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Estado de Minas Viol�ncia

'N�s esperamos por justi�a', diz pai de homem negro morto em Carrefour

Jo�o Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado por seguran�as em supermercado de Porto Alegre


20/11/2020 13:19 - atualizado 20/11/2020 14:19

(foto: Reprodução/Redes sociais)
(foto: Reprodu��o/Redes sociais)
Jo�o Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, lamentou nesta sexta-feira, 20, a morte de seu filho, Jo�o Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado e morto no estacionamento do Carrefour Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, na quinta-feira, 19, v�spera do Dia da Consci�ncia Negra. "N�s esperamos por justi�a. As �nicas coisas que podemos esperar � por Deus e pela justi�a. N�o h� mais o que fazer. Meu filho n�o vai mais voltar", disse ao jornal O Estado de S. Paulo


Segundo Freitas, enquanto estava sendo agredido, o filho tentou pedir socorro � mulher, Milena Borges Alves. "Ela me contou que o seguran�a apertou o meu filho contra o ch�o, e ele j� estava roxo. Fazia sinal com a m�o para ela fazer alguma coisa, tirar o cara de cima e um outro seguran�a empurrou a Milena."

Na entrada do Departamento M�dico Legal, ele relatou que estava num culto evang�lico quando recebeu a liga��o da nora pedindo por ajuda no supermercado. "Foi uma coisa horr�vel. Espero que ningu�m passe por isso. Perder o filho daquela maneira, sendo agredido bruscamente por fac�noras. Chamar aquilo de seguran�a � desmerecer os verdadeiros seguran�as. Eu n�o sei o que levam as pessoas a agir desta forma. Para mim este crime teve um grau de racismo. N�o � poss�vel, uma pessoa ter tanta f�ria de outra pessoa. Espero que a Justi�a seja feita", desabafou.

"Quando eu cheguei os param�dicos j� estavam nos �ltimos atendimentos. Logo em seguida, ele n�o teve mais recupera��o. Agora, n�o temos mais o que fazer", disse o pai da v�tima, emocionado.

� reportagem, o pai descreveu o filho como um homem tranquilo. Al�m disso, comentou que a v�tima e a esposa h� anos fazem compras no mesmo supermercado. "Eles frequentavam o mercado quase todos os dias. Ele at� me incentivou a fazer um cart�o do mercado. Nunca tivemos problemas e nunca discutimos ou batemos em ningu�m."

 

Despedida


O sepultamento est� marcado para as 16h desta sexta-feira, 20, no Cemit�rio S�o Jo�o, no IAPI, tamb�m na zona norte da capital do Rio Grande do Sul. O Dia da Consci�ncia Negra n�o � feriado no Rio Grande do Sul.

Negro, Jo�o Alberto Freitas foi espancado e morto por dois homens brancos, um deles � seguran�a do local, enquanto o outro seria um policial militar tempor�rio que fazia compras no supermercado.

A Pol�cia Civil do Estado investiga o crime, tipificado como homic�dio triplamente qualificado. Os dois homens foram presos em flagrante. Uma manifesta��o em frente ao supermercado est� prevista para as 18 horas desta sexta-feira, 20.

V�deos compartilhados nas redes sociais mostram parte das agress�es e o momento que o cliente � atendido por socorristas. Em uma das grava��es, o homem � derrubado e atingido por ao menos 12 socos. Ao fundo, uma pessoa grita "vamos chamar a Brigada (Militar)".

Uma mulher vestindo uma camisa branca e um crach�, que tamb�m seria funcion�ria do supermercado, aparece ao lado dos agressores, filmando a a��o. Ela j� foi identificada e ser� ouvida. Outro registro mostra a v�tima desacordada, enquanto h� marcas de sangue no ch�o.

Vizinho da v�tima, Paul�o Paquet� contou ao Estad�o ter testemunhado as agress�es. Segundo ele, outros seguran�as ficaram no entorno da �rea, impedindo a aproxima��o das pessoas que tentavam parar com as agress�es.

Em nota, o Grupo Carrefour considerou a morte "brutal" e disse que "adotar� as medidas cab�veis para responsabilizar os envolvidos". Afirmou tamb�m que vai romper o contrato com a empresa respons�vel pelos seguran�as e que o funcion�rio que estava no comando da loja durante o crime "ser� desligado". O grupo disse ainda que a loja ser� fechada em respeito � v�tima e que dar� o "suporte necess�rio" � fam�lia da v�tima.

Protestos

Uma s�rie de manifesta��es contra o assassinato brutal de Jo�o Alberto est�o previstas para ocorrer em Porto Alegre. Pela manh�, os cinco vereadores negros eleitos no �ltimo domingo, 15, realizaram um ato em frente ao Carrefour. A maior bancada negra eleita da hist�ria da capital prestou solidariedade aos familiares e amigos da v�tima e disparou contra o racismo estrutural do Brasil.

Na manifesta��o estava a vereadora mais votada, a professora negra Karen Santos (PSOL). "Ontem � noite, n�s fomos surpreendidos por este assassinato brutal, que � algo reincidente em um pa�s que assassina todos os dias jovens negros e pessoas negras. � uma pol�tica genocida. A nossa inten��o hoje, antes de tudo, � prestar solidariedade e empatia e dizer que n�o importa a gente ter cinco vereadores (negros) eleitos, se a gente vai seguir dentro de um pa�s racista, com o racismo institucionalizado. O que aconteceu no Carrefour n�o � uma a��o isolada", afirmou. No fim da tarde, um novo protesto tamb�m est� marcado para ocorrer em frente ao hipermercado.


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