O triste efeito r�veillon pode ser visto no colapso registrado em Manaus

O Brasil vive um dos momentos mais cr�ticos desde que o primeiro caso de coronav�rus foi detectado no pa�s, em mar�o. Exatos 15 dias ap�s as comemora��es de fim de ano, as taxas de novos casos e mortes por COVID-19 aumentaram muito. Segundo dados do Centro de Ci�ncia e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins, o pa�s j� registra mais de 208 mil mortes e 8,3 milh�es de casos. Em 24 horas, foram 1.131 mortes e 68.138 casos. E o surgimento da variante do coronav�rus em Manaus e as cenas dram�ticas de familiares de dezenas de pessoas morrendo asfixiadas por falta de oxig�nio assustam o mundo.

As imagens de festas lotadas, em v�rias partes do pa�s, que viralizaram nas redes sociais, no fim de 2020, agora mostram o resultado, com a explos�o de casos da doen�a. Para ter uma ideia do crescimento desses n�meros, na semana anterior ao Natal, 13 de dezembro, foram registrados 21.825 novos casos e 279 mortes. Na semana seguinte, em 20 de dezembro, eram 25.445 casos e 408 pessoas que perderam a vida. Entre o Natal e o Ano Novo, em 27 de dezembro, foram contabilizados 18.479 casos novos e 344 mortes por COVID-19.

“A gente entende que havia tend�ncia de aumento lento e gradual da transmiss�o da COVID, a partir do fim de novembro. Por isso, propusemos como medidas a lei seca, proibindo a venda de bebidas nos bares. Com isso, diminuiu a circula��o e aglomera��o de pessoas”, explica o m�dico infectologista Una� Tupinamb�s, membro do Comit� de Enfrentamento � Pandemia de COVID-19, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo ele, o aumento dos casos era esperado. “J� detectamos um n�mero de casos maior entre o Natal e o ano-novo. Avisamos a popula��o sobre a import�ncia de manter as medidas de controle da pandemia, antes do r�veillon. Infelizmente, os n�meros come�aram a subir e quando foi no dia 11 de janeiro, propusemos a restri��o de mobilidade urbana, para tentar reduzir esses n�meros”, diz o infectologista, se referindo ao decreto anunciado pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que permite a libera��o apenas dos servi�os essenciais na cidade.

Os dados da Universidade Johns Hopkins mostram que a alta come�ou em 3 de janeiro, quando foram registrados 17.341 casos e 293 mortes por COVID-19 no pa�s. A partir de ent�o, os n�meros n�o pararam de subir, atingindo o pico no dia 7, quando 87.843 pessoas contra�ram a doen�a e 1.524 morreram. No mesmo dia, o Brasil bateu mais um outro recorde: a marca de 200 mil mortos pela COVID-19.

O crescimento descontrolado de novos casos, por todo o pa�s, fez com que a capacidade de leitos de UTI e enfermaria chegasse quase ao limite m�ximo, em v�rias regi�es. O caso mais grave � de Manaus, que j� enfrenta um colapso no sistema de sa�de. Tupinamb�s diz a que as medidas restritivas tomadas em Belo Horizonte devem evitar que a situa��o se agrave ainda mais.

“A gente acredita que essas medidas mais restritivas, esse rem�dio mais amargo, pode segurar um pouco essa onda ruim que temos visto em outros lugares do Brasil, especialmente em Manaus. Elas s�o para evitar o pior, que � um colapso no sistema de sa�de”, diz.

Por�m, para ele a situa��o pode piorar nos pr�ximos dias. “Acho que o Enem pode piorar essa situa��o, dificultando ainda mais o controle da pandemia. N�o � o momento adequado para realiza��o das provas. O Brasil est� vivendo um recrudescimento assustador da pandemia”.

J� em Belo Horizonte, ele acredita que, mantidas as medidas restritivas, os n�meros podem come�ar a baixar nas pr�ximas semanas. “Acho que estamos em um plat�, que eu espero que tenha estabilizado. Parece que h� uma tend�ncia, esta semana, de uma estabiliza��o. E a gente torce que essas medidas mais restritivas comecem a surtir efeito, a partir da semana do dia 25 de janeiro”, finaliza.