
Ap�s a confirma��o do primeiro caso de reinfec��o pelo novo coronav�rus documentado em uma publica��o cient�fica, um sinal de alerta foi aceso no mundo com a nova possibilidade, capaz de mudar o entendimento da doen�a at� o momento. S� no Brasil h� outras 20 suspeitas de novas infec��es ap�s os pacientes terem sido considerados curados da COVID-19.
Os casos s�o investigados pela Universidade de S�o Paulo (USP) e pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo 16 suspeitas em S�o Paulo e outras quatro no Rio de Janeiro. A primeira apura��o come�ou no in�cio de agosto, quando um estudo baseado em um caso de uma enfermeira de 24 anos, feito pelo Hospital Das Cl�nicas Da Faculdade De Medicina De Ribeir�o Preto (HCFMRP), concluiu que, apesar de raros, a reinfec��o e adoecimento por COVID em mais de uma ocasi�o s�o eventos poss�veis.
Em maio, a profissional foi infectada pelo novo coronav�rus e um teste molecular RT-PCR confirmou o resultado positivo. Depois de apresentar melhoras dos sintomas, a paciente passou 38 dias assintom�tica e trabalhou normalmente at� que, em 27 de junho, acordou com novos sintomas, que se agravaram e se manifestaram de forma mais severa do que na primeira vez. Ao refazer o teste, a surpresa: estava novamente infectada pela COVID-19.
Este foi o segundo caso de poss�vel reinfec��o no mundo. A primeira suspeita surgiu na cidade de Boston, nos Estados Unidos, e foi descrita na revista American Journal of Emergency Medicine, em junho. No entanto, o caso de Hong Kong � o primeiro a concluir a reinfec��o por diferentes tipos de linhagem pela COVID-19. De acordo com os pesquisadores, essa caracter�stica serve como um dos elementos que ajudou a confirmar que se trata de uma reinfec��o e n�o um resqu�cio da antiga doen�a.
No caso da t�cnica de enfermagem brasileira, n�o h� como saber se o primeiro contato com o v�rus se difere do segundo, j� que a amostra inicial foi descartada. "N�o tivemos a oportunidade de fazer o mapeamento gen�tico no primeiro teste positivo porque a amostra foi descartada. Isso nos impediu de comparar as cepas", explica o professor da USP que anunciou o estudo, Fernando Bellissimo. "A nossa pesquisa tem mais evid�ncias epidemiol�gicas e laboratoriais. Conseguimos observar os sintomas nas duas infec��es da paciente, por exemplo. Mas a ci�ncia moderna valoriza mais esses dados moleculares."
Ainda assim, as an�lises brasileiras j� apontavam que a possibilidade de reinfec��o de pacientes � poss�vel e "traz implica��es cl�nicas e epidemiol�gicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em sa�de".