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Estado de Minas COVID-19

Pacientes ser�o transferidos para outros estados ap�s colapso no Amazonas

Unidades de sa�de da capital Manaus e outras cidades no Amazonas ficaram sem estoque de oxig�nio; pacientes morreram pela falta do insumo


14/01/2021 18:03 - atualizado 14/01/2021 18:18

Pacientes em unidades hospitalares de Manaus tiveram de ser transferidos para outros estados(foto: Michael Dantas/AFP)
Pacientes em unidades hospitalares de Manaus tiveram de ser transferidos para outros estados (foto: Michael Dantas/AFP)
Com a rede de atendimento em colapso e sem oxig�nio para tratamento da COVID-19, o Amazonas ter� de transferir parte dos seus pacientes a outros estados. Segundo o governo local, no primeiro momento, 235 pacientes ser�o enviados a hospitais do Maranh�o, Piau�, Rio Grande do Norte, Goi�s e Distrito Federal.

H� estimativa de que at� 750 pessoas tenham de deixar Manaus para serem atendidas em outros locais. Mais cedo, em entrevista � imprensa, o governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o Amazonas vive "o momento mais cr�tico da pandemia, algo sem precedente". No ano passado, as redes de sa�de e funer�ria do estado j� colapsaram.


O secret�rio de Sa�de do Amazonas, Marcellus Camp�lo, disse � imprensa que o consumo di�rio de oxig�nio teve um pico de 30 mil metros c�bicos em 2020. Neste m�s, o pico de consumo foi de 70 mil metros c�bicos num s� dia.

O governo federal ir� apoiar a transfer�ncia dos pacientes, em avi�es militares. O secret�rio nacional de Aten��o Especializada em Sa�de, Franco Duarte, disse que ser�o transferidos pacientes com quadros "moderados", que exigem uso de oxig�nio, mas t�m ainda condi��es de serem transportados.

Em nota, o governo do Amazonas afirma que, na noite de quarta-feira, 13, "a empresa fornecedora da maior parte dos gases medicinais � rede p�blica estadual oficializou 'dificuldades em rela��o � execu��o do plano log�stico para a entrega de insumos e a alta demanda que vinha ocorrendo' na rede p�blica de sa�de".

Mortes por asfixia


Com a nova explos�o de casos de COVID-19 no Amazonas, o estoque de oxig�nio acabou em v�rios hospitais de Manaus nesta quinta-feira 14, levando pacientes internados � morte por asfixia, segundo relatos de m�dicos que trabalham na capital amazonense.

O Hospital Universit�rio Get�lio Vargas, ligado � Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manh� desta quinta, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relatou ao jornal O Estado de S. Paulo uma m�dica da unidade, que n�o quis de identificar.

O n�mero de sepultamentos em Manaus quintuplicou em um m�s, segundo dados divulgados pela prefeitura. Na quarta-feira, 198 enterros ocorreram na capital, dos quais 87 tinham confirma��o para COVID-19 e sete eram de casos suspeitos. Em 13 de dezembro foram 36 �bitos, seis com resultado positivo para o v�rus. Isto representa um aumento de 450%.

Pazuello esteve em Manaus


O ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, deixou Manaus na quarta-feira em meio � crise pela COVID-19. Na cidade que vive novo colapso, o general apresentou como solu��o o tratamento precoce, que, no vocabul�rio do governo federal, significa o uso de medicamentos sem efic�cia comprovada, como a cloroquina e a ivermectina.

"A medica��o pode e deve come�ar antes desses exames complementares (de diagn�stico). Caso o exame l� na frente der negativo, reduz a medica��o e t� �timo. N�o vai matar ningu�m", disse Pazuello em discurso feito na segunda-feira, 11.

O ministro ainda lan�ou o TrateCOV, aplicativo usado por m�dicos para diagnosticar a COVID-19 que tamb�m estimula o uso destes f�rmacos n�o indicados para a COVID-19. Mais de 340 profissionais de sa�de de Manaus foram habilitados para usar o aplicativo.

Na mesma data, uma equipe de secret�rios de Pazuello, refor�ada por m�dicos entusiastas do tratamento precoce que viajaram ao estado, fez visitas a unidades de sa�de da capital. Al�m de escutar sobre a crise na cidade, o grupo deu orienta��es sobre a suposta evid�ncia de benef�cios do "tratamento precoce", segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Dias antes do p�riplo pelas unidades de sa�de em Manaus, a secret�ria nacional Gest�o do Trabalho e da Educa��o na Sa�de, Mayra Pinheiro, avisou ao munic�pio que as visitas serviriam para estimular ado��o do "tratamento precoce".

Em of�cio enviado � Secretaria de Sa�de local, Pinheiro ainda escreveu que seria "inadmiss�vel" Manaus n�o prescrever antivirais sem efic�cia comprovada.

Sem citar qualquer prova, o presidente Jair Bolsonaro disse que a crise de sa�de em Manaus deve-se � falta do "tratamento precoce". Bolsonaro desestimula a ado��o de medidas eficazes contra a pandemia, como uso de m�scara e distanciamento social.

"N�o faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o n�mero de mortes. Mortes por asfixia, porque n�o tinha oxig�nio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxig�nio", disse o presidente a apoiadores na ter�a-feira.

Grupos no Amazonas chegaram a protestar e pressionar o governo a recuar do fechamento do com�rcio, no fim de dezembro. "Muita gente acabou relaxando, pensando que estava tudo 'ok'. Mas o clima agora � diferente. N�o h� clima para novas manifesta��es", disse o governador Wilson Lima ao jornal O Estado de S. Paulo na �ltima semana.


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