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Estado de Minas

Caso padre Robson: Advogado afirma que associa��o usou dinheiro de doa��es em investimentos

Advogado sustenta que Afipe usou recursos das doa��es para investimentos, cujos lucros foram destinados � constru��o de igrejas e compras de r�dios e TVs. MP aponta preju�zo de R$ 60 milh�es e defesa alega valor "natural" para empresa de R$ 2 bilh�es


25/08/2020 11:35 - atualizado 25/08/2020 11:47

(foto: Facebook/reprodução)
(foto: Facebook/reprodu��o)
Advogado do padre Robson, que est� no centro de uma investiga��o do Minist�rio P�blico de Goi�s (MP-GO) sobre desvio de recursos, Pedro Paulo de Medeiros alegou, em entrevista ao Correio, que o estatuto da Associa��o Filhos do Pai Eterno (Afipe) prev�, expressamente, a possibilidade de se pegar dinheiro de doa��es para investimentos, com o objetivo de aumentar os recursos a serem aplicados na evangeliza��o. O religioso Robson de Oliveira foi afastado da reitoria do Santu�rio do Divino Pai Eterno da presid�ncia da Afipe, ap�s o MP apontar suspeita de lavagem de dinheiro e desvio de recursos na associa��o que movimentou R$ 2 bilh�es em 10 anos. A investiga��o identificou pagamentos suspeitos na ordem de R$ 120 milh�es, com preju�zo de R$ 60 milh�es � Afipe.

No site da associa��o, criada pelo padre em 2004 e com sede na cidade goiana de Trindade, explica-se que “as doa��es recebidas s�o voltadas para a evangeliza��o por meio da TV e para obras sociais”. Investiga��o do Minist�rio P�blico do Estado de Goi�s (MP-GO), por�m, apontou que recursos da funda��o foram usados para compra de im�veis, como uma fazenda, em Abadi�nia (GO), por R$ 6 milh�es; e uma casa de praia, avaliada em R$ 2 milh�es.

“Isso (possibilidade de investimentos) est� expresso no estatuto. A Afipe foi criada para adotar medidas de evangeliza��o, entre elas construir a Bas�lica, comprar (concess�es de) TV, construir igrejas, asilos e a forma de se ter mais dinheiro pode ser por meio de investimento, com compra e venda de im�veis. Isso est� expresso no estatuto”, alegou Pedro Paulo. Mas as negocia��es ligadas � Igreja apontam preju�zos. Em uma das situa��es, a Afipe teria vendido uma resid�ncia por R$ 1,35 milh�o, avaliada em R$ 2 milh�es e hipotecada por R$ 7,35 milh�es.

A investiga��o do MP estima um preju�zo total � associa��o de R$ 60 milh�es. O advogado disse desconhecer a cifra. Para uma institui��o que movimenta R$ 2 bilh�es, destacou, R$ 60 milh�es representam um percentual pequeno. “A Microsoft, se a Bolsa sobe 0,001, � R$ 1 bilh�o”, disse. E completou: “Se � que tem preju�zo, o que a gente desconhece, n�o tem nada ilegal em ter preju�zo.”

Conforme o advogado, a Afipe tem, sim, fins lucrativos. O lucro, segundo ele, permitiu que a institui��o comprasse r�dios, TV, al�m da constru��o de uma das maiores bas�licas do pa�s. “O estatuto diz, sim, que ela vai fazer investimento, aferir lucro e vai investir nela para fazer evangeliza��o. � uma entidade privada, n�o � p�blica. N�o � igreja, em que as pessoas decidem o que v�o fazer. E elas optaram, sim, em investir, gerar lucro. O Minist�rio P�blico quer opini�o de algo que n�o tem de ter opini�o”, apontou. De acordo com o defensor, o �rg�o de investiga��o n�o deve opinar na quest�o, mas apurar se houve desvio de recurso da institui��o.

Pedro Paulo foi taxativo ao afirmar que a decis�o sobre compra de im�veis cabe ao Conselho da Afipe, presidido pelo padre Robson.


Opera��o


Padre Robson � investigado pela Opera��o Vendilh�es, deflagrada na �ltima sexta-feira, por suposta apropria��o ind�bita, lavagem de dinheiro, falsifica��o de documentos e sonega��o fiscal. Acatando o pedido do MP, a ju�za Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organiza��es Criminosas e Lavagem de Capitais, determinou busca e apreens�o em 16 endere�os ligados ao padre, incluindo a TV Pai Eterno. Ela n�o atendeu ao pedido de pris�o do religioso.

A investiga��o teve in�cio em 2018, ap�s o religioso ser alvo de extors�o por parte de criminosos, que amea�aram divulgar imagens e mensagens eletr�nicas com informa��es pessoais, amorosas e profissionais que supostamente prejudicariam a imagem do padre. Segundo decis�o judicial, que cita investiga��o, Robson de Oliveira negociou e determinou o pagamento de R$ 2,93 milh�es, no total. De acordo com a decis�o, foi retirado das associa��es R$ 1,2 milh�o para pagamento dos criminosos, para que “mantivessem em sigilo interesses pessoais do padre”.

Cinco pessoas foram condenadas pela pr�tica. Questionado se o p�roco poderia retirar recursos da Afipe para pagar as extors�es, o advogado Pedro Paulo de Medeiros afirmou que os criminosos fizeram montagens de v�deos e fotos com o padre Robson, e que ele foi extorquido na condi��o de presidente da Afipe. “A liga��o dele com a Afipe � essa”, resumiu.

O defensor garantiu, ainda, que t�o logo o padre recebeu as extors�es, procurou a pol�cia e passou a pagar o grupo criminoso sob orienta��o dos policiais, para que pudessem rastrear as contas e os bandidos. “Por orienta��o da pol�cia, foram entregues valores. E os valores est�o guardados no processo em que eles foram condenados, esperando orienta��o para retornar � Afipe. N�o sumiram, n�o foram gastos.”

Ele reiterou, ainda, que “o dinheiro est� todo guardado para retornar � Afipe. N�o sumiu um real. O dinheiro n�o foi gasto. Ainda � da Afipe, portanto n�o h� qualidade de ilegalidade nisso.”

 

Opera��o Vendilh�es

  • Padre Robson � investigado por suposta apropria��o ind�bita, lavagem de dinheiro, falsifica��o de documentos e sonega��o fiscal


Total movimentado

  • Suspeito de desvio de recursos e lavagem de dinheiro, o padre Robson teria movimentado R$ 2 bilh�es em 10 anos

Doa��o mensal

  • A estimativa � que as doa��es mensais sejam de aproximadamente R$ 20 milh�es


Desvios

  • MP apontou movimenta��o suspeita de R$ 120 milh�es, com estimativa de preju�zo � Afipe de R$ 60 milh�es


Amea�as de divulga��o

  • Padre Robson teria negociado e determinado o pagamento de R$ 2,9 milh�es da Afipe a terceiros que o amea�avam com informa��es pessoais


Preju�zo

  • Apurou-se que a empresa teve preju�zo de R$ 1,2 milh�o para que os extorsion�rios mantivessem em sigilo interesses pessoais do padre


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