Asfixia mec�nica causada por estrangulamento foi a causa da morte de quatro detentos que seguiam do Centro Regional de Altamira para Bel�m em um caminh�o-cela, na madrugada de quarta-feira. Segundo o secret�rio de Seguran�a do Estado do Par�, Ualame Machado, o laudo pericial foi realizado pelo Centro de Per�cias Cient�ficas (CPC) "Renato Chaves" que atestou que o ve�culo usado para o transporte dos presos seguia todas as exig�ncias feitas pelo Departamento Penitenci�rio Nacional (Depen), e estava com o sistema de ventila��o em pleno funcionamento.
Segundo o secret�rio, pelo menos mil opera��es de transporte desse tipo, em carros semelhantes, foram realizadas s� este ano no Par�, sem quaisquer ocorr�ncias. Testes feitos pelo CPC confirmaram que o isolamento n�o permite escutar o que ocorre dentro do ba� do caminh�o, mesmo por quem est� na boleia.
Ualame Machado relatou que os 30 presos, todos pertencentes � mesma fac��o criminosa que liderou o ataque em Altamira, seguiam em quatro celas com algemas pl�sticas, que os uniam de dois em dois. O Depen pro�be a presen�a de agente prisional dentro do ba� junto com os detentos, por isso eles eram monitorados por um sistema de quatro c�meras, assistidas por quem estava na boleia. O fato se deu entre os munic�pios de Novo Repartimento e Marab�, em um trecho de estrada n�o asfaltado. Segundo o titular da Segup, essa condi��o pode ter provocado falhas na transmiss�o do sinal monitorado.
"Eles n�o morreram pela qualidade do transporte. Mas em algum momento se desentenderam, e a motiva��o est� sendo investigada. Foi instaurado um inqu�rito policial em Marab�, e os 26 est�o sendo ouvidos para esclarecer. Todos eles, por muito tempo, inclusive por meses, conviveram na mesma ala e at� mesma cela", acrescentou Ualame Machado.
Luta corporal
O delegado-geral Alberto Teixeira confirmou que nove presos est�o diretamente envolvidos nas quatro mortes, pois estavam com as algemas rompidas. Os demais podem responder por omiss�o relevante, pois tinham como ver o que ocorreu. Tanto os mortos quanto os suspeitos possuem marcas e arranh�es, o que indica luta corporal, e por isso dever�o ser feitos exames de DNA para confirmar quem cometeu os crimes.
Para Teixeira, n�o h� d�vidas de que as mortes ocorreram dentro do ba�, e que todos os presos estavam algemados corretamente.Os 26 detentos permanecem na Seccional de Marab�, passando pelos procedimentos de autua��o. Em seguida, ser�o apresentados � Justi�a e encaminhados a audi�ncias de cust�dia. O local para onde ser�o enviados ainda n�o foi divulgado.
Treinamento
Neste s�bado, (3/8), 486 novos agentes penitenci�rios concursados tomam posse, al�m deles, mais 485 outros concursados, em n�vel m�dio e superior — seguem em treinamento para integrar o quadro funcional da Susipe. Ontem (31/7) , 46 agentes da For�a-Tarefa de Interven��o Penitenci�ria (FTIP) que atuar�o no treinamento dos novos agentes prisionais da Superintend�ncia do Sistema Penitenci�rio do Par� (Susipe) e na rotina com custodiados em todo o Estado desembarcaram em Bel�m.
"A partir da segunda-feira, dia 5, a paisagem interna de controle das nossas unidades muda. At� hoje, os agentes, por n�o serem concursados, n�o portam armas letais e n�o letais. Isso muda agora, e eles ser�o treinados pela FTIP e pelos PMs cedidos. Essas duas for�as aqui comandar�o o processo de transi��o e mudan�a de agentes contratados precariamente, sem concurso, treinamento e qualifica��o, para um outro patamar de preparo", destacou o secret�rio do Sistema Penitenci�rio do Par�,Jarbas Vasconcelos. A previs�o � que os agentes federais fiquem no Par� por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado.