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Estado de Minas COVID-19

'Me sinto aliviada', diz brasileira resgatada em Wuhan, um ano depois

Modelo estava na cidade chinesa quando o novo coronav�rus come�ou a assombrar o mundo; ela retornou ao Brasil em avi�o da FAB


09/02/2021 06:00 - atualizado 09/02/2021 15:22

Adrielly Eger estava entre os 34 brasileiros que voltaram para o país em 9 de fevereiro do ano passado(foto: Cabo Keven Cobalchini/Fotos Publicas)
Adrielly Eger estava entre os 34 brasileiros que voltaram para o pa�s em 9 de fevereiro do ano passado (foto: Cabo Keven Cobalchini/Fotos Publicas)
H� cerca de um ano, a pandemia do novo coronav�rus estava apenas come�ando. Os riscos eram ainda desconhecidos, e o isolamento social n�o tinha come�ado no Brasil. Enquanto os brasileiros sa�am para comemorar o in�cio do carnaval, uma cidade na China j� era considerada epicentro da doen�a. Centro comercial dividido pelos rios Yangtze e Han, Wuhan sempre foi conhecida pelos seus pontos tur�sticos, at� que em meados de fevereiro de 2020, a COVID-19 marcou a hist�ria da capital da prov�ncia da China Central.

L�, 34 brasileiros aguardavam com ang�stia o resgate. Isolados do mundo e correndo risco de morte, essas pessoas foram trazidas de volta ao Brasil dentro da Opera��o Regresso � P�tria Amada Brasil, realizada pela For�a A�rea Brasileira (FAB).

Para realizar o resgate, duas aeronaves VC-2, utilizadas para o transporte presidencial, sa�ram da base a�rea de An�polis, Goi�s, com destino a Wuhan. Os avi�es carregavam 11 tripulantes e seis profissionais de sa�de da FAB, al�m de um m�dico do Minist�rio da Sa�de.

A modelo Adrielly Eger, de 19 anos, foi uma das resgatadas na miss�o que colocou a For�a A�rea Brasileira nos holofotes.

Em conversa com o Estado de Minas, ela conta como foi ver o in�cio da pandemia do novo coronav�rus, que j� matou mais de 2 milh�es de pessoas em todo o mundo.

A jovem foi at� a cidade chinesa para realizar seu primeiro contrato internacional. Segundo o acordo, ela ficaria na China por tr�s meses at� seguir para o Vietn�. Apesar do combinado, Adrielly, que � paranaense, acabou levando um susto quando se deparou com as fronteiras fechadas e lockdown.

“Eu n�o sabia que morava t�o perto do marco zero, onde tudo come�ou. Fiquei sabendo disso no dia em que fui repatriada. Fiquei apavorada. Ouv�amos ambul�ncias o dia todo. �ramos proibidos de sair nas ruas”, conta.

Ela diz que, ao descobrir a pandemia, sentiu muito medo, pois ningu�m ainda sabia lidar com a doen�a: “Chegamos a ter um decreto para fechar as janelas e portas. As autoridades achavam que o v�rus contaminava o ambiente”.

 

 

 

Resgate � P�tria Amada


Para a opera��o funcionar foi necess�rio que os dois avi�es cedidos pela presid�ncia fizessem quatro paradas para abastecimento. Primeiro em Fortaleza, seguido de Las Palmas (Espanha), Vars�via (Pol�nia) e Urumqi (China).

Foram ao todo 47 horas de voo e gastos, segundo o Minist�rio da Defesa, cerca de R$ 11,2 milh�es para o resgate.

Segundo informa��es dispon�veis no portal da FAB, v�rios minist�rios se mobilizaram para repatriar os brasileiros que estavam em Wuhan, assim como seus c�njuges chineses.

A Opera��o Regresso enviou 24 pessoas – entre tripulantes, m�dicos e jornalistas – para buscar os repatriados. No total, 34 pessoas que estavam no epicentro do cont�gio foram resgatadas e levadas para a Base A�rea de An�polis.

As 58 pessoas que fizeram a viagem completa a bordo das duas aeronaves da FAB ficaram de quarentena de 9 de fevereiro, quando o avi�o pousou em Goi�nia, at� o dia 27 do mesmo m�s.

“Eu me senti muito aliviada na volta, sabia que estava voltando para meu pa�s, para minha fam�lia. Depois de todo aquele medo, era tudo que eu precisava”, afirma Adrielly.

