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Estado de Minas 'ESTUPRO CULPOSO'

Caso Mari Ferrer: juiz � denunciado ao CNJ por omiss�o em audi�ncia

O pedido de investiga��o contra o juiz foi apresentado pelo conselheiro do CNJ Henrique �vila � corregedoria do �rg�o


03/11/2020 17:02 - atualizado 03/11/2020 19:37

Juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis(foto: Redes Sociais/Reprodução)
Juiz Rudson Marcos, da 3� Vara Criminal de Florian�polis (foto: Redes Sociais/Reprodu��o)
O Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) vai analisar um pedido de investiga��o contra o juiz que inocentou um empres�rio ao aceitar a tese de "estupro culposo", um crime n�o previsto em lei, mas que significaria um abuso sexual praticado sem a inten��o. A decis�o pol�mica partiu do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florian�polis, respons�vel pelo caso.

Na audi�ncia de instru��o e julgamento do processo, o magistrado n�o interveio quando o advogado do acusado de estupro afirmou que a jovem, poss�vel v�tima, tem como "ganha p�o" a "desgra�a dos outros", nem quando foram mostradas fotos sensuais da garota, sem qualquer rela��o com o fato apurado, para questionar a acusa��o.

O pedido de investiga��o contra o juiz foi apresentado pelo conselheiro do CNJ Henrique �vila � corregedoria do �rg�o. �vila quer que sejam averiguadas responsabilidades do magistrado na condu��o da audi�ncia por meio da abertura de uma reclama��o disciplinar. A proposta deve ser apreciada pelo plen�rio do Conselho.

"O que eu assisti � chocante. Precisamos avaliar aprofundadamente para apurar responsabilidades", disse �vila ao Estad�o. "As chocantes imagens do v�deo mostram o que equivale a uma sess�o de tortura psicol�gica no curso de uma solenidade processual", escreveu o conselheiro no pedido.

O processo � de 2018. O estupro, conforme relato de Mariana Ferrer, ocorreu em 15 de dezembro daquele ano em uma badalada festa em Jurer� Internacional, Florian�polis. O empres�rio Andr� de Camargo Aranha era o acusado. Na primeira inst�ncia, foi inocentado. O caso voltou � tona nesta ter�a-feira, 3, ap�s o site The Intercept Brasil trazer imagens in�ditas da audi�ncia de julgamento.

Na grava��o, o advogado de Aranha, Cl�udio Gast�o da Rosa Filho, dispara uma s�rie de acusa��es contra Mariana, que chega a ir �s l�grimas e implora ao juiz que preside a audi�ncia: "Excelent�ssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados s�o tratados do jeito que estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente. O que � isso?" As imagens da audi�ncia provocaram rea��es no meio jur�dico.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes afirmou que as cenas "s�o estarrecedoras". "O sistema de Justi�a deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilha��o. Os �rg�os de correi��o devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram", disse o magistrado nas redes sociais.

O ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Bruno Dantas tamb�m repudiou a maneira como a audi�ncia de julgamento foi conduzida. "Poucas vezes vi algo t�o ultrajante. Especialistas em Direito Penal certamente falar�o com propriedade sobre a tese do estupro culposo, que confesso desconhecer. O v�deo � aviltante e d� impress�o de que n�o havia juiz presidindo a audi�ncia ou Promotor fiscalizando a lei. Havia?", escreveu ele.


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