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Estado de Minas

Site de extremista de Bras�lia deu dicas a autores de massacre em Suzano

P�gina era comandada por Marcelo Mello at� maio de 2018, quando policiais federais o prenderam. Mas o site continua ativo


postado em 14/03/2019 11:42 / atualizado em 14/03/2019 12:59

(foto: Reprodução)
(foto: Reprodu��o)


Os autores do massacre em uma escola de Suzano (SP) receberam dicas de um extremista brasiliense. Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, atiradores que mataram oito pessoas e depois se suicidaram na Escola Estadual Raul Brasil, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, usaram o Dogolachan, maior f�rum de propaga��o de �dio na internet brasileira, para juntar dicas e fazer planos para o ataque. 

A p�gina foi criada por Marcelo Valle Silveira Mello, condenado por racismo, coa��o, associa��o criminosa, incita��o ao cometimentos de crimes, divulga��o de imagens de pedofilia e terrorismo cometidos na internet. Entre outros, ele havia anunciado um atentado na Universidade de Bras�lia (UnB) e feito amea�as a uma professora da institui��o.

O Dogolachan s� � acess�vel na dark net, conhecido por ser um espa�o para debate sobre pr�tica de crimes, viola��o de direitos humanos, propaga��o de racismo, homofobia e misoginia. Nesta quinta-feira (13/3), ap�s o atentado em Suzano, integrantes do f�rum celebraram os assassinatos no interior de S�o Paulo, incitando mais a��es como essa.

Uma semana antes, um dos atiradores publicou um agradecimento ao administrador do f�rum, conhecido como DPR. "Muito obrigado pelos conselhos e orienta��es, DPR. Esperamos do fundo dos nossos cora��es n�o cometer esse ato em v�o. (...) Nascemos falhos, mas partiremos como her�is. (...) Ficamos espantados com a qualidade, digna de filmes de Hollywood", diz a mensagem.

Um t�pico com as dicas pedidas pelos atiradores enquanto planejavam o massacre foi classificado como secreto por DPR, que mudou sua URL para n�o ser achado em futuras investiga��es de autoridades, revelou o portal de not�cias R7.

O administrador deu detalhes de como ajudou os dois atiradores a conseguirem armas, al�m de descrever Guilherme como um "um bom garoto que acabou descobrindo da pior forma poss�vel que brincadeiras podem ser tornar pesadelos reais".

Segundo o mesmo texto de DPR, o "Luiz entrou em contato para buscar um canal onde ele obtivesse f�cil acesso a um revolver calibre 22", e logo depois lhe apresentou Guilherme. Ele encerra a publica��o afirmando que as conversas foram deletadas e jamais ir� revelar o teor exato delas.

Mais tarde, DPR, o administrador, descreveu trocas de e-mails com Luiz, que teria interesse em comprar uma arma com facilidade, e que tamb�m foi apresentado � Guilherme por Luiz. Segundo o administrador, Luiz era conhecido no f�rum como "luhkrcher666", e Guilherme como "1guY-55chaN". DPR diz ainda que cortou o contato com Luiz por e-mail pois ele deixava muitos "rastros" digitais, que facilitariam a identifica��o de todos os membros.

Por fim, DPR diz que Luiz era um "rapaz injusti�ado", enquanto Guilherme, era "inocente a ponto de transparecer sua natureza completamente infantil". Ele afirma que todas as conversas foram deletadas e jamais ir� revelar o teor exato delas.

Pris�es e condena��es


O brasiliense Marcelo Valle Silveira Mello, tamb�m conhecido como Psy ou Bator�, criou o Dogolachan em 2013 . Mello � conhecido por crimes de �dio e foi a primeira pessoa condenada pela Justi�a do Brasil por crime de racismo na internet, em 2009. Ele se posicionou contra as cotas raciais de maneira preconceituosa e foi condenado a um ano e dois meses de pris�o.

O site era comandado por Marcelo Mello at� maio de 2018, quando policiais federais o prenderam na Opera��o Bravata. Desde ent�o, DPR se tornou o administrador principal e tornou o f�rum ainda mais sigiloso. O  Dogolachan   est� ligado tamb�m ao Massacre de Realengo, onde Wellington Menezes de Oliveira — considerado um her�i no f�rum — matou 12 crian�as, antes de se matar.

Ex-aluno da Universidade de Bras�lia (UnB), Marcelo Valle Silveira Mello foi condenado a 41 anos, seis meses e 20 dias por racismo, coa��o, associa��o criminosa, incita��o ao cometimentos de crimes, divulga��o de imagens de pedofilia e terrorismo cometidos na internet. 

A decis�o do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justi�a Federal de Curitiba, proferida em dezembro de 2018, tamb�m o condena � repara��o de danos no valor de R$ 1 milh�o e ao pagamento de 678 dias-multa (no valor de um d�cimo de sal�rio m�nimo de dezembro de 2016). Segundo a senten�a, a indeniza��o ser� destinada a programas educativos da �rea e programas de combate aos crimes cibern�ticos. 

Marcelo Mello, de acordo com a senten�a, tamb�m costumava denunciar �s autoridades postagens an�nimas produzidas por ele mesmo, a fim de tentar de manter longe de suspeitas. 

Segundo o magistrado, a periculosidade de Marcelo Mello � "inequ�voca": solto, ele pode ser uma "verdadeira amea�a � ordem social". "N�o s� na condi��o de autor de delitos como divulga��o de imagens de pedofilia, racismo e l�der de associa��o criminosa virtual, mas tamb�m como grande incentivador de cometimento de crimes ainda mais graves por parte de terceiros, como homic�dios, feminic�dios e terrorismo", completou o juiz. 

O magistrado afirmou, ao fixar a repara��o de danos, que, mesmo condenado uma vez, Marcelo Mello voltou a praticar crimes semelhantes e que apenas a pena corporal "n�o � suficiente". 

Amea�as na UnB


Em mar�o de 2012, Marcelo foi detido por planejar uma chacina contra estudantes do curso de ci�ncias sociais da UnB. Durante buscas realizadas em Bras�lia e em Curitiba, os policiais encontraram um mapa apontando uma casa de festas frequentada pelos universit�rios no Lago Sul. Local onde, segundo a PF, poderia ocorrer a matan�a.

Por esses crimes, ele havia sido condenado a seis anos e sete meses de pris�o em regime semiaberto. A Justi�a do Paran� entendeu que ele havia praticado os crimes de indu��o � discrimina��o ou preconceito de ra�a; incita��o � pr�tica de crime; e publica��o de v�deos e fotografias de crian�as e adolescentes em cenas de sexo.

Marcelo Mello ficou detido por um ano e seis meses no Paran�, ganhou o direito de cumprir pena em liberdade e voltou a criar p�ginas com conte�do racista e discriminat�rio na internet. Ele tamb�m � o autor de um blog mis�gino que incitava crimes de viol�ncia sexual, f�sica, psicol�gica e moral contra mulheres na UnB.

Em 2017, uma conta de e-mail com o nome Marcelo Valle Silveira Mello enviou mensagens amea�ando de morte o apresentador e jornalista Fernando Oliveira, mais conhecido como Fefito. O motivo do ataque seria homofobia.


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