Depoimento de jovem picado por naja em Bras�lia � esperado para esta sexta

O padrasto e a m�e do jovem picado por uma naja kaouthia prestaram depoimento na delegacia pela primeira vez, nesta quinta-feira, 10 dias depois de o estudante de medicina veterin�ria Pedro Henrique Lemkuhl, 22 anos, ser atacado pela serpente, na resid�ncia dele, em Bras�lia.

O tenente-coronel da Pol�cia Militar Eduardo Conde e a mulher, Rose, chegaram � 14ª Delegacia de Pol�cia (Gama) acompanhados do advogado de defesa e sa�ram sem falar com a imprensa.

Pedro Henrique deve ser ouvido nesta sexta-feira. O jovem ficou internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora por seis dias e est� em recupera��o. Todos receberam multas por crimes ambientais.

Ainda na manh� desta quinta-feira, a Pol�cia Civil deflagrou a segunda fase da opera��o Snake, com o objetivo de investigar um suposto esquema voltado � pr�tica de crimes ambientais, em que o estudante de medicina veterin�ria estaria envolvido.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreens�o: um na casa de Pedro Henrique e o outro na resid�ncia de um dos amigos dele (o mesmo que teria ocultado 16 serpentes em um terreno do N�cleo Rural Taquara, em Planaltina, e largado a naja pr�ximo ao Pier 21). Os outros dois mandados foram cumpridos no Gama e no Riacho Fundo.

O colega de Pedro precisou ser conduzido � 14ª DP, pois os investigadores encontraram maconha no im�vel. Ele deve responder por porte de drogas. Durante a opera��o, agentes apreenderam diversos documentos, aparelhos celulares, medicamentos de uso veterin�rio, uma serpente e v�rios apetrechos empregados na cria��o ilegal de animais silvestres. Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) participaram da a��o.

O padrasto e a m�e de Pedro chegaram � unidade policial por volta das 12h. O tenente-coronel prestou depoimento e saiu antes da mulher, �s 14h30. Cerca de duas horas depois, ele retornou � delegacia para buscar Rose. O casal entrou em um Gol branco e saiu sem falar com a imprensa. O advogado de defesa deixou o local em seguida, tamb�m sem se manifestar.

A reportagem entrou em contato com Pedro Henrique, na quarta-feira, mas ele afirmou que “n�o tem interesse em dar entrevista, at� ent�o”. Investiga��es apontam que o policial militar teria deixado o pr�dio onde mora carregando caixas com os animais, logo ap�s Pedro ter sido picado. A 14ª DP informou que s� se manifestar� sobre o assunto ap�s a conclus�o das dilig�ncias.

Por meio de nota oficial, a PMDF esclareceu que, at� o momento, n�o h� investiga��o interna sobre o caso, “uma vez que os fatos indicam que o suposto crime tenha sido cometido pelo enteado do policial militar”. A corpora��o explicou que as apura��es est�o a cargo da Pol�cia Civil.

As multas geradas pelo Ibama aos infratores somam mais de R$ 300 mil. O propriet�rio da ch�cara em Planaltina, onde foram encontradas 16 serpentes, recebeu multa de R$ 68 mil por dificultar a a��o dos fiscais, maus-tratos e por manter animais nativos e ex�ticos sem autoriza��o. As serpentes est�o no Zool�gico de Bras�lia e algumas apresentaram les�es e desidrata��o.

Pedro Henrique tamb�m foi multado em mais de R$ 61 mil, por maus-tratos e por manter serpentes nativas e ex�ticas em cativeiro sem autoriza��o. J� a m�e e o padrasto ter�o de pagar, cada um, R$ 8,5 mil, por terem dificultado a a��o de resgate.

O amigo de Pedro, que teria soltado a naja pr�ximo ao shopping Pier 21, recebeu multa em R$ 81.300. De acordo com o Ibama, ele dificultou a a��o do instituto e manteve os animais em locais inapropriados e sem autoriza��o, al�m de maus-tratos.

O dono de uma ch�cara na Col�nia Agr�cola Samambaia tamb�m foi multado. Na resid�ncia, a pol�cia encontrou sete serpentes, tr�s tubar�es do tipo bambu, esp�cie oriunda de pa�ses da Oceania, um lagarto tei� e uma moreia. No total, ele ter� de pagar R$ 39 mil. Ainda esta semana, o Ibama aguarda a apresenta��o de documento sobre a origem dos tubar�es e da moreia. Caso contr�rio, o respons�vel ter� de arcar em R$ 2,6 mil por manter animal ex�tico sem autoriza��o.