Baixa ades�o ao calend�rio de vacinas gera alerta das autoridades de Sa�de
Medo do coronav�rus, movimentos antivacina e fake news levam � queda da imuniza��o em MG e no Brasil. Governo estadual refor�a campanha em favor da imuniza��o
No momento em que a vacina��o contra a COVID-19 come�a em alguns pa�ses, como R�ssia, Reino Unido e Estados Unidos, no Brasil n�o h� cronograma de imuniza��o contra o novo coronav�rus e os �ndices de cobertura vacinal para outras doen�as t�m ca�do. Esse fen�meno ocorre tamb�m em Minas Gerais, empurrado pelo receio das pessoas de sair de casa para procurar as institui��es de sa�de em meio � pandemia. Ainda que a preocupa��o quanto ao coronav�rus seja importante, � preciso lembrar da preven��o para as demais patologias.
Outro fator que contribui para a baixa na vacina��o � o crescimento dos movimentos antivacina. Em Minas Gerais, dados mais recentes da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) d�o conta de que, na faixa et�ria at� 5 anos de idade, a vacina para hepatite B, a segunda dose da vacina tr�plice viral, que protege contra sarampo, rub�ola e caxumba, e a dose de refor�o da vacina contra poliomielite, para preven��o da paralisia infantil, s�o as que apresentam taxas de cobertura vacinal mais baixas.
No estado, para a tr�plice viral, cujo p�blico-alvo � formado por crian�as at� 1 ano, est�o vacinados 75,38% desse conjunto, observando o per�odo de janeiro a setembro deste ano. Obrigat�ria para crian�as at� 4 anos, a segunda dose contra a poliomielite est� com cobertura de 70,55% do grupo que deve ser vacinado, nos padr�es nas autoridades de Sa�de em Minas Gerais, no mesmo per�odo considerado. A meta de cobertura para ambas as vacinas � de 95%.
Com a campanha Vacina Mais Minas Gerais, a SES-MG alerta a popula��o sobre os benef�cios da vacina, os riscos de ignorar essas medidas de preven��o, com o intuito de desmistificar not�cias falsas sobre o tema. “As baixas coberturas vacinais colocam a popula��o em risco de surtos, epidemias ou retorno de doen�as que n�o tinham mais casos confirmados no Brasil. H� risco, por exemplo, de sarampo, poliomielite e febre amarela, que s�o preven�veis por vacina��o acometerem novamente a popula��o”, divulga a entidade.
No Brasil, o Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), do Minist�rio da Sa�de, segue com as a��es de vacina��o, respeitando medidas de seguran�a para evitar a dissemina��o da COVID-19. Est�o mantidas, por exemplo, as estrat�gias de imuniza��o contra o sarampo entre pessoas de 20 a 49 anos. Foram realizadas, ainda, as campanhas nacionais de vacina��o contra a poliomielite e de multivacina��o, neste caso, para atualizar a situa��o vacinal de crian�as e adolescentes menores de 15 anos.
Segundo o minist�rio, as baixas na cobertura vacinal em muito se devem � falsa sensa��o de seguran�a causada pela diminui��o ou aus�ncia de doen�as imunopreven�veis, o desconhecimento da import�ncia da vacina��o por parte da popula��o mais jovem (que cresceu com algumas doen�as erradicadas), e as falsas not�cias veiculadas, especialmente, nas redes sociais. Essas fake news incitam, muitas vezes, o medo de eventos adversos, refor�ando supostos malef�cios que as vacinas podem provocar � sa�de.
A hesita��o em vacinar � apontada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) como um problema global. H� estudos indicando que a probabilidade de uma crian�a ser totalmente imunizada com todas as vacinas recomendadas at� os 5 anos de idade � inferior a 20%. Em 2019, quase 14 milh�es de crian�as no mundo n�o receberam as vacinas oferecidas.
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
"A vacina � muito importante, como tudo o que podemos fazer para preservar a sa�de"
Valdecir da Silva Sim�o, pintor, 49 anos
O pintor Valdecir da Silva Sim�o, de 49 anos, compareceu a um posto de sa�de no Bairro S�o Pedro, em Belo Horizonte, para avaliar exames que tem feito devido a problemas nos rins, dores fortes de cabe�a e a possibilidade de ter c�ncer no intestino. Entre os diagn�sticos, surgiu a suspeita de hepatite B e, por isso, ele aproveitou e se vacinou contra a doen�a. Valdecir conta que nunca teve o costume de se vacinar – geralmente passa mal e, em algumas situa��es, at� desmaia.
