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Estado de Minas

Vig�lias e missa marcam 25 anos da Chacina da Candel�ria

Chacina da madrugada de 23 de julho de 1993, um dos epis�dios mais tr�gicos ocorridos no Rio, ser� lembrada hoje com vig�lias e missa em homenagem �s oito crian�as mortas


23/07/2018 06:00 - atualizado 23/07/2018 07:24
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Rio – A execu��o de oito crian�as e adolescentes enquanto dormiam nos arredores da Igreja de Nossa Senhora da Candel�ria, no Centro do Rio, completa 25 anos hoje. A Chacina da Calend�ria, como ficou conhecido o crime, representa um dos epis�dios mais tr�gicos e tristes da hist�ria da capital fluminense.

Para marcar a data, o Movimento Candel�ria Nunca Mais! preparou uma s�rie de atividades, que inclui uma missa na pr�pria igreja em mem�ria dos mortos, �s 10h, seguida de caminhada em defesa da vida, na Avenida Rio Branco, culminando com ato p�blico na Cinel�ndia a partir das 13h30. Pela primeira vez, tamb�m est�o previstas vig�lias em S�o Paulo, Par�, Cear� e Minas Gerais.

“Foram 25 anos ininterruptos de a��es contra qualquer viol�ncia contra crian�as e adolescentes. A gente faz esse ato para lembrar e para que isso n�o volte a acontecer”, disse � Ag�ncia Brasil M�rcia Gatto, que faz parte da coordena��o do colegiado do Movimento Candel�ria Nunca Mais.!

Na missa de s�timo dia das crian�as e jovens mortos na chacina, o ent�o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eug�nio Sales, pediu que enquanto houvesse crian�a sendo morta pela viol�ncia, que a data n�o fosse esquecida.

Primeira pessoa a chegar ao local da chacina, a artista pl�stica Yvonne Bezerra de Mello, que j� desenvolvia trabalho de apoio �quele grupo de menores de rua, afirmou, em entrevistas, que, de 1993 pra c�, nada melhorou em rela��o � viol�ncia no Rio e no Brasil. “Diria que piorou. E o n�mero de crian�as sem atendimento algum aumentou; o n�mero de crian�as e jovens hoje na rua � enorme.  O que vemos � uma progress�o geom�trica do genoc�dio que se pratica no Brasil contra crian�as e adolescentes”, avalia. “� importante lembrar sempre. Estamos aqui n�o s� fazendo um ato para oito crian�as assassinadas, estamos fazendo um ato para 40 mil crian�as assassinadas nesses 25 anos.”

Em 1993, 4,5 mil crian�as entre 10 e 18 anos foram assassinadas no Brasil. Ano passado, foram 11,8 mil, de acordo com o Mapa da Viol�ncia, disse a ativista social. Criadora do Projeto Uer�, cuja origem remonta � Escola Sem Portas Nem Janelas, iniciada em 1980 para atender crian�as e jovens em situa��o de rua, a artista pl�stica e defensora dos direitos humanos afirmou que as crian�as continuam sem ter a prote��o que est� na lei, no Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA), “mas que n�o sai do papel”.

Yvonne calcula que, somente nos 10 seguintes ao massacre, 39, dos 72 que integravam o grupo da Calend�ria, haviam morrido por causas violentas.  Sandro do Nascimento, um dos sobreviventes da chacina, foi morto a tiros ao assaltar o �nibus 174 em 2000, caso que ganhou grande repercuss�o.

Wagner dos Santos foi o �nico sobrevivente da chacina. Na ocasi�o, tinha 21 anos. Levou quatro tiros e ajudou a identificar os policiais. Um ano depois, sofreu novo atentado e tamb�m conseguiu resistir aos ferimentos. Hoje, ele vive na Europa, para onde foi em 1994, por interven��o do ex-ministro da Justi�a e secret�rio de Direitos Humanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Jos� Gregori.

A irm� de Wagner, Patricia Oliveira, disse � Ag�ncia Brasil, que ele trabalha como serralheiro na Su��a, onde enfrentou dificuldades quando chegou como estudante, sem falar o idioma, para fazer um curso de padeiro. Hoje, ele est� adaptado � vida local e � casado com uma brasileira. Segundo a irm�, ele ainda tem receio de sofrer novos atentados. “Ele tem apoio da embaixada do Brasil, como qualquer outro cidad�o. N�o tem nada especial”, comentou Patr�cia. Wagner n�o pensa em voltar a morar no Brasil.

O caso Na madrugada de 23 de julho de 1993, cerca de 70 crian�as e adolescentes dormiam nos arredores da Igreja de Nossa Senhora da Candel�ria, quando homens que passaram em dois carros atiraram contra eles. Seis menores, com idades entre 11 e 17 anos, e dois rapazes de 18 e 19 anos foram fuzilados.

Na �poca do crime, Wagner dos Santos conseguiu fazer o retrato falado de um dos envolvidos na chacina e os investigadores conseguiram identificar tr�s suspeitos, que eram PMs da ativa e um quarto envolvido foi um agente expulso da corpora��o. Seu depoimento foi fundamental. Os quatro foram condenados pelo crime. Maur�cio da Concei��o, conhecido pelo apelido ‘Sexta-feira Treze’, morreu durante o processo judicial e os outros tr�s, Nelson Oliveira dos Santos Cunha, Marco Aur�lio Dias de Alc�ntara e Marcus Vin�cius Emmanuel Borges, somavam penas de mais de 200 anos de pris�o.

Todos, no entanto, foram soltos antes de cumprir 20 anos. Depois de sair da cadeia, em 2012, Marcus Vin�cius, considerado o principal respons�vel pelos crimes, foi condenado novamente pelo Minist�rio P�blico do Rio, mas nunca foi encontrado pela pol�cia e � considerado foragido.

 


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