A entidade j� registrou tamb�m a inscri��o de 32 mil volunt�rios de 140 pa�ses que se dizem dispostos a participar do teste. Ao jornal O Estado de S. Paulo, um representante da organiza��o revelou que mais de 9 mil s�o brasileiros - segundo maior contingente, ap�s americanos, com 15 mil.
Especialistas cr�ticos ao estudo destacam a implica��o �tica de expor volunt�rios a uma doen�a sem um tratamento comprovadamente eficaz. Mas os defensores do modelo dizem que ele poderia salvar milhares de vidas ao antecipar a descoberta de uma vacina eficiente.
No estudo de desafio humano, como esse tipo de teste � conhecido, volunt�rios recebem a vacina em teste ou o placebo para, posteriormente, serem infectados com o v�rus, o que permitiria aos cientistas observar mais rapidamente se o imunizante tem efic�cia.
Nos estudos tradicionais, a prova da efic�cia depende do contato natural dos volunt�rios com o pat�geno. Para isso, � necess�rio incluir um grande n�mero de participantes e monitor�-los por meses ou anos para comparar os �ndices de infec��o entre os que tomaram a vacina e o grupo controlado.
O apoio de renomados acad�micos � iniciativa veio por carta aberta endere�ada ao diretor dos Institutos Nacionais de Sa�de (NIH, na sigla em ingl�s) dos Estados Unidos.
O documento foi elaborado pela organiza��o 1DaySooner em conjunto com especialistas como o pediatra Stanley Plotkin, um dos maiores estudiosos em vacina do mundo. A carta tamb�m foi assinada por Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner, divis�o da Universidade de Oxford respons�vel pelo desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 que est� sendo testada no Brasil.
Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Oxford afirmou "n�o estar planejando" realizar estudos de desafio humanos no momento por ter "extensos ensaios cl�nicos internacionais para avaliar a vacina em um cen�rio do mundo real". Hill, por�m, j� declarou � imprensa internacional que considera realizar esse tipo de teste ainda este ano. A organiza��o 1DaySooner diz estar colaborando com o Instituto Jenner na elabora��o de protocolos.
A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) tamb�m n�o descarta a realiza��o de estudos de desafio para a COVID-19. Em junho, um grupo consultor da entidade concluiu relat�rio preliminar sobre a viabilidade, import�ncia e limita��es desse tipo de pesquisa. No documento, a OMS define regras que deveriam ser seguidas para minimizar os riscos, como o recrutamento de volunt�rios jovens e a administra��o de quantidade pequena de v�rus.
O comit� de especialistas, por�m, ficou dividido sobre quando tais testes poderiam ser feitos. Metade acha razo�vel realiz�-los somente quando houver um medicamento eficaz contra a COVID. O restante defende que os testes sejam iniciados imediatamente frente a emerg�ncia.
Regras
Os acad�micos que assinaram a carta aberta defendem que tais pesquisas podem "acelerar o desenvolvimento de vacinas e salvar milh�es de vidas, bem como ajudar a resgatar economias". Destacam ainda que os protocolos devem minimizar ao m�ximo os riscos para os volunt�rios.
Nesse caso, dizem, idealmente seriam aceitos participantes na faixa dos 20 aos 29 anos e com boas condi��es de sa�de. Eles seriam monitorados constantemente, ficariam isolados em instala��es pr�prias da pesquisa para n�o espalhar o v�rus e receberiam assist�ncia m�dica precoce, caso desenvolvessem a doen�a.
"O risco de morte por COVID para uma pessoa na faixa dos 20 anos � de 1 em 4 mil. � semelhante a riscos que a sociedade aceita, como o de doar um rim", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo Abie Rohrig, diretor de comunica��es da 1Day Sooner.
Professor e pesquisador de bio�tica da Universidade Federal de Uberl�ndia, Alcino Eduardo Bonella � o �nico brasileiro que assinou a carta aberta apoiando os estudos de desafio. "Se a gente aceita o risco de profissionais de sa�de e entregadores trabalharem na pandemia, n�o tem sentido impedir o altru�smo de pessoas volunt�rias totalmente esclarecidas", defende.
Estudos de desafio j� foram realizados para outras doen�as, como c�lera e mal�ria, mas, naqueles casos, havia tratamento para as enfermidades. Para Jorge Ven�ncio, coordenador da Comiss�o Nacional de �tica em Pesquisa (Conep), �rg�o respons�vel por autorizar pesquisas com seres humanos no Brasil, dificilmente um estudo do tipo seria aprovado no Pa�s. "Acho fora de prop�sito, pois j� h� estudos de fase 3 sendo realizados, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos, onde a incid�ncia da doen�a � alta e, portanto, as pessoas est�o expostas ao v�rus naturalmente", diz.
Ele destaca ainda que seguir volunt�rios por mais tempo, conforme previsto nas pesquisas tradicionais, � importante para observar se um produto em testes pode causar eventos adversos tardios.
Presidente do Conselho de �tica da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm), Gabriel Oselka tamb�m defende que a contribui��o de um estudo como esse n�o justifica os riscos. "Se a vacina n�o funcionar e a pessoa se infectar, n�o h� como garantir que ela ir� se recuperar, pois ainda n�o h� tratamento. J� temos pesquisas em andamento que provavelmente nos dar�o uma resposta sobre a efic�cia ou n�o dessas vacinas. � mais razo�vel esperar esses resultados." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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