A comerciante Renata Antunes, de 37 anos, levou a filha, Helena, de 3, para receber uma dose da vacina contra a poliomielite. O cart�o de vacina��o da menina est� completo, com tudo o que � indicado para sua faixa de idade, al�m da vacina anual contra a gripe. A irm� de Helena, Cec�lia, de seis meses, est� com as vacina��o em dia.
Na opini�o de Renata, a atitude de pais e respons�veis que n�o levam os filhos para se proteger � absurda. “� fundamental, principalmente porque elas convivem diretamente com outras crian�as. A vacina � o que faz as doen�as acabarem. Tenho esse cuidado de trazer sempre para vacinar e fa�o a minha parte. � um orgulho ver o cart�o de vacina��o delas todo preenchido.”
Quest�o coletiva
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
"A vacina � tamb�m uma quest�o coletiva, um cuidado com o outro, para proteger a sociedade"
Elvis Fredi Motta, engenheiro civil, 60 anos
O engenheiro civil Elvis Fredi Motta, de 60 anos, � rigoroso quando o assunto � cuidar da sa�de. A vacina � um compromisso que ele segue � risca desde crian�a. Para quem conviveu com a paralisia, a catapora, o sarampo e viu essa realidade, de crian�as com defici�ncia, ou morrendo, em suas palavras, o que fica � uma li��o.
Elvis afirma que tamb�m espera a imuniza��o contra a COVID-19. “Fa�o todos os refor�os, sempre nas datas previstas. � imprescind�vel para prevenir doen�as e suas sequelas, principalmente aquelas contra as quais n�o h� rem�dios, ter uma vida mais saud�vel. A vacina � tamb�m uma quest�o coletiva, um cuidado com o outro, para proteger a sociedade. Uma grande conquista”, destaca o engenheiro.
Por meio do Sistema �nico de Sa�de (SUS), todos os anos, mais de 300 milh�es de doses de imunobiol�gicos s�o distribu�das aos estados brasileiros.
Conforme levantamento preliminar do Minist�rio da Sa�de sobre a cobertura vacinal de crian�as at� um ano, em 2020 os n�meros da vacina��o no pa�s est�o assim: 63,97% do p�blico-alvo foram imunizados com a vacina BCG; 55,12% vacinados para preven��o da hepatite B (em crian�as at� 30 dias); 67,15% para o rotav�rus humano; 66,33% cobertos com a vacina pentavalente; 70,72% com a pneumoc�cica; 65,43% para preven��o � poliomielite; 68,03% com a meningoc�cica C; 49,45% contra febre amarela; 70,32% para a tr�plice viral (primeira dose) e 65,85% com preven��o da hepatite A.
