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Estado de Minas 'TRATAMENTO PRECOCE'

App de Pazuello sugere kit COVID a pacientes com sintomas gen�ricos

Ferramenta de prescri��o foi lan�ada para uso exclusivo de profissionais de sa�de, mas � acess�vel a qualquer pessoa e abre brecha para automedica��o


20/01/2021 10:35 - atualizado 20/01/2021 13:14

Aplicativo recomenda cloroquina, invermectina e até antibióticos a pacientes que informam sintomas genéricos como diarreia e congestão nasal.(foto: Cléber Medeiros/Senado Federal)
Aplicativo recomenda cloroquina, invermectina e at� antibi�ticos a pacientes que informam sintomas gen�ricos como diarreia e congest�o nasal. (foto: Cl�ber Medeiros/Senado Federal)
Lan�ado em 14 de janeiro pelo Minist�rio da Sa�de em Manaus (AM) - onde o colapso dos hospitais mata pacientes asfixiados por falta de oxig�nio - o aplicativo de prescri��o de medicamentos sem efic�cia contra a COVID-19 TrateCOV � classificado por especialistas como uma esp�cie de 'gerador autom�tico de receitas'. 




O app �, em tese, voltado exclusivamente ao uso de profissionais de sa�de, orientados a utiliz�-lo como auxiliar virtual na prescri��o de cinco drogas sem efic�cia contra o novo coronav�rus: hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. Na pr�tica, qualquer leigo pode preencher um formul�rio disponibilizado pelo governo federal e obter, nesse ambiente, uma 'sugest�o' de terapia. 

A reportagem fez o teste. Depois do preenchimento de alguns dados pessoais e informa��es sobre o hist�rico de doen�as do paciente, o question�rio pergunta se o usu�rio esteve em lugares com potencial de aglomera��o nas �ltimas duas semanas e pede que ele assinale quais sintomas est� apresentando. 

Diante de sintomas gen�ricos como diarreia, congest�o nasal e fadiga, o sistema indica terap�utica � base de uma lista de rem�dios, incluindo antibi�ticos, antivirais e suplementos alimentares, como sulfado de zinco.



Negativa

Curiosamente, nessa segunda-feira (18/1) o ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, negou que a pasta tenha recomendado qualquer rem�dio para a COVID-19 —h� meses, a orienta��o do minist�rio � de "tratamento precoce". 

"Os senhores sabem o quanto temos divulgado, desde junho, o atendimento precoce. N�o confundam atendimento com defini��o de qual rem�dio tomar", disse durante live realizada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).  

Diversos posts, al�m de documentos publicados pelo minist�rio, no entanto, desmentem a afirmativa. Por exemplo, uma nota divulgada em 15 de julho de 2020, intitulada “Orienta��es do minist�rio da Sa�de para o manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagn�stico da COVID-19”, em que o �rg�o cita e recomenda os medicamentos azitromicina e hidroxicloroquina

'Arma Genocida'

Infectologistas consultados pelo Estado de Minas na �ltima quinta-feira (15/01) classificaram o TrateCOV como 'arma genocida' e apontaram as consequ�ncias da oficializa��o do tratamento precoce pelo Minist�rio da Sa�de.

Membro do comeit� de enfrentamento � COVID-19 da prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling alertou, na ocasi�o, que algumas subst�ncias do rol de prescri��o do app podem at� mesmo agravar quadros leves. 

"A pessoa usa, por exemplo, um corticoide no in�cio dos sintomas da doen�a, como recomendam os charlat�es. Mas sabe o que acontece? Ele pode reduzir a imunidade, porque esse � um efeito comum de corticoides. Com isso, um quadro que poderia ser leve pode se agravar”, explica o especialista. 

Sobre a azitromicina e a doxiciclina – dois antibi�ticos – o m�dico explicou que a prescri��o dos compostos contribui para a propaga��o de ‘superbact�rias”. 

"Minha conclus�o � a de que esse aplicativo � uma arma genocida, parte de uma pol�tica t�o cruel, quanto c�nica, pois deixa as pessoas morrerem fingindo que as est� tratando", comentou o especialista.

J� o infectologista Una� Tupinamb�s chamou aten��o para o fato de que os medicamentos em quest�o produzem no paciente uma falsa sensa��o de seguran�a. “A promessa mentirosa � a de que essas drogas protegem o indiv�duo ou barram a evolu��o da infec��o. Os adeptos do tratamento ent�o deixam de procurar o servi�o de sa�de no in�cio dos sintomas, pois creem que o tratamento vai resolver. O quadro, nesse intervalo, pode se agravar e, quando o paciente finalmente for ao hospital, pode ser tarde”, avisou o profissional de sa�de.


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