Segundo ela, todos foram muito bem recebidos: “Depois de passar por tanta dificuldade, tanto medo, foi bem melhor do que imaginei. Serei eternamente grata por tudo que fizeram por mim. A quarentena em Wuhan era perturbadora. Uma vez, eu e as outras meninas que estavam comigo chegamos a ficar sem comida. Sozinhas em um pa�s estranho, n�s passamos os dias sem ter certeza de quando poder�amos nos alimentar. Em An�polis foi totalmente ao contr�rio. N�o tive nenhuma preocupa��o em nenhum momento, porque quando cheguei ao Brasil, me senti em paz”.

“Seja bem-vinda de volta ao Brasil”


Durante a quarentena, os brasileiros isolados em An�polis passaram por diversas experi�ncias culturais. Entre elas, apresenta��es de dan�a e shows de m�sica.

Adrielly conta que durante um desses eventos, uma mulher chamou aten��o e se destacou da multid�o: “Ela me olhava bem nos olhos, de uma forma que parecia que ela dizia que ia ficar tudo bem. Eu me emocionei diversas vezes. Acredito que o momento mais marcante foi ouvir ‘seja bem-vinda de volta’. Chorei muito, fiquei muito abalada emocionalmente. Quando participamos desses eventos, era uma forma de sermos acolhidos. Era tudo muito emocionante.

A modelo tamb�m contou para a reportagem como foi se reencontrar com a fam�lia. Ela relata que ap�s viver dias infernais, ver a fam�lia foi “muito forte”.

“Cada um sofreu ali comigo. Encontr�-los de bra�os abertos, me esperando… foi muito forte. Eles me deram muito apoio. Me contaram que at� mesmo durante as refei��es lembravam de mim, porque sabiam que eu n�o tinha comida em Wuhan. At� hoje, quando assisto ao v�deo da volta, eu choro e lembro exatamente como me senti naquele dia.”

Curso de maquiagem


A jovem conta que depois que chegou ao Brasil acabou tendo a carreira prejudicada pela pandemia do novo coronav�rus. A modelo, que estava dando os primeiros passos na carreira, acabou tendo seu futuro estagnado.

O trabalho como modelo ficou comprometido por causa da pandemia, mas Adrielly se diz feliz por estar perto da família(foto: Adrielly Eger/Arquivo Pessoal)
O trabalho como modelo ficou comprometido por causa da pandemia, mas Adrielly se diz feliz por estar perto da fam�lia (foto: Adrielly Eger/Arquivo Pessoal)
“Posso dizer que sinto que estou sem rumo no momento. Minha carreira estagnou pelo fato de n�o poder viajar. Ent�o, por isso, estou fazendo um curso de maquiagem e morando com minha fam�lia. Apesar de tudo, me sinto muito feliz por estar aqui e n�o me arrependo da escolha que fiz de voltar.”

Adrielly explica que, ap�s a como��o nacional pelo resgate dos brasileiros, muitas pessoas come�aram a segui-la no Instagram e a acompanhar a vida dela.

“Foi uma surpresa a hist�ria repercutir de forma que aconteceu. Eu n�o esperava. Muita gente me mandou mensagem de carinho, de amor. Sou muito grata por todos os brasileiros que proporcionaram isso para mim e para os outros passageiros”, comenta.

Um ano depois Um ano ap�s o registro dos primeiros casos de COVID-19 na cidade de Wuhan, epicentro da pandemia do novo coronav�rus, as medidas de prote��o contra o v�rus se tornaram apenas uma lembran�a.

Isso porque nenhum caso de cont�gio local foi reportado desde meados de maio.

Wuhan foi respons�vel pela maior parte das mais de 4 mil mortes na China por COVID-19, um n�mero que permaneceu praticamente est�tico por meses.

Elogiada por cientistas e aplaudida pela popula��o mundial, a cidade agora vive dias normais. At� mesmo o uso de m�scara foi diminu�do. 

 

Resgate � P�tria Amada


Para a opera��o funcionar foi necess�rio que os dois avi�es cedidos pela presid�ncia fizessem quatro paradas para abastecimento. Primeiro em Fortaleza, seguido de Las Palmas (Espanha), Vars�via (Pol�nia) e Urumqi (China).

Foram ao todo 47 horas de voo e gastos, segundo o Minist�rio da Defesa, cerca de R$ 11,2 milh�es para o resgate.

Segundo informa��es dispon�veis no portal da FAB, v�rios minist�rios se mobilizaram para repatriar os brasileiros que estavam em Wuhan, assim como seus c�njuges chineses.

