
O jovem picado por uma naja kaouthia na ter�a-feira passada deve receber alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, nesta segunda-feira. Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, ficou internado na unidade de sa�de por seis dias e chegou a entrar em coma.
Na noite de s�bado, ele saiu da unidade de terapia intensiva (UTI) e foi transferido para o quarto. O Correio Braziliense apurou que, ainda esta semana, o estudante de medicina veterin�ria deve prestar depoimento na 14ª Delegacia de Pol�cia (Gama), unidade que investiga o caso.
Na noite de s�bado, ele saiu da unidade de terapia intensiva (UTI) e foi transferido para o quarto. O Correio Braziliense apurou que, ainda esta semana, o estudante de medicina veterin�ria deve prestar depoimento na 14ª Delegacia de Pol�cia (Gama), unidade que investiga o caso.
A pol�cia acredita que ele e outros amigos estejam envolvidos em um esquema nacional e internacional de tr�fico de animais ex�ticos e silvestres. Outra suspeita � de que o grupo tenha usado essas esp�cies para produzir pesquisas clandestinas. Contudo, na hist�ria, ainda h� muitas lacunas que, para o esclarecimento total do caso, devem ser apurados.
Em menos de uma semana, 30 cobras, tr�s tubar�es, um lagarto tei�, uma moreia e um casco de tatu foram encontrados no Distrito Federal. Dezessete serpentes, incluindo a naja, teriam liga��o com o estudante Pedro Henrique. De acordo com a apura��o policial, a ch�cara no N�cleo Rural Taquara, em Planaltina, onde foram capturadas 16 cobras, pertence a um dos colegas do jovem, que � estudante de medicina veterin�ria.
Dois dias depois, agentes da Delegacia Especial de Prote��o ao Meio Ambiente e � Ordem Urban�stica (Dema) receberam uma den�ncia an�nima sobre uma esp�cie de criadouro de tubar�es e outros animais na Col�nia Agr�cola Samambaia, em Vicente Pires.
Segundo a delegada da Dema, Fernanda Lopes, os tubar�es permanecem na ch�cara, por enquanto, por meio de termo de dep�sito, em raz�o da impossibilidade de transporte seguro. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) est� � procura de um aqu�rio pr�ximo ao DF para abrigar os peixes, segundo apurou a reportagem.
No mesmo im�vel, havia sete serpentes, uma moreia e um lagarto tei�. O propriet�rio, no entanto, apresentou a documenta��o apenas de uma das jiboias e do tei�. Ele foi autuado por crimes ambientais e receber� multa do Ibama.
No mesmo im�vel, havia sete serpentes, uma moreia e um lagarto tei�. O propriet�rio, no entanto, apresentou a documenta��o apenas de uma das jiboias e do tei�. Ele foi autuado por crimes ambientais e receber� multa do Ibama.
A apreens�o mais recente ocorreu no s�bado. Agentes encontraram, em um apartamento vazio no Guar� 2, uma jiboia arco-�ris, ratos — que serviam de alimentos para as cobras — e um casco de tatu. O dono do im�vel, um servidor do Judici�rio, � pai de um dos amigos de Pedro, o mesmo que teria ocultado as 17 serpentes e soltado a naja pr�ximo ao shopping Pier 21, ap�s o incidente.
O homem apresentou documenta��o incompleta e foi autuado por manter o animal ex�tico sem a devida permiss�o e por maus-tratos.
O homem apresentou documenta��o incompleta e foi autuado por manter o animal ex�tico sem a devida permiss�o e por maus-tratos.
Perigo
Na avalia��o de Igor Morais, bi�logo e gerente de projetos educacionais do Zool�gico de Bras�lia, o tr�fico de animais silvestres tem v�rias facetas. “Geralmente, quem captura o animal no Brasil o faz por quest�o de necessidade. S�o pessoas com baixa renda, em regi�es pobres, que veem nisso uma forma de conseguir algum dinheiro para o sustento. Mas quem lucra mesmo � o intermedi�rio, a pessoa que compra o animal, transporta-o e faz a revenda nos grandes centros urbanos”, explicou.

O bi�logo comenta os motivos que costumam levar as pessoas a criar animais ex�ticos em casa, mesmo que ilegalmente. “No caso de aves canoras, como bicudos e trinca-ferros, � por raz�es culturais e de competi��o, por dinheiro. Agora, quando envolve r�pteis, peixes e mam�feros, � por quest�es de ‘status’. Igual a ter um carro importado na garagem”, afirmou.
O especialista ressalta, ainda, o perigo de manter animais ex�ticos no Distrito Federal. “No caso da naja, al�m do risco de acidentes com pessoas, h� o potencial de a esp�cie se tornar invasora. Ou seja, de elas fugirem ou serem soltas e come�arem a se reproduzir e a estabelecer uma popula��o no cerrado. Isso seria uma trag�dia, porque elas come�ariam a predar animais nativos e a competir por espa�o e alimento com as serpentes nativas, como a cascavel e as tr�s esp�cies de jararaca que temos no DF. Uma dessas esp�cies de jararaca, a cotiarinha, � considerada dependente de esfor�os de conserva��o”, destacou.
» O que falta esclarecer?
Veja as lacunas nas investiga��es sobre o caso do estudante picado por naja
» De onde veio a naja que picou Pedro Henrique?
» As outras 16 serpentes encontradas em Planaltina pertenciam a Pedro?
» Por que os amigos de Pedro teriam ocultado as cobras?
» Pedro e os amigos fazem pesquisas clandestinas com os animais ex�ticos?
» Existe rela��o entre o caso da picada e os tubar�es, as serpentes, o lagarto e a moreia encontrados na Col�nia Agr�cola Samambaia?