
Ela foi assassinada a facadas na v�spera do Natal pelo ex-marido, o engenheiro Paulo Jos� Arronenzi, de 52 anos, preso em flagrante. O crime, gravado por uma testemunha, ocorreu na frente das filhas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense.
O caso gerou como��o e despertou manifesta��es de �rg�os do Judici�rio. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ), ministro Luiz Fux, divulgou nota oficial em que os �rg�os "se comprometem com o desenvolvimento de a��es que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar" o feminic�dio.
H� tr�s meses, a ju�za chegou a denunciar o ex-marido por les�o corporal e amea�as. O pr�prio TJ providenciou uma escolta para Viviane, mas ela abriu m�o da prote��o. Em 2007, uma ex-namorada de Paulo Jos� Arronenzi j� havia denunciado o engenheiro por agress�o.
O crime ocorreu por volta das 18h30, quando a ju�za levava as tr�s filhas (duas g�meas de 7 anos e uma de 9 anos) para passar o Natal com o pai. Ela se encontrou com o ex-marido na rua Raquel de Queiroz. Num v�deo que chegou a circular nas redes sociais e est� sendo usado como prova pela pol�cia, o ex-marido ataca a ju�za na frente das filhas, a despeito dos pedidos das meninas para que parasse.
Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Opera��es de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, pr�ximo ao local do crime. Os agentes encontraram a ju�za desacordada, ca�da ao ch�o. Apontado por testemunhas como autor das facadas, Paulo Jos� Arronenzi foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resist�ncia.
Policiais do 31º Batalh�o da Pol�cia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros tamb�m foram acionados, mas j� encontraram Viviane morta no local do crime. A faca usada no assassinato n�o foi encontrada, mas a pol�cia achou uma mochila dentro do carro de Arronenzi com tr�s fac�es de churrasco, o que indicaria um crime premeditado.
A Delegacia de Homic�dios investiga as circunst�ncias do assassinato. Arronenzi foi conduzido pelos guardas municipais � delegacia, na Barra, mas precisou ser levado ao Hospital Municipal Louren�o Jorge, no mesmo bairro, por causa de um corte na m�o. O acusado foi atendido e liberado pelos m�dicos, sendo reconduzido por policiais militares � delegacia.
Arronenzi n�o falou com os policiais e disse que s� prestar� depoimento em ju�zo. A audi�ncia de cust�dia do engenheiro ocorreu na tarde desta sexta-feira, e a pris�o em flagrante foi convertida em pris�o preventiva - que n�o tem prazo para expirar. Ele foi transferido para um pres�dio nesta sexta-feira.
Repercuss�o
Em nota, o ministro Luiz Fux lembrou que h� um grupo de trabalho no CNJ especificamente para o enfrentamento da viol�ncia dom�stica. "Tal forma brutal de viol�ncia assola mulheres de todas as faixas et�rias, n�veis e classes sociais, uma triste realidade que precisa ser enfrentada", escreveu.
A nota diz ainda que "o esfor�o integrado entre os poderes constitu�dos e a sensibiliza��o da sociedade civil no cumprimento das lei e da Constitui��o da Rep�blica, com aten��o aos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, s�o indispens�veis e urgentes para que uma nova era se inicie e a morte dessa grande ju�za, m�e, filha, irm�, amiga, n�o ocorra em v�o".
Outro integrante do STF, o ministro Gilmar Mendes, se manifestou pelo Twitter sobre o crime. "O grav�ssimo assassinato da ju�za mostra que o feminic�dio � end�mico no Pa�s: n�o conhece limites de idade, cor, ou classe econ�mica. O combate a essa forma b�rbara de criminalidade quotidiana contra as mulheres deve ser priorit�rio", escreveu Gilmar.
O governador em exerc�cio do Rio de Janeiro, Claudio Castro, tamb�m comentou o crime no Twitter. "� inadmiss�vel que o feminic�dio continue acontecendo", disse.
O Minist�rio P�blico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) tamb�m publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O �rg�o lembra que a ju�za integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda P�blica, e atuava atualmente na 24ª Vara C�vel da Capital.
"O MPRJ, por meio da Promotoria de Justi�a com atribui��o, ir� acompanhar a investiga��o deste b�rbaro crime e repudia o feminic�dio", disse o �rg�o.
A Associa��o dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associa��o dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram tamb�m nota de pesar afirmando que o assassinato da ju�za n�o ficar� impune.
"Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime b�rbaro n�o ficar� impune, asseguramos", publicaram as entidades.
A Defensoria P�blica se colocou a disposi��o das mulheres que precisem denunciar crimes de feminic�dio.
