
Os seis agentes tirados das ruas s�o Rodrigo Cardoso da Silva, de 31 anos; Antonio Marcos Cruz da Silva, de 45; Vin�cius Jos� Nahool Lima, de 35; Thiago Roger de Lima Martins de Oliveira, de 37; Renan Cesar Angelo, de 31 e Jo�o Paulo Vecchi Alves Batista, de 36. Eles foram os primeiros agentes a entrar na favela durante a a��o. O Estado n�o conseguiu localizar a defesa dos Pms.
Conforme a vers�o oficial, seis PMs participaram inicialmente da persegui��o a uma dupla de suspeitos, que terminou no tumulto dentro do baile funk. Depois, segundo o registro oficial, eles pediram apoio da For�a T�tica. Ao todo, 38 policiais participaram da a��o.
O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Salles, disse preferir evitar a express�o "afastamento". "Os policiais (envolvidos no caso) n�o est�o afastados. Eles est�o preservados", afirmou Salles. "Temos de concluir o inqu�rito. N�o haver� a�odamento de condenados anteriormente antes do devido processo legal. Eles est�o preservados e continuar�o nas unidades, em servi�os administrativos, no mesmo hor�rio deles, fazendo outras coisas", afirmou, ao citar que, em eventos em que h� mortes, os policiais passam por acompanhamento m�dico e psicol�gico.
J� o governador Doria negou culpar a pol�cia. "A letalidade n�o foi provocada pela Pol�cia Militar, e sim por bandidos que invadiram a �rea onde estava acontecendo o baile funk. � preciso cuidado para n�o inverter o processo", disse Doria. "N�o houve a��o da pol�cia em rela��o a invadir a �rea onde o baile funk estava ocorrendo. Tanto � fato que o baile funk continuou", afirmou o governador. "(O baile) n�o deveria sequer ter ocorrido, porque � ilegal. Fere a legisla��o municipal", completou.
Doria disse ainda que os protocolos estabelecidos para a atua��o da PM no Estado n�o sofrer�o altera��es, "o que n�o nos desobriga de reavaliar e rever pontos espec�ficos de a��o, onde falhas possam ter acontecido e, neste caso, corrigir as falhas para que elas n�o voltem a se suceder".
"As a��es na comunidade de Parais�polis, como em outras comunidades do Estado de S�o Paulo, seja pela desobedi�ncia � Lei do Sil�ncio, seja pela busca e apreens�o de drogas, de fruto de roubo de autom�veis e motocicletas, ou de outros bens, v�o continuar na capital, na regi�o metropolitana e no Estado de S�o Paulo. A exist�ncia de um fato n�o estabelece que circunstancialmente, com as altera��es que devem ser feitas, n�o inibir�o as a��es de que devem ser feitas", ressaltou o governador.
Doria chamou o caso de "incidente triste" e disse transmitir aos familiares dos nove jovens mortos sua "solidariedade".
"Os procedimentos, a atitude e o comportamento da Pol�cia Militar, ou seja, o programa de Seguran�a P�blica no Estado de S�o Paulo n�o muda. N�o vai mudar", disse Doria, falando pausadamente a �ltima frase de forma a enfatizar cada palavra. "O governador est� sendo muito claro: n�o vai mudar", enfatizou mais. "Procedimentos de a��o operacionais podem ser revistos. Ali�s, devem ser revistos constantemente, para serem aperfei�oados e melhorados, evitando erros."
PM havia planejando opera��o na favela horas antes das mortes
O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Salles, afirmou que a Pol�cia Militar havia montado uma opera��o especial para coibir o baile funk que ocorreu em Parais�polis na noite de s�bado. Segundo o policial, havia oito festas diferentes dentro da favela naquela noite, com cinco mil pessoas. Entretanto, a opera��o teria sido abortada dado o volume de cidad�os aglomerados nas vielas do bairro.
"N�s ir�amos ocupar? Ir�amos. S� que, �s 20 horas, foi feita uma an�lise de risco e n�o dava. J� estava tudo tomado naquela localiza��o. Ingressar ali seria um erro. (Seria um erro) Dispersar ali. Tanto que esse evento ocorreu �s 4 horas da manh�", afirmou o coronel.
Salles afirmou que a op��o ent�o foi de refor�ar o policiamento no entorno do baile, sob o argumento de que criminosos se aproveitam da festa, e da multid�o, para se refugiar na massa de pessoas ap�s a pr�tica de crimes. "A experi�ncia diz, e eu j� fui comandante da zona oeste e sei disso, que h� crimes adjacentes. Carros s�o roubados e levados para dentro do pancad�o", disse.
"O gatilho iniciador do problema foi os criminosos atirando na pol�cia", concluiu o coronel, mesmo admitindo que as investiga��es sobre o caso ainda n�o s�o conclusivas.
Na vers�o apresentada pelo coronel, duas pessoas, que ocupavam uma motocicleta Yamaha XT 660 R, teriam passado por tr�s policiais militares que tamb�m eram ocupantes de motos, e atirado contra os policiais. Os PMs teriam ent�o perseguido essa dupla por cerca de 400 metros, at� chegar no ponto onde havia o baile. Ali, a massa teria reagido com hostilidade � presen�a dos policiais, que ainda assim n�o reagiram a novos tiros de armas de fogo, e teriam pedido aux�lio.
Primeiramente, um outro policial tamb�m de moto teria chegado para socorrer os tr�s policiais. Depois, duas equipes da For�a T�tica, uma divis�o da PM que tem escopetas e granadas de g�s, tamb�m entraram na favela. Mais PMs foram chegando at� totalizarem 38 agentes na favela.
O coronel disse que eventuais mudan�as nos procedimentos da a��o, especialmente no caso de criminosos usarem pessoas como escudos, como ele argumenta que ocorreu, s� ser�o analisadas depois do t�rmino das investiga��es. Salles n�o deu prazos para o fim das a��es.
Salles disse que as imagens compartilhadas nas redes sociais est�o sob an�lise. Ele destacou uma das grava��es, em que uma pessoa sentada � agredida com tapas na cara por um policial, poderia n�o ter rela��o com a a��o. "N�o h� som de m�sica, voc� consegue ouvir c�es latindo", citou. "Apesar (de serem atos) grav�ssimos e que ser�o apurados com uma lupa, porque n�o compactuamos com erro."
O secret�rio estadual da Seguran�a P�blica, Jo�o Campos, se negou a responder se j� havia identificado os agentes mostrados nos v�deos que foram compartilhados ap�s a a��o. No lugar disso, preferiu destacar a "disciplina" da PM paulista. "� uma institui��o admir�vel", disse o secret�rio.
