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Estado de Minas GERAL

Bolsonaro ignora testes encalhados do governo e culpa estados e munic�pios

Exames comprados pelo Minist�rio da Sa�de perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021 e podem acabar no lixo


23/11/2020 11:12 - atualizado 23/11/2020 12:19

(foto: Marcos Corrêa/PR)
(foto: Marcos Corr�a/PR)
O presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, afirmou, nesta segunda-feira, 23, que s�o governadores e prefeitos, e n�o o governo federal, quem deve explica��es sobre os 6,86 milh�es de testes para o diagn�stico do novo coronav�rus que est�o "encalhados". Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, os exames comprados pelo Minist�rio da Sa�de perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021 e podem acabar no lixo. Cobrado sobre o assunto nas redes sociais, o presidente jogou a culpa em Estados e munic�pios.

"Todo o material foi enviado para Estados e munic�pios. Se algum Estado/munic�pio n�o utilizou deve apresentar seus motivos (sic.)", disse Bolsonaro a um apoiador que o questionou se a informa��o procedia. Os dados sobre o prazo de validade dos testes em estoque est�o registrados em documentos internos do pr�prio Minist�rio da Sa�de.

J� o vice-presidente Hamilton Mour�o, ao ser questionado sobre o assunto na manh� desta segunda-feira, disse "n�o estar ciente" e que cabe ao minist�rio apresentar os esclarecimentos. "Tem que buscar o esclarecimento l� com o Minist�rio da Sa�de. N�o estou ciente disso. N�o � um assunto que passa por mim, n�o tenho o que declarar a respeito. Tem que ver l� com eles l�", afirmou o vice, encerrando a conversa com jornalistas no Pal�cio do Planalto.

Antes da declara��o do presidente, os conselhos de secret�rios municipais (Conasems) e estaduais de Sa�de (Conass) afirmaram que o minist�rio n�o entregou todos os kits de testes e m�quinas para automatizar a an�lise das amostras que havia prometido.

"O contrato que permitia o fornecimento de insumos e equipamentos necess�rios para automatizar e agilizar a primeira fase do processamento das amostras foi cancelado pelo Minist�rio da Sa�de", destacou o Conass. "H� o compromisso da pasta de manter o abastecimento durante o per�odo de 3 meses, contados a partir do cancelamento. � fundamental, por�m, que uma nova contrata��o seja feita e a distribui��o dos insumos seja retomada em tempo h�bil", completou.

No domingo, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que 7,1 milh�es de exames est�o em armaz�m do minist�rio, ou seja, n�o foram enviados ao SUS em plena pandemia. Do total estocado, 96% (cerca de 6,86 milh�es de unidades) perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.

O estoque que pode ser inutilizado � maior do que os 5 milh�es de testes PCR (considerado "padr�o ouro" para detectar o v�rus) j� realizados pelo SUS na pandemia. O Minist�rio da Sa�de afirma que j� pediu estudos de estabilidade ao fabricante do teste para, na sequ�ncia, solicitar � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) a prorroga��o da validade do produto.

O RT-PCR � um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19. A coleta � feita por meio de um cotonete aplicado na regi�o nasal e far�ngea (a regi�o da garganta logo atr�s do nariz e da boca) do paciente. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. As evid�ncias de falhas de planejamento e log�stica no setor ocorrem num per�odo de aumento dos casos no Pa�s.

Al�m de ser poderoso para o diagn�stico, o teste � ferramenta fundamental para a estrat�gia de controle da pandemia. Se for bem aplicado, o exame permite quebrar cadeias de infec��o ao rastrear e isolar infectados, mesmo aqueles sem sintomas, e seus contatos pr�ximos.

O minist�rio chegou a lan�ar duas vezes o programa Diagnosticar para Cuidar, que previa 24,2 milh�es de exames no SUS at� dezembro. S� 20% foram feitos at� agora. A pasta prometeu tamb�m insumos para entregar kits completos, mas os neg�cios foram travados por suspeita de irregularidades, hoje sob an�lise do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU).

Sem todos os equipamentos necess�rios para a testagem, Estados e munic�pios afirmam que nem sequer d�o conta das unidades que j� receberam. O minist�rio informou no domingo que enviou 9,31 milh�es de rea��es RT-PCR. O problema � que n�o basta este produto, e outros insumos foram entregues em quantidade inferior, como cotonetes e tubos para coleta do material do paciente, al�m de insumos para extra��o do RNA.

Al�m disso, a capacidade do SUS de processar as amostras em laborat�rio � baixa e, segundo os Estados e munic�pios, o minist�rio n�o entregou todos os equipamentos prometidos para equipar os Laborat�rios Centrais (Lacens) das 27 unidades da federa��o.

Em nota divulgada no domingo, o minist�rio disse que entrega os exames conforme demanda de Estados e munic�pios. A pasta afirmou ainda que n�o mediu esfor�os para compra de kits de testagem e investimentos em laborat�rios. O minist�rio, por�m, tamb�m omitiu no comunicado o tamanho de seu estoque.


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