
A Funda��o Oswaldo Cruz passar� a monitorar a partir da pr�xima semana o impacto das manchas de �leo no litoral do Nordeste na sa�de da popula��o. Um dos pontos considerados priorit�rios pela equipe, que foi destacada nos �ltimos dias pelo Minist�rio da Sa�de para apoiar o Centro de Opera��es de Emerg�ncia, � rastrear o risco para pescadores e marisqueiras que, al�m de um contato direto com material contaminado, t�m no pescado sua principal fonte de alimenta��o. "Temos de ter um cuidado redobrado com esse grupo", afirmou o pesquisador da Fiocruz, Guilherme Franco Neto.
A estimativa � de que cerca de 164 mil pescadores e pescadoras atuem no litoral do Nordeste. Pesquisadores avaliam que um porcentual significativo poder� estar afetado ou exposto pelo petr�leo. Franco Neto observa n�o haver ainda mecanismos para estimar o per�odo em que essa popula��o ficar� exposta a fatores de risco.
Uma das maiores preocupa��es � o benzeno, componente do petr�leo com uma conhecida capacidade de provocar danos ao sistema de defesa do organismo. Pessoas expostas a n�veis expressivos do componente t�m maior risco, por exemplo, para leucemias.
Uma das estrat�gias j� avaliadas � rastrear n�veis de benzeno no organismo destes trabalhadores, por meio de exames. Outra frente de a��o, disse Franco Neto, � acompanhar de perto gestantes que vivam e trabalhem na regi�o costeira e identificar eventuais danos aos fetos.
As primeiras manchas de �leo surgiram no litoral em 30 de agosto e desde ent�o, mais de 90 munic�pios foram afetados. "H� ainda muitas incertezas", afirmo o pesquisador. A partir da pr�xima ter�a, uma sala de situa��o entrar� em funcionamento na Fiocruz do Rio. Ela contar� com a participa��o de pesquisadores e diretores dos institutos das unidades da funda��o instaladas no Nordeste.
Em nota, a presidente da Fiocruz, N�sia Trindade Lima, observou haver ainda outros grupos expostos a diferentes n�veis de contamina��o: militares, integrantes da defesa civil e volunt�rios. O contato ocorre tanto pela inala��o como pelo contato da pele e pela ingest�o de alimentos. A previs�o � de que a Fiocruz d� ainda apoio tamb�m na assist�ncia diante dos riscos e suporte cient�fico para os Estados atingidos.