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Estado de Minas MEDICINA MODERNA

Infectologistas orientam sobre o bem coletivo do ato de se vacinar

Especialistas destacam poder da vacina��o como meio j� comprovado para erradica��o de doen�as e temem campanha para barrar imunizantes contra a COVID-19


25/12/2020 06:00 - atualizado 25/12/2020 08:18

 
De acordo com Ministério da Saúde, até o fim do mês passado, nenhuma das vacinas atingiu indicadores recomendados de cobertura no país(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 30/11/19)
De acordo com Minist�rio da Sa�de, at� o fim do m�s passado, nenhuma das vacinas atingiu indicadores recomendados de cobertura no pa�s (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 30/11/19)

Dados mais recentes do Minist�rio da Sa�de mostram que nenhuma das vacinas atingiu os indicadores preconizados pelo Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), e o movimento antivacina pode ter contribu�do para essa redu��o. O presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIM), Juarez Cunha, avalia que o movimento antivacina � um dos protagonistas na propaga��o das fake news. “As inverdades que t�m circulado podem impactar no n�mero de pessoas n�o vacinadas no pa�s. Coloca nossa popula��o, especialmente as nossas crian�as, em risco, colaborando para o retorno de doen�as que j� estavam controladas ou eliminadas. � o caso do sarampo”, afirma.

Para Fl�vio da Fonseca, virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Tecnologia em Vacinas da institui��o (CT Vacinas), as vacinas s�o um dos feitos mais importantes da medicina moderna. “Vai al�m da prote��o individual. S� funciona em grupo, alcan�a seus benef�cios quando � um instrumento de sa�de coletiva. � um pacto social para a sa�de”, diz.
 
A var�ola, um grande flagelo que a humanidade enfrentou, � exemplo de um problema que foi erradicado no mundo devido � vacina��o. “Nenhuma outra doen�a infectocontagiosa matou tanto. A erradica��o � um sonho que nutrimos para as outras patologias, virais ou bacterianas, para as quais tentamos desenvolver vacinas”, salienta o especialista.

Juarez Cunha lembra que o movimento antivacina ganhou for�a por meio de um artigo falso, publicado em 1998 pelo m�dico ingl�s Andrew Wakefield, que incitava o entendimento de que a vacina do sarampo causava autismo. Desde ent�o, outros conte�dos passaram a ser propagados e as consequ�ncias viriam em larga escala. Entre elas, o aumento de casos de sarampo. Em 2019, o Brasil perdeu a certifica��o de pa�s livre da doen�a, depois da ocorr�ncia de notifica��es confirmadas por mais de 12 meses, de forma end�mica. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), os pa�ses dos continentes europeu e africano tamb�m registraram crescimento do n�mero de casos na �ltima d�cada.

Vacina pode causar autismo? A melhor higiene faz doen�as desaparecerem? � perigoso aplicar doses de imunizantes em um mesmo dia? Doen�as evit�veis por vacinas j� foram erradicadas? Essas s�o os principais questionamentos registrados no Sa�de Sem Fake News, canal criado pelo Minist�rio da Sa�de. Na rede h� pouco mais de dois anos, a plataforma registrou mais de 99 mil d�vidas, boa parte relacionada �s vacinas.

Especialistas reconhecem que qualquer medicamento ou imunobiol�gico pode causar eventos adversos, mesmo que sejam usuais, como dor local, vermelhid�o no bra�o, dor de cabe�a ou febre baixa. “Isso n�o � motivo para deixar de vacinar. Vacinar � uma estrat�gia segura”, refor�a Eder Gatti, doutor em Sa�de Coletiva. Para ele, o maior evento adverso � deixar de vacinar. “O impacto que as vacinas causam � praticamente insignificante. Divulgar informa��es contr�rias a elas � o que p�e em xeque a credibilidade do programa de imuniza��es e provoca a queda de cobertura”, ressalta.
 
Todas as vacinas disponibilizadas no Programa Nacional de Imuniza��es (PNI) passam pelo crivo da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), que obedece aos par�metros internacionais para avaliar seguran�a, imunogenicidade e efic�cia. Uma vez incorporada no Calend�rio Nacional de Vacina��o, antes de ir para o posto de sa�de, a vacina passa por uma avalia��o criteriosa do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Sa�de (INCQS), que realiza ensaios laboratoriais para o controle de qualidade de produtos com interesse para a sa�de.

O PNI existe h� 47 anos e atualmente oferece 18 vacinas no Calend�rio Nacional de Vacina��o de Crian�as e Adolescentes, sete vacinas para adultos e cinco vacinas para idosos, disponibilizadas gratuitamente nas salas de vacina��o do Sistema �nico de Sa�de (SUS).

“A legisla��o prev� a obrigatoriedade para pais e respons�veis vacinarem seus filhos, menores de idade. Para adultos, a vacina n�o � compuls�ria. A �nica forma de impedir o retorno de doen�as � a vacina��o em massa, para todos, em geral. H� doen�as que atingem um perfil de pessoas espec�fico, mas existem as que afetam todas as pessoas, como a COVID-19”, diz o virologista Fl�vio da Fonseca.

