deres milicianos e indiciou cerca de 200 pessoas -, disse que n�o recebeu liga��es especificamente ap�s a morte de Marielle. Nesta segunda, dois policiais militares que fazem sua escolta pessoal foram requisitados pela PM para recomposi��o do efetivo da corpora��o. Ele ainda tenta reverter a situa��o com a Secretaria de Seguran�a do Estado.
"Enquanto n�o soubermos quem fez, essa suspeita fica sobre muita gente. Tudo indica que houve motiva��o pol�tica para este homic�dio e qualquer pessoa pr�xima a Marielle nesse sentido tem que tomar mais cuidado", considera o parlamentar. "N�o � poss�vel que nesse momento se retire de qualquer policial da minha escolta. Adoraria poder viver sem escolta, era o que mais desejava para minha vida pessoal. N�o tenho d�vida de que isso ser� reparado. Depois da CPI das Mil�cias e da morte da Marielle n�o posso perder minha escolta."
(Roberta Pennafort)