
As informa��es foram compartilhadas pelo Minist�rio P�blico de Goi�s.
Jo�o de Deus est� preso desde dezembro de 2018
A Promotoria estadual iniciou uma nova fase de investiga��o, e agora mira a rede de apoiadores que supostamente permitiu a pr�tica de crimes sexuais por Jo�o de Deus.
O guia espiritual j� foi condenado a 19 anos e 4 meses de reclus�o em regime fechado por viola��o sexual mediante fraude contra duas mulheres e estupro de vulner�vel contra outras duas, al�m de quatro anos de pris�o, em regime aberto, por porte ilegal de armas.
Envolvimento dos guias
A for�a-tarefa da Promotoria afirma que as v�timas confiam nos guias a ponto de lhes confidenciarem os atos sexuais aos quais foram submetidas.
A Promotoria diz. "Todavia, mesmo sendo conhecedores da pr�tica contra diversas outras mulheres, n�o agiram no sentido de evitar a ocorr�ncia dos crimes contra as v�timas que fazem parte da den�ncia."
Os promotores de Justi�a Renata Caroliny Ribeiro e Silva, Augusto C�sar Souza e Paulo Penna Prado afirmam que, al�m de serem coniventes com os referidos abusos, os guias tamb�m atuaram ‘energicamente’ para acobertar as pr�ticas il�citas e impedir que as v�timas acionassem a justi�a.
Com isso, visavam assegurar a impunidade de Jo�o de Deus e a manter o "status quo como guias do local, de onde auferiam renda e prest�gio".
Para a Promotoria, Jo�o de Deus contava com uma "esp�cie de rede de prote��o" para a escolha das v�timas e a manuten��o da estrutura de atendimentos realizados na Casa Dom In�cio de Loyola, "a qual favorecia que as v�timas, sempre mulheres, fossem direcionadas a atendimentos individuais, permitindo a concretiza��o dos abusos sexuais".
Os guias persuadiam as v�timas a pr�tica sexual criminosa realizada durante os atendimentos individuais n�o se tratavam de abuso sexual, mas sim de uma parte do processo de cura e limpeza espiritual, o que redundava na continuidade dos abusos e de todo o esquema criminoso.
Os crimes sexuais praticados em 2009 est�o prescritos para Jo�o de Deus, que j� tem mais de 70 anos. O mesmo n�o ocorre para os guias.
As v�timas apresentavam vulnerabilidades, como crise de p�nico, diz a Promotoria, as quais eram intensificadas com as amea�as espirituais, como infelicidade no casamento e div�rcio.
Entre as formas de enganar os fi�is, os promotores descobriram que os guias afirmavam que "as ejacula��es de Jo�o de Deus eram limpeza espiritual, de chacras, realizada por uma entidade incorporada naquele por meio de uma rela��o sexual com as v�timas, e que eles mesmos j� teriam se submetido a essa limpeza, por�m, quem realizava esse tipo de trabalho em homens seria outro funcion�rio da Casa Dom In�cio de Loyola".
Den�ncias
Jo�o Teixeira de Faria foi denunciado por tr�s crimes sexuais cometidos contra duas v�timas. J� o primeiro guia � acusado por seis crimes sexuais, e o segundo, por dois crimes sexuais, ambos na condi��o de garantidores que se omitiram, j� que assumiram a responsabilidade de impedir o resultado, devendo e podendo faz�-lo.
A Promotoria j� ofereceu 12 den�ncias contra Jo�o de Deus por crimes sexuais, envolvendo 59 v�timas cujos crimes n�o est�o prescritos e 89 prescritos.
Cerca de 330 mulheres j� procuraram o Minist�rio P�blico de Goi�s - destas, 194 formalizaram den�ncias contra ele.
Tramitam outras duas den�ncias contra ele, por porte ilegal de armas - uma em Abadi�nia e outra em An�polis -, al�m de uma a��o civil p�blica, com pedido de indeniza��o por danos morais, que j� obteve o bloqueio de ativos financeiros, bens m�veis e im�veis no valor de R$ 50 milh�es.
Com a palavra, a defesa
A reportagem busca contato com a defesa de Jo�o de Deus. O espa�o est� aberto para manifesta��o.