Pandemia Enquanto no Brasil se discute ainda a vacina��o, nos Estados Unidos,  Canad� e Reino Unido,  as campanhas nacionais de imuniza��o contra a doen�a j� come�aram. Em solo norte-americano, uma enfermeira de Long  Island, cidade no estado de Nova York, inaugurou a fila e recebeu a dose do imunizante desenvolvido  pela Pfizer e BioNTech. A aplica��o foi transmitida ao vivo.J� o Canad� � o terceiro pa�s que inicia a vacina��o com o imunizante da Pfizer e BioNTech. Uma assistente de um asilo m�dico em Toronto foi a primeira a receber a inje��o. 
 
Laboratório do CT Vacinas da UFMG: pesquisadores temem por vacinas contra a COVID-19 no Brasil, diante de polarização política e fake news(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 10/2/20)
Laborat�rio do CT Vacinas da UFMG: pesquisadores temem por vacinas contra a COVID-19 no Brasil, diante de polariza��o pol�tica e fake news (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press - 10/2/20)
 

No Brasil, conforme o Plano Nacional de Imuniza��o do governo federal, a previs�o � que a vacina��o aconte�a, em um primeiro momento, para grupos priorit�rios, que somam 50 milh�es de pessoas: trabalhadores de sa�de, idosos , ind�genas, pessoas acima de 60 anos, pessoas com comorbidades, professores, for�as de seguran�a e funcion�rios do sistema prisional.

O Minist�rio da Sa�de estima, ap�s as quatro fases de imuniza��o previstas para esses grupos, um prazo de 12 meses para a vacina��o da popula��o em geral, o que depender� do quantitativo de imunobiol�gico disponibilizado para uso. A inten��o do governo � completar o plano de vacina��o em aproximadamente 16 meses. Ainda n�o h� uma vacina dispon�vel para uso imediato.
 
Para o epidemiologista Jos� Geraldo Leite Ribeiro, a ades�o � vacina contra a COVID-19, al�m de uma prote��o individual, � uma obriga��o social. Ele se demonstra inteiramente contra a obrigatoriedade da vacina, j� que isso, em sua opini�o, � dar muni��o aos movimentos antivacina. "Se voc� torna a vacina obrigat�ria, aparecem muitas pessoas falando sobre o direito de ser livre nessa op��o, e � uma maneira de arregimentar seguidores e simpatizantes no sentido contr�rio �s vacinas", diz.

Para Jos� Geraldo, � ineg�vel que a vacina � o melhor caminho a seguir. "Acho que uma pessoa deve ser muito est�pida para n�o reconhecer os benef�cios da vacina. Para quem quer ver hoje a  popula��o bem vacinada, discutir a obrigatoriedade � um tiro no p�. No Brasil, por exemplo, temos a maior cobertura vacinal entre idosos para a gripe no mundo, e a vacina nunca precisou ser obrigat�ria para isso", compara. 

Para quem viaja ao exterior

Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), n�o h� calend�rio internacional de vacina��o para todos os viajantes. Para cada situa��o � adotada uma recomenda��o personalizada, de acordo com os pa�ses a serem visitados, dependendo do tipo, dura��o e tempo dispon�vel para aplica��o da vacina antes da partida.

POLIOMIELITE

Antes de viajar para �reas com transmiss�o ativa de poliov�rus, os viajantes de pa�ses livres de poliomielite devem assegurar que tenham completado o esquema de vacina antip�lio adequado � idade, de acordo com o respectivo calend�rio nacional de imuniza��o. Os viajantes adultos em �reas infectadas que j� receberam tr�s ou mais doses de vacina tamb�m devem receber outra dose �nica de refor�o. Os viajantes para locais onde a doen�a existe, que n�o tenham recebido anteriormente nenhuma dose de vacina, devem completar o cronograma prim�rio de vacina��o antes da partida.

SARAMPO E RUB�OLA

No Brasil, o v�rus do sarampo n�o est� mais em circula��o end�mica e o pa�s tamb�m est� oficialmente livre da rub�ola e da S�ndrome da Rub�ola Cong�nita (SRC). A vacina � essencial para evitar seu retorno, considerando que ainda afetam outras regi�es do mundo. Apesar de n�o haver, no momento, exig�ncia de vacina��o contra sarampo e rub�ola para visita��o a outros pa�ses, � recomendado que viajantes com destino a regi�es com ocorr�ncia dessas doen�as, como o continente europeu, atualizem a vacina pelo menos 15 dias antes da viagem. � importante que o esquema vacinal esteja completo.

FEBRE AMARELA

Se a inten��o � visitar �reas rurais ou de matas (�reas com Recomenda��o de Vacina��o - ACRV), a vacina contra a febre amarela � altamente recomendada. De dose �nica, deve ser aplicada com pelo menos 10 dias de anteced�ncia da data da viagem. Como medida de controle da doen�a, alguns pa�ses exigem dos viajantes o Certificado Internacional de Vacina��o ou Profilaxia (CIVP) para o ingresso em seu territ�rio. A vacina contra febre amarela est� dispon�vel nas unidades de sa�de, onde � registrada no Cart�o Nacional de Vacina��o ap�s a aplica��o e, para valid�-la como comprovante para a viagem,  � preciso emitir o CIVP, comparecendo a um Centro de Orienta��o de Viajantes da Anvisa, e apresentar documenta��o espec�fica.

ISEN��O DE VACINA��O

Para casos em que a vacina��o � contraindicada, � preciso portar o Atestado de Isen��o de Vacina��o. O certificado � emitido pelo m�dico. Recomenda-se a utiliza��o do modelo de atestado de isen��o da ANVISA.

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 



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