(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MORTE DE MIGUEL

'Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele', diz m�e de Miguel

Miguel morreu em um acidente no pr�dio, ap�s entrar no elevador de servi�o atr�s da m�e, que havia sa�do para passear com a cadela da fam�lia para a qual trabalhava


postado em 04/06/2020 23:56

Mirtes Renata: 'Espero que a justiça seja feita porque se fosse o contrário, eu acho que eu não teria nem direito a fiança'(foto: Reprodução/Globo)
Mirtes Renata: 'Espero que a justi�a seja feita porque se fosse o contr�rio, eu acho que eu n�o teria nem direito a fian�a' (foto: Reprodu��o/Globo)
Na �ltima ter�a-feira (2), Mirtes Renata saiu da sua casa, localizada no Barro, uma comunidade humilde na Zona Oeste do Recife, para trabalhar no apartamento dos patr�es, em um pr�dio de luxo, no bairro de S�o Jos�, centro da cidade. Era empregada dom�stica. H� quatro anos, cuidava da casa e dos filhos de S�rgio Hakcer, prefeito de Tamandar� - Litoral Sul -, e sua esposa, Sari Corte Real.

Em plena pandemia, Mirtes n�o teve escolha: precisou levar o filho, Miguel Ot�vio, 5 anos, ao trabalho. Em tempos normais, o menino passava o dia na escola, pela manh�, e na creche, � tarde. Mas com esses espa�os fechados, a crian�a teve que acompanhar a m�e no servi�o. O que ela n�o poderia imaginar � que, ao final do dia, voltaria para casa sem seu pequeno nos bra�os. 

Miguel morreu em um acidente no pr�dio, ap�s entrar no elevador de servi�o atr�s da m�e, que havia sa�do para passear com a cadela da fam�lia para a qual trabalhava. C�meras do circuito interno do edif�cio, mostram o momento que o menino entra no elevador e a patroa, Sari, aperta o bot�o do �ltimo andar e a porta se fecha. A crian�a desceu no 9º andar, onde caiu de uma sacada na parte onde ficam os condensadores dos apartamentos.

"Eu n�o consigo mais entrar no quarto direito. Eu vejo a cama do meu filho, mas n�o vejo meu filho ali. Eu olho para aquela bicicleta, mas n�o vejo meu filho naquela bicicleta. Eu olho para todos os cantos da casa e n�o vejo meu filho. T� muito dif�cil", conta Mirtes em entrevista � rep�rter Sabrina Rocha, da Rede Globo, veiculada pelo Bom Dia Pernambuco na manh� desta quinta-feira (4). 

Mirtes conta que, ao retornar para o edif�cio, foi avisada pelo zelador que algu�m havia ca�do do pr�dio. "Quando eu abri a porta, eu vi meu filho ali, estirado no ch�o. 'Meu filho, n�o deixa m�e, filho'. A� eu peguei, devagarzinho, virei ele. Eu disse 'meu amor, meu amor, mam�e t� aqui, n�o deixa mam�e, respira'. Toquei nele aqui (pesco�o), ele ainda tava tendo pulsa��es, ele tava respirando, mas assim, ele n�o piscava, s� olhava fixo". 

Em seguida, de acordo com Mirtes, ela gritou pedindo ajuda � patroa, que desceu e, junto com um m�dico, morador do edif�cio, levou Miguel de carro para o Hospital da Restaura��o. "N�o demorou muito n�o e veio a not�cia que meu filho virou estrelinha, que meu filho t� l� junto com Jesus e Maria. Ele t� l� no colinho de Maria. Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele para ele para ele permanecer vivo porque ele era minha raz�o de viver. Aquela crian�a era minha raz�o de viver. Eu fazia tudo por ele para ter a felicidade dele, para ter o bem estar dele", relata a m�e emocionada.

A empregada dom�stica acredita que "faltou paci�ncia" por parte da patroa a quem entregou seu filho enquanto precisou se ausentar da casa por alguns minutos a fim de cumprir seu trabalho. "No per�odo que eu tava andando com a cadela, que ele entrou no elevador, n�o tiveram paci�ncia de tirar ele do elevador, pegar pelo bra�o e 'saia'. Porque se fossem os filhos da minha ex-patroa, eu tiraria. Ela confiava os filhos dela a mim e � minha m�e. E no momento que eu confiei meu filho a ela, infelizmente ela n�o teve paci�ncia para cuidar, para tirar (ele do elevador)". 

"Eu n�o vou dizer que eu t� com raiva, que eu t� com �dio dela porque a dor pela morte do meu filho t� prevalecendo, mas eu espero que a justi�a seja feita porque se fosse o contr�rio, eu acho que eu n�o teria nem direito a fian�a. Porque foi uma vida, uma vida que se foi por um pouco de falta de paci�ncia. Deixar uma crian�a sozinha, dentro de um elevador, isso n�o se faz", acrescenta Mirtes. "Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu v� morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar para que a morte do meu filho, meu �nico filho seja resolvida, que a justi�a seja feita". "Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu v� morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar pra que a morte do meu filho, meu �nico filho seja resolvida, que a justi�a seja feita".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)