
Depois de dois meses sem abra�ar a filha, a professora Cilene Verzola, 46, m�e da m�dica Gabriela Verzola, 24, resolveu colocar fim na saudade que o isolamento trouxe para a fam�lia. Cilene cobriu a filha com um saco pl�stico de um colch�o que comprou h� pouco tempo para conseguir finalmente dar um abra�o apertado.
“J� vi alguns casos de pessoas que fizeram isso na internet, higienizei o pl�stico com �lcool em gel e coloquei nela para que pud�ssemos quebrar esse protocolo de isolamento dentro de casa. Mesmo dentro do saco pl�stico, esse abra�o me deu esperan�a para que isso tudo acabe logo,” conta.
Eu sempre fui uma m�e muito carinhosa e esse isolamento mexe muito com o psicol�gico da gente. Nos emocionamos muito, ela estava precisando disso. Aqui em casa, somos muito unidos”, emociona-se.
Segundo Cilene, a filha tem uma rotina bastante apertada. Com o in�cio da pandemia do coronav�rus no DF, os dias para a fam�lia ficaram ainda mais pesados. Gabriela � residente de medicina intensiva no Instituto de Cardiologia do DF (ICDF) e, al�m disso, � concursada no Hospital Regional de Planaltina (HRP) e est� entre os profissionais que atuam diariamente no combate � COVID-19 na capital.
A m�e relata como t�m sido os dias convivendo com uma m�dica em isolamento dentro de casa. “O protocolo de isolamento dentro de casa nunca fica mais relaxado. Sempre que ela chega, vai para o quarto dela, tudo que ela recebe � por um banquinho que fica em frente ao quarto dela. As roupas s�o lavadas separadas, a comida entregue na porta, as lou�as s�o lavadas separadamente”, afirma.
Em v�deo, a m�dica Gabriela Verzola, 24, conta que o abra�o ap�s dois meses, mesmo sem contato f�sico, foi perfeito. “Que fique a mensagem, que a gente possa se cuidar, higienizar as m�os, usar as m�scaras, para que a gente possa abra�ar quem n�s amamos sem medo”, alerta.
Cilene faz um apelo para quem pode abra�ar os filhos e pede a colabora��o para que todos os pais, m�es e filhos possam se abra�ar, de verdade, o mais breve poss�vel. “S� quem est� passando por isso pode sentir o que estamos sentindo. Pe�o para as pessoas que podem estar todos os dias abra�ando e beijando seus filhos, pensem um pouquinho sobre o isolamento agora. Para que as pessoas que n�o podem hoje possam, o mais r�pido poss�vel, abra�ar, expressar carinho, porque isso � muito importante para a gente”, finaliza.
O abra�o foi no s�bado (23/5) e Cilene conta que Gabriela j� espera por outra oportunidade. “Hoje � noite, assim que chegar do plant�o, ela vai querer outro abra�o dentro do pl�stico. J� vou deixar ele limpo para esper�-la”, disse.
*Estagi�ria sob supervis�o de Nahima Maciel