Aten��o ao receitu�rio
Veja contra quais doen�as cada vacina protege:
BCG
Formas graves da tuberculose
Hepatite B
Hepatite B
VORH Rotav�rus
Rotav�rus
Pentavalente
Difteria
T�tano
Coqueluche
Hepatite B
Meningite por Haemophilus influenzae tipo B
DTP
Difteria
T�tano
Coqueluche
VIP e VOP
Poliomielite
Pneumoc�cica 10
Pneumonia
Otite
Meningite e outras doen�as causadas pelo pneumococo
Meningoc�cica C
Doen�a invasiva causada pela Neisseria meningitidis
Febre Amarela
Febre amarela
Tr�plice Viral
Sarampo
Caxumba
Rub�ola
Tetra Viral
Sarampo
Caxumba
Rub�ola
Varicela
Varicela Monovalente
Varicela
Hepatite A
Hepatite A
HPV
HPV
Meningoc�cica ACWY
Doen�a invasiva causada pela Neisseria meningitidis
Dupla Adulto
Difteria
T�tano
dTpa (adulto)
Difteria
T�tano
Coqueluche
O calend�rio de vacina��o � estabelecido pelo Programa Nacional de Imuniza��o do Minist�rio da Sa�de:
Veja em qual faixa et�ria cada vacina deve ser ministrada
Em crian�as
Ao nascer:
Dose �nica de BCG (at� menores de 5 anos)
Dose de Hepatite B (pode ser feita at� 30 dias de vida do beb�)
2 meses de idade:
Primeira dose da VORH Rotav�rus
Primeira dose da Pentavalente
Primeira dose da VIP (at� menores de 5 anos)
Primeira dose da Pneumoc�cica 10
3 meses de idade:
Primeira dose da Meningoc�cica C
4 meses de idade:
Segunda dose da VORH Rotav�rus
Segunda dose da Pentavalente
Segunda dose da VIP (at� menores de 5 anos)
Segunda dose da Pneumoc�cica 10
5 meses de idade:
Segunda dose da Meningoc�cica C
6 meses de idade:
Terceira dose da Pentavalente
Terceira dose da VIP (at� menores de 5 anos)
9 meses de idade:
Dose inicial da Febre Amarela
12 meses de idade:
Refor�o da Pneumoc�cica 10 (at� menores de 5 anos)
Primeiro refor�o da Meningoc�cica C (at� menores de 5 anos)
Primeira dose da Tr�plice Viral
15 meses de idade:
Primeiro refor�o da DTP
Primeiro refor�o da VOPb (at� menores de 5 anos)
Dose �nica da Tetra Viral (at� menores de 5 anos)
Dose �nica da Hepatite A (at� menores de 5 anos)
4 anos de idade:
Segundo refor�o da DTP
Segundo refor�o da VOPb (at� menores de 5 anos)
Refor�o da Febre Amarela (considerar intervalo m�nimo de 30 dias entre as doses)
Segunda dose da Varicela Monovalente (pode ser feita at� 7 anos de idade)
9 anos de idade:
Uma dose da Febre Amarela (em pessoas entre 5 e 59 anos n�o vacinadas, administrar uma dose e considerar vacinado)
Duas doses da HPV (para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos, duas doses, no intervalo de seis meses, a depender da situa��o vacinal. Para adolescentes e adultos entre 9 e 26 anos vivendo com HIV/Aids, tr�s doses, com intervalo de dois e seis meses)
Em adolescentes
10 a 19 anos de idade:
Tr�s doses da Hepatite B, a partir de 7 anos de idade (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Uma dose da Febre Amarela (em pessoas entre 5 e 59 anos n�o vacinadas, administrar uma dose e considerar vacinado)
Duas doses da Tr�plice Viral (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Duas doses da HPV
Uma dose da Meningoc�cica ACWY, entre 11 a 12 anos de idade (nessa faixa et�ria, ministrar a vacina independente de dose anterior da Meningoc�cica C ou dose de refor�o)
Tr�s doses e refor�o a cada 10 anos da Dupla Adulto (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
dTpa (adulto) para pessoas entre 10 e 19 anos
Em adultos
20 a 59 anos de idade:
Tr�s doses da Hepatite B (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Uma dose da Febre Amarela (em pessoas entre 5 e 59 anos n�o vacinadas, administrar uma dose e considerar vacinado)
Duas doses de Tr�plice Viral at� os 29 anos de idade, e uma dose da Tr�plice Viral entre 30 e 59 anos (a depender da situa��o vacinal, completar esquema. Profissionais da sa�de devem receber duas doses, independente da idade)
Tr�s doses da Dupla Adulto e refor�o a cada 10 anos (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Uma dose da dTpa (adulto) e refor�o a cada 10 anos para profissional de sa�de (profissionais de sa�de e parteiras tradicionais, como dose complementar no esquema b�sico da dT e refor�o a cada dez anos)
IDOSOS
60 anos ou mais de idade:
Tr�s doses da Hepatite B (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Tr�s doses da Dupla Adulto e refor�o a cada 10 anos (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Gestantes
Tr�s doses da Hepatite B (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Duas doses da Dupla Adulto (a depender da situa��o vacinal, completar esquema)
Uma dose da dTpa (adulto) a cada gesta��o (a partir da 20ª semana gestacional, at� 45 dias ap�s o parto)
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.