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Estado de Minas SA�DE

Um em cada cinco brasileiros est� obeso; veja dados

Pesquisa divulgada pelo Minist�rio da Sa�de aponta que o n�mero de pessoas acima do peso cresceu 68% no pa�s em um per�odo de 13 anos


postado em 26/07/2019 08:35 / atualizado em 26/07/2019 10:45

(foto: Tom Wang/divulgação)
(foto: Tom Wang/divulga��o)

 

Um em cada cinco brasileiros est� obeso. O dado representa um aumento de 68% de 2006 a 2018, conforme pesquisa do Minist�rio da Sa�de feita em 2018.

 

 

 

Os dados revelam que o �ndice de obesidade passou de 11,8% para 19,8% e as faixas et�rias entre 25 e 34 anos (84,2%) e de 35 a 44 anos (81,1%) foram as que registraram maior avan�o. Segundo o estudo, mulheres t�m maior taxa de obesidade (20,7%) do que homens (18,7%). Por outro lado, o levantamento mostra o pa�s mais saud�vel, com queda no consumo de bebidas artificiais, aumento no tempo de atividades f�sicas e redu��o do tabagismo.

Os dados s�o da Pesquisa de Vigil�ncia de Fatores de Risco e Prote��o para Doen�as Cr�nicas por Inqu�rito Telef�nico (Vigitel). Mais da metade da popula��o (55,7%) est� acima do peso, e o indicador � 30,8% maior do que o registrado em 2006 (42,6%). Nesse caso, a preval�ncia � maior na popula��o entre 18 e 24 anos.

Na lista de excesso de peso entra o advogado Matheus Pereira, de 46 anos, que j� chegou a perder 43 quilos por meio de um programa de emagrecimento. Agora, com 135, tenta emagrecer outra vez. "Em 2017, quebrei a perna e fiquei um m�s no hospital. Engordei 20 quilos." Quando chegou aos 147 quilos, resolveu mudar h�bitos. "Comecei a fazer crossfit h� seis meses, vou de segunda-feira a s�bado e h� tr�s meses voltei aos Vigilantes do Peso. Minha meta � 80 quilos", conta.

Para ele, o ganho de peso n�o tem rela��o apenas com a alimenta��o. "Isso � um reflexo da nossa sociedade. Temos uma vida atribulada, queremos vencer na vida e n�o conseguimos comer bem", afirma Pereira. "Fui relapso com a minha sa�de. Agora, como salada, legumes e n�o mais comida industrializada, que eu comia aos montes."

 

Desde 2015, o �ndice de obesidade no pa�s se mantinha est�vel em 18,9% - o que, para pesquisadores, pode ser s� uma flutua��o em meio a altas. "A obesidade cresce entre adultos de 25 a 34 anos e � mais prevalente na popula��o com baixa escolaridade. Podemos observar que, na popula��o com at� oito anos de ensino, o indicador � de 25%", afirma o secret�rio de Vigil�ncia em Sa�de do minist�rio, Wanderson Kleber. "O indicador � de 15,8% para quem tem 12 anos ou mais de estudo."

As informa��es sobre obesidade e excesso de peso levaram em considera��o o �ndice de Massa Corporal (IMC), calculado quando se divide o peso pela altura ao quadrado. Se o valor ficar entre 18,5 e 24,99, considera-se normal - a obesidade � diagnosticada a partir de 30. Para a pesquisa, foram ouvidas 52.395 pessoas com mais de 18 anos das 26 capitais e Bras�lia.

Melhores h�bitos


"A popula��o, por outro lado, tem ampliado a ado��o de h�bitos saud�veis, como o consumo reduzido de refrigerantes e bebidas artificiais, aumento no consumo de frutas e hortali�as e na pr�tica de atividade f�sica e tamb�m redu��o do h�bito do tabagismo", afirma Kleber.

Entre 2008 e 2018, foi registrado aumento de 15,5% no consumo regular de frutas e hortali�as. O consumo � mais frequente entre as mulheres (27,2%) do que entre os homens (18,4%).

J� em rela��o a 2009, a pr�tica de atividades f�sicas cresceu 25,7%. "Os dados apontam que a pr�tica de alguma atividade f�sica no tempo livre � maior entre os homens (45,4%) do que entre as mulheres (31,8%)", de acordo com o minist�rio. Na evolu��o por faixa et�ria, o aumento � mais expressivo na popula��o de 35 a 44 anos.

Ana Maria Malik, coordenadora do programa GV Sa�de da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), alerta no entanto que fazer atividade f�sica uma vez por semana "n�o � regularidade". "Nos munic�pios onde a longevidade � maior, as pessoas n�o v�o � academia, elas t�m a vida mais saud�vel, se exercitam como parte da rotina di�ria."

O consumo de refrigerantes e bebidas a�ucaradas entre os adultos recuou 53,4% no per�odo de 2007 a 2018. Mesmo assim, o minist�rio alerta para "aumento maior na obesidade em decorr�ncia do consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, de alto teor de gordura e a��car".

Carlos Augusto Monteiro, professor da Faculdade de Sa�de P�blica da Universidade de S�o Paulo (USP), diz que as pesquisas apontam os alimentos ultraprocessados como principal causa da obesidade no mundo. Ele � coordenador do N�cleo de Pesquisas Epidemiol�gicas em Nutri��o e Sa�de, que supervisiona a coleta de dados do estudo do governo. "O que temos visto como tend�ncia � que as pessoas est�o cozinhando menos, preparando menos os pr�prios alimentos. Elas at� podem estar comendo mais frutas, s� que tamb�m comem mais alimentos ultraprocessados." A obesidade, segundo Monteiro, � "uma das doen�as mais dif�ceis de tratar" e a melhor estrat�gia � a preven��o.

Coordenador do Centro Especializado em Obesidade do Hospital Oswaldo Cruz, Ricardo Cohen destaca que alimenta��o saud�vel e exerc�cio f�sico s�o medidas importantes para prevenir a doen�a, mas n�o para tratar quem j� tem essa condi��o - foco central da Vigitel. "A preval�ncia s� vai subir at� que se leve a s�rio a obesidade como uma doen�a. N�o � comportamental, n�o � est�tico, n�o � psicol�gico. � como o c�ncer." 

 


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