A Opera��o Regresso enviou 24 pessoas – entre tripulantes, m�dicos e jornalistas – para buscar os repatriados. No total, 34 pessoas que estavam no epicentro do cont�gio foram resgatadas e levadas para a Base A�rea de An�polis.

As 58 pessoas que fizeram a viagem completa a bordo das duas aeronaves da FAB ficaram de quarentena de 9 de fevereiro, quando o avi�o pousou em Goi�nia, at� o dia 27 do mesmo m�s.

“Eu me senti muito aliviada na volta, sabia que estava voltando para meu pa�s, para minha fam�lia. Depois de todo aquele medo, era tudo que eu precisava”, afirma Adrielly.

Segundo ela, todos foram muito bem recebidos: “Depois de passar por tanta dificuldade, tanto medo, foi bem melhor do que imaginei. Serei eternamente grata por tudo que fizeram por mim. A quarentena em Wuhan era perturbadora. Uma vez, eu e as outras meninas que estavam comigo chegamos a ficar sem comida. Sozinhas em um pa�s estranho, n�s passamos os dias sem ter certeza de quando poder�amos nos alimentar. Em An�polis foi totalmente ao contr�rio. N�o tive nenhuma preocupa��o em nenhum momento, porque quando cheguei ao Brasil, me senti em paz”.

“Seja bem-vinda de volta ao Brasil”


Durante a quarentena, os brasileiros isolados em An�polis passaram por diversas experi�ncias culturais. Entre elas, apresenta��es de dan�a e shows de m�sica.

Adrielly conta que durante um desses eventos, uma mulher chamou aten��o e se destacou da multid�o: “Ela me olhava bem nos olhos, de uma forma que parecia que ela dizia que ia ficar tudo bem. Eu me emocionei diversas vezes. Acredito que o momento mais marcante foi ouvir ‘seja bem-vinda de volta’. Chorei muito, fiquei muito abalada emocionalmente. Quando participamos desses eventos, era uma forma de sermos acolhidos. Era tudo muito emocionante.

A modelo tamb�m contou para a reportagem como foi se reencontrar com a fam�lia. Ela relata que ap�s viver dias infernais, ver a fam�lia foi “muito forte”.

“Cada um sofreu ali comigo. Encontr�-los de bra�os abertos, me esperando… foi muito forte. Eles me deram muito apoio. Me contaram que at� mesmo durante as refei��es lembravam de mim, porque sabiam que eu n�o tinha comida em Wuhan. At� hoje, quando assisto ao v�deo da volta, eu choro e lembro exatamente como me senti naquele dia.”

Curso de maquiagem


A jovem conta que depois que chegou ao Brasil acabou tendo a carreira prejudicada pela pandemia do novo coronav�rus. A modelo, que estava dando os primeiros passos na carreira, acabou tendo seu futuro estagnado.

O trabalho como modelo ficou comprometido por causa da pandemia, mas Adrielly se diz feliz por estar perto da família(foto: Adrielly Eger/Arquivo Pessoal)
O trabalho como modelo ficou comprometido por causa da pandemia, mas Adrielly se diz feliz por estar perto da fam�lia (foto: Adrielly Eger/Arquivo Pessoal)
“Posso dizer que sinto que estou sem rumo no momento. Minha carreira estagnou pelo fato de n�o poder viajar. Ent�o, por isso, estou fazendo um curso de maquiagem e morando com minha fam�lia. Apesar de tudo, me sinto muito feliz por estar aqui e n�o me arrependo da escolha que fiz de voltar.”

Adrielly explica que, ap�s a como��o nacional pelo resgate dos brasileiros, muitas pessoas come�aram a segui-la no Instagram e a acompanhar a vida dela.

“Foi uma surpresa a hist�ria repercutir de forma que aconteceu. Eu n�o esperava. Muita gente me mandou mensagem de carinho, de amor. Sou muito grata por todos os brasileiros que proporcionaram isso para mim e para os outros passageiros”, comenta.

Um ano depois Um ano ap�s o registro dos primeiros casos de COVID-19 na cidade de Wuhan, epicentro da pandemia do novo coronav�rus, as medidas de prote��o contra o v�rus se tornaram apenas uma lembran�a.

Isso porque nenhum caso de cont�gio local foi reportado desde meados de maio.

Wuhan foi respons�vel pela maior parte das mais de 4 mil mortes na China por COVID-19, um n�mero que permaneceu praticamente est�tico por meses.

Elogiada por cientistas e aplaudida pela popula��o mundial, a cidade agora vive dias normais. At� mesmo o uso de m�scara foi diminu�do.

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina


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