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Estado de Minas Pandemia

Muta��o identificada no Brasil pode afetar alcance de prote��o das vacinas

Variante tamb�m foi identificada na �frica do Sul e � diferente da muta��o registrada no Reino Unido


08/01/2021 16:03 - atualizado 08/01/2021 16:38

Mutações podem ajudar vírus a enganar o sistema de defesa criado pelas vacinas(foto: HM Treasury)
Muta��es podem ajudar v�rus a enganar o sistema de defesa criado pelas vacinas (foto: HM Treasury)
Uma nova variante do Sars-CoV-2 identificada no Brasil apresenta altera��es capazes de ajudar o v�rus a escapar parcialmente � imunidade oferecida pelas vacinas usadas na preven��o da doen�a. Essa variante tamb�m foi identificada na �frica do Sul e � diferente da muta��o registrada no Reino Unido.

O estudo foi publicado online, na �ltima ter�a-feira (05/01) em formato de pr� impress�o (ou seja, ainda sem revis�o dos pares), na BioRxiv. Tem como principal autor o microbiologista Jesse Bloom, da Universidade de Washington (EUA). O trabalho mostra que, em algumas pessoas, o novo coronav�rus conseguia escapar dos anticorpos neutralizantes at� dez vezes mais do que o normal.

Todas as vacinas desenvolvidas ao longo deste ano t�m como alvo a chamada prote�na spike. Essa � a estrutura usada pelo v�rus para entrar nas c�lulas que ataca. Os imunizantes 'treinam' os anticorpos para atacar uma determinada regi�o desta prote�na, impedindo a invas�o do organismo pelo SarsCov2.

As muta��es na prote�na spike, no entanto, podem ajudar o v�rus a "enganar" as duas principais linhas de a��o do sistema imunol�gico. Elas s�o os anticorpos, que impedem a invas�o das c�lulas saud�veis, e as c�lulas T, que tentam destruir o v�rus.

Muta��o do tipo ainda n�o havia sido observada


At� agora, uma muta��o deste tipo n�o tinha sido observada. A variante detectada originalmente no Reino Unido que j� est� presente em v�rias outras partes do planeta se revelou mais contagiosa. Mas n�o tem nenhum impacto na efic�cia das vacinas que est�o sendo desenvolvidas e aplicadas. A nova muta��o, no entanto, pode reduzir a capacidade dos anticorpos de neutralizar a atividade viral em at� dez vezes.

Isso n�o quer dizer que as vacinas n�o v�o funcionar. A complexa resposta do sistema imunol�gico humano � invas�o de um v�rus seguir� tendo outras estrat�gias. A muta��o pode atrapalhar o trabalho dos anticorpos naquele fragmento espec�fico da prote�na spike, mas n�o afeta anticorpos treinados para olhar para outras partes do v�rus.

Especialistas explicam estudo


"Este � o primeiro estudo a mostrar que essas variantes do v�rus podem escapar da a��o das vacinas que t�m sido desenvolvidas", afirmou o pesquisador do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG Fl�vio Guimar�es, tamb�m � integrante do Comit� Permanente de Enfrentamento do Novo Coronav�rus da universidade. "Isso n�o quer dizer que as vacinas s�o ineficazes, mas que podem afetar em parte a efic�cia dos imunizantes. Considero o estudo um alerta para o problema."

Os especialistas explicam que o organismo produz diferentes tipos de anticorpos para combater a entrada de um v�rus. "� como uma chave e uma fechadura", comparou o especialista em Imunologia e Biologia Molecular da Universidade da Pennsylvania Scott Hensley. "Se a fechadura mudar, talvez aquela chave n�o consiga abri-la. Mas imagine que n�o h� apenas uma porta, mas dez portas diferentes. Teremos ainda nove chaves capazes de abrir as outras portas."

Todos os v�rus sofrem muta��es, isso � normal. A acelerada replica��o viral facilita o processo do surgimento de altera��es, algumas delas ben�ficas ao v�rus. No entanto, alguns deles t�m propens�o maior a muta��es do que outros. Por isso, por exemplo, a vacina contra a influenza (gripe comum) precisa ser revista a cada ano, enquanto o imunizante contra o sarampo nunca precisou ser alterado.

"� bom lembrar que esse estudo foi feito com o soro de alguns pacientes recuperados da covid-19", alertou o virologista Thiago Moreno, da Fiocruz. "N�o existem ainda estudos com indiv�duos vacinados para avaliarmos se, no caso dessas variantes, alguns anticorpos v�o perder a capacidade de neutraliza��o, ou se os imunizantes v�o promover uma resposta policlonal atacando diversas regi�es do v�rus ao mesmo tempo. Ou seja, n�o existe neste momento nenhuma refer�ncia para fundamentar a ideia de que as vacinas n�o v�o funcionar", disse.

De acordo com os especialistas, a melhor estrat�gia para impedir novas muta��es e deter o avan�o da COVID-19 � a vacina��o em massa da popula��o. Com um porcentual de 60% a 70% da popula��o imunizada, o v�rus praticamente desapareceria. No mundo, cerca de 50 pa�ses j� iniciaram a vacina��o. O Brasil prev� come�ar a aplica��o de doses neste m�s.


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