
"Dois intubados no mesmo plant�o. Mais um eu pe�o m�sica no Fant�stico", escreveu com sinaliza��es de risadas.
Ap�s a repercuss�o do caso, a m�dica excluiu a conta do Instagram e divulgou uma carta em que se desculpa pela postagem.
"Jamais e por hip�tese nenhuma comemoraria de maneira cruel sobre os p�ssimos desfechos da COVID-19", escreveu a m�dica.
Ela ainda disse que a fala foi tirada de contexto do que ela realmente quis dizer. "Uma publica��o n�o pensada, sem teor nenhum de maldade ou sentimentos ruins que foi reproduzida in�meras e in�meras vezes com teor totalmente diferente e discrepante do sentimento expressado naquele momento: 'Rir pra n�o chorar'", destacou.
Segundo a m�dica e a prefeitura da cidade, Leanara est� afastada para tratamento de uma s�ndrome de Bournaut, caracterizada por exaust�o no trabalho, e que ela estava atendendo naquele dia mesmo de licen�a.
"Uma foto repercutiu nas redes sociais no qual mostrava a grande procura da popula��o por atendimento m�dico no hospital de campanha deste munic�pio. Neste ato, a m�dica, mesmo estando afastada e assegurada por atestado m�dico, se prontificou em ajudar nos atendimentos, e vinha, desde ent�o, ajudando", afirmou a prefeitura em nota.
A prefeitura ainda disse que "n�o concorda, n�o compactua e repudia de todas as formas a atitude da m�dica" e que j� tomou medidas cab�veis.
Carta aberta da m�dica
"Diante dos acontecimentos envolvendo meu perfil pessoal, o instagram, e das in�meras repercuss�es negativas a respeito de um post realizado em modo de stories achei justo me posicionar a respeito do assunto:
Eu sou Leanara Amaro Rocha, pros meus amigos mais pr�ximos a L�a, a Dra. L�a. Nascida e criada em Guajar�-Mirim at� os meus 14 anos, quando tive o sonho de ser M�dica, desde ent�o, fui morar fora junto com meu irm�o em Cuiab�/MT e l� permanecemos por 3 anos sozinhos, um sob responsabilidade do outro, estudando em escola em per�odo integral; ap�s todos esses anos e n�o suficiente para ingressar em uma faculdade de Medicina, cursei mais um ano de cursinho em Porto Velho/RO sendo aprovada em uma institui��o particular para Medicina em que permaneci por um ano.
Devido as in�meras intem�ries financeiras de s� quem tem um filho em per�odo de Gradua��o em institui��o particular pode entender, foi necess�rio buscar novas oportunidades, sendo aprovada um ano depois na Universidade p�blica do Estado.
Tive formatura adiantada no per�odo de pandemia pela COVID-19 em 2020 tendo em vista o status de calamidade p�blica do nosso Estado, sendo Guajar�-Mirim/RO uma das cidades com maior taxa de mortalidade do Estado na �poca com falta de profissionais m�dicos para linha de frente.
N�o posso dizer que essa era minha primeira op��o de emprego, nem a segunda e por muitos e muitos dias sofri pessoalmente com a realidade do munic�pio em que nasci, tive pesadelos, pensei na minha fam�lia que ficou aqui, nos meus amigos que ficaram, nos amigos dos meus pais, no meu pai. E se fosse algum deles? E se algum deles precisar de assist�nca e essa n�o estiver dispon�vel? E se?
Com tantas d�vidas e contrariando todos aqueles que s�o mais pr�ximos de mim, decidi voltar a Guajar�-Mirim, na inten��o de tocar uma vida, de melhorar a realidade de pelo menos uma pessoa, isso para mim j� teria pago todos os meus anos de estudo, de morar fora sozinha, de perder dias com as pessoas que amo por um bem maior.
Pe�o publicamente desculpas a todos os conterr�neos, familiares, amigos de familiares, conhecidos, aos gestores desse Munic�pio, meus colegas de trabalho e aos principais os meus pacientes por uma publica��o n�o pensada, sem teor nenhum de maldade ou sentimentos ruins que foi reproduzida in�meras e in�meras vezes com teor totalmente diferente e discrepante do sentimento expressado naquele momento: "Rir pra n�o chorar". Jamais e por hip�tese nenhuma comemoraria de maneira cruel sobre os p�ssimos desfechos da Covid-19.
Trabalho nesta cidade desde o dia em que me formei M�dica em maio de 2020, �s vezes com uma carga hor�ria longa de hora de trabalho sem descanso e sem colegas para revezar o plant�o: 36h, 48h, 72h... E neste �ltimo m�s fui afastada pelos meus colegas por exaust�o profissional. S�ndrome de Burnout, e mesmo estando de atestado para descansar, voltei, tive um plant�o tumultuado e acabei removendo paciente grave em 8h de viagem para o Hospital Refer�ncia.
Todos os meus pacientes e as pessoas que chegarem at� mim ser�o tratadas com respeito, carinho e dedica��o at� que se recuperem.
A essas pessoas todo meu respeito e pedido de desculpas.
Abra�os
Leanara Amaro Rocha".