
Segundo Freitas, enquanto estava sendo agredido, o filho tentou pedir socorro � mulher, Milena Borges Alves. "Ela me contou que o seguran�a apertou o meu filho contra o ch�o, e ele j� estava roxo. Fazia sinal com a m�o para ela fazer alguma coisa, tirar o cara de cima e um outro seguran�a empurrou a Milena."
"Quando eu cheguei os param�dicos j� estavam nos �ltimos atendimentos. Logo em seguida, ele n�o teve mais recupera��o. Agora, n�o temos mais o que fazer", disse o pai da v�tima, emocionado.
� reportagem, o pai descreveu o filho como um homem tranquilo. Al�m disso, comentou que a v�tima e a esposa h� anos fazem compras no mesmo supermercado. "Eles frequentavam o mercado quase todos os dias. Ele at� me incentivou a fazer um cart�o do mercado. Nunca tivemos problemas e nunca discutimos ou batemos em ningu�m."
Despedida
O sepultamento est� marcado para as 16h desta sexta-feira, 20, no Cemit�rio S�o Jo�o, no IAPI, tamb�m na zona norte da capital do Rio Grande do Sul. O Dia da Consci�ncia Negra n�o � feriado no Rio Grande do Sul.
Negro, Jo�o Alberto Freitas foi espancado e morto por dois homens brancos, um deles � seguran�a do local, enquanto o outro seria um policial militar tempor�rio que fazia compras no supermercado.
A Pol�cia Civil do Estado investiga o crime, tipificado como homic�dio triplamente qualificado. Os dois homens foram presos em flagrante. Uma manifesta��o em frente ao supermercado est� prevista para as 18 horas desta sexta-feira, 20.
V�deos compartilhados nas redes sociais mostram parte das agress�es e o momento que o cliente � atendido por socorristas. Em uma das grava��es, o homem � derrubado e atingido por ao menos 12 socos. Ao fundo, uma pessoa grita "vamos chamar a Brigada (Militar)".
Uma mulher vestindo uma camisa branca e um crach�, que tamb�m seria funcion�ria do supermercado, aparece ao lado dos agressores, filmando a a��o. Ela j� foi identificada e ser� ouvida. Outro registro mostra a v�tima desacordada, enquanto h� marcas de sangue no ch�o.
Vizinho da v�tima, Paul�o Paquet� contou ao Estad�o ter testemunhado as agress�es. Segundo ele, outros seguran�as ficaram no entorno da �rea, impedindo a aproxima��o das pessoas que tentavam parar com as agress�es.
Em nota, o Grupo Carrefour considerou a morte "brutal" e disse que "adotar� as medidas cab�veis para responsabilizar os envolvidos". Afirmou tamb�m que vai romper o contrato com a empresa respons�vel pelos seguran�as e que o funcion�rio que estava no comando da loja durante o crime "ser� desligado". O grupo disse ainda que a loja ser� fechada em respeito � v�tima e que dar� o "suporte necess�rio" � fam�lia da v�tima.
Protestos
Uma s�rie de manifesta��es contra o assassinato brutal de Jo�o Alberto est�o previstas para ocorrer em Porto Alegre. Pela manh�, os cinco vereadores negros eleitos no �ltimo domingo, 15, realizaram um ato em frente ao Carrefour. A maior bancada negra eleita da hist�ria da capital prestou solidariedade aos familiares e amigos da v�tima e disparou contra o racismo estrutural do Brasil.
Na manifesta��o estava a vereadora mais votada, a professora negra Karen Santos (PSOL). "Ontem � noite, n�s fomos surpreendidos por este assassinato brutal, que � algo reincidente em um pa�s que assassina todos os dias jovens negros e pessoas negras. � uma pol�tica genocida. A nossa inten��o hoje, antes de tudo, � prestar solidariedade e empatia e dizer que n�o importa a gente ter cinco vereadores (negros) eleitos, se a gente vai seguir dentro de um pa�s racista, com o racismo institucionalizado. O que aconteceu no Carrefour n�o � uma a��o isolada", afirmou. No fim da tarde, um novo protesto tamb�m est� marcado para ocorrer em frente ao hipermercado.