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Estado de Minas

'Est� muito dif�cil o sil�ncio na minha casa', diz m�e do menino Miguel

Sessenta dias depois da morte da crian�a, que caiu do 9� andar de um pr�dio, Mirtes Renata de Souza conta sobre como est� a rotina, as homenagens recebidas que mais a emocionaram e o que espera da Justi�a


02/08/2020 18:15

Há exatos dois meses, Miguel, 5, faleceu ao cair do 9º andar do edifício Pier Maurício de Nassau, Bairro São José, em Recife(foto: Paulo Paiva / DP FOTO)
H� exatos dois meses, Miguel, 5, faleceu ao cair do 9� andar do edif�cio Pier Maur�cio de Nassau, Bairro S�o Jos�, em Recife (foto: Paulo Paiva / DP FOTO)


H� exatos dois meses, completados neste domingo (2/8), o sofrimento de um m�e comovia Pernambuco. O fato, que depois emocionou o Brasil e, finalmente, chegou ao conhecimento da imprensa internacional foi o falecimento do garoto Miguel, 5, que, no dia 2 de junho, n�o resistiu ao cair de uma altura de 35 metros do 9º andar do edif�cio Pier Maur�cio de Nassau, Bairro de S�o Jos�, em Recife, ap�s ser deixado sozinho no elevador pela patroa da sua m�e, a primeira-dama do munic�pio de Tamandar�, Sar� Corte Real.

Sessenta dias depois do ocorrido, a m�e de Miguel, Mirtes Renata de Souza, conversou com o Di�rio de Pernambuco sobre como est� a rotina, as homenagens recebidas que mais a emocionaram e o que espera da Justi�a depois que o Minist�rio P�blico de Pernambuco denunciou Sar� por abandono de incapaz com resultado de morte.

Como voc� est� se sentindo hoje, dois meses depois de tudo o que aconteceu?
Estou bem, na medida do poss�vel. Hoje (domingo) pela manh� fui treinar com o pessoal do grupo de corrida Os Coiotes, do qual participo. Estou recome�ando aos poucos, caminhando antes de correr. Eles fizeram uma homenagem a Miguel e a mim lembrando estes dois meses com cartazes, rezas. Foi simples e bem emocionante. Agora, estamos esperando o juiz marcar as audi�ncias ap�s Sar� apresentar sua defesa, mas n�o sei quando e se ela recebeu a notifica��o.

Como est� sua rotina?
Voltei a caminhar. Fora isso, fico em casa, assisto filme, ligo para os meus advogados para tirar d�vidas.. vou levando. Tenho procurado, entretanto, sair para resolver uma coisa ou outra, sempre  buscando fazer algo porque ficar em casa � pesado. Est� muito dif�cil o sil�ncio na minha casa. Miguel era a alegria daqui, a luz e agora estamos s� eu e minha m�e. Eu pretendo trabalhar, at� j� recebi propostas. Agora, entretanto, n�o posso me comprometer porque estou precisando resolver coisas com os advogados, em breve ir �s audi�ncias. Ent�o, n�o posso segurar nenhuma oportunidade de emprego.

E a sua situa��o financeira. De que forma se encontra, ent�o?
Estou recebendo doa��es. N�o sou mais funcion�ria dos meus antigos patr�es, mas eles ainda n�o pagaram nossas contas (minha e de minha m�e). O advogado est� tentando resolver esta quest�o o mais r�pido poss�vel porque n�o quero ficar mais tempo dependendo das pessoas. Quero receber o que tenho direito. Aceito os aux�lios que chegam at� a minha casa, mas continuo n�o autorizando vaquinhas, dep�sitos nem nada semelhante.

Quando voc� sai �s ruas, como as pessoas t�m te abordado?
Elas me trazem palavras de conforto, dizem que est�o junto conosco, rezando, e me d�o muita for�a. Esta semana encontrei uma mulher que chorou dizendo que sente minha dor como se fosse a dela. Muita gente se apegou a Miguel como se fosse um filho, um parente  e tamb�m querem justi�a, que o caso n�o fique impune.

Houve v�rias homenagens a Miguel e gestos de solidariedade a voc�. Qual deles mais te emocionou?
Todos me tocaram muito. Me emocionei muito com as grafitagens, caricaturas. Dentre elas, uma que representou Miguel como um anjo; o canto de uma mo�a, Daniele Rebelo, no Facebook (toda vez que assisto, choro), e a do Il� Vivo, da Bahia, que fez uma m�sica muito forte e extremamente verdadeira sobre o meu filho. Algumas pessoas de fora do pa�s tamb�m me chamam para conversar, ent�o exponho o caso e agrade�o a todos que pedem justi�a junto comigo, para que Miguel n�o seja mais um na estat�stica.

Quais as suas expectativas para os pr�ximos passos na sua luta por justi�a?
Que a marca��o das audi�ncias n�o se prolongue muito e que Sar� seja condenada, presa, que pague pelo erro dela e que isto sirva de li��o pra muitas pessoas.

O que achou da Lei, aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que pro�be crian�as de 12 anos de andarem sozinhas no elevador, em todo o estado?
J� era lei municipal. Agora pode virar estadual, abrangendo crian�as, idosos e deficientes. Achei bom porque aumentou a expans�o territorial do alcance e a idade, mas � preciso que haja fiscaliza��o. Deve haver informa��es nos elevadores e conscientiza��o das pessoas com a��es educativas, por exemplo, para que n�o aconte�a com outras crian�as o que aconteceu com meu filho